O voluntariado, assunto recorrente aqui no Portal TECNEWS, além de ser um meio importante de colaboração, é estimulado por meio de capacitações e iniciativas, seja de governos públicos, como na iniciativa privada.
Um levantamento pela Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com apoio do Observatório do Terceiro Setor, revela que a maior parte dos voluntários iniciam a sua jornada por meio de escolas e empresas, ou seja, uma estratégia eficiente aumentar o engajamento de colaboradores em ações sociais.
Outro impulso é a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que estabelece 2026 como o Ano Internacional dos Voluntários para o Desenvolvimento Sustentável. “É um apelo para que os Estados-membros da ONU façam do voluntariado uma peça fundamental em seus caminhos de desenvolvimento impulsionem os Objetivos Globais.Um reconhecimento de que somente por meio da ação coletiva e da solidariedade podemos reunir forças para enfrentar os desafios que afetam todos nós”, salienta Achim Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Preparo e dedicação para o voluntariado
Na outra ponta, não basta se dispor a ajudar, estar preparado para voluntariar é também de extrema importância. Segundo a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), mais de 50% dos resgates emergenciais são feitos por pessoas sem capacitação técnica. Em muitos casos, moradores que, por instinto ou conhecimento mínimo, tentam salvar familiares, vizinhos ou desconhecidos, colocando-se também em risco.
Para Leonardo Farah, capitão da reserva do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e fundador da HUMUS, ONG que tem como objetivo preparar a população para tais cenários, a carência de treinamento e informações pode dificultar ainda mais o atendimento a públicos vulneráveis, que não sabem como reagir diante de um alerta, como idosos e pessoas com deficiência.
Um exemplo em prol do voluntariado é o trabalho feito pela organização no Rio Grande do Sul, que novamente sofre com as cheias. Por meio de formações práticas, apoio técnico e ações de mobilização comunitária, a HUMUS já capacitou mais de 1 mil pessoas diretamente no estado.“Ninguém nasce sabendo o que fazer no meio de um desastre, mas é possível se preparar minimamente”, comenta Farah.
A organização também realiza ações educativas em escolas, abrigos e redes comunitárias, com foco na escuta ativa, inteligência emocional e articulação com o poder público local. “Quando capacitamos moradores, professores, voluntários e agentes públicos, estamos criando uma rede de proteção que se fortalece antes da tragédia acontecer”,conclui.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto:Divulgação –ONG Humus
