Além da gestão dos resíduos sólidos, se faz necessário o gerenciamento dos gases emitidos dentro dos aterros. Para se ter uma ideia, o Brasil gera 80 milhões de toneladas de resíduos vindos das regiões urbanas por ano, sendo que 60% vão parar nesses aterros, aponta o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb). Nesse cenário, a potência do biometano é destaque.
A produção de biometano em aterros tornou-se uma tendência de energia limpa e um exemplo vem do Grupo Multilixo, que conta desde 2023 com a primeira usina de biometano 100% “off grid” do país, ou seja, de energia autônoma.
Potência do biometano
Localizada em Jambeiro, SP,o espaço é capaz de produzir 30 mil m³ por dia de biometano e pode gerar 170 mil toneladas de créditos de carbono por ano.A partir da decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos depositados no aterro sanitário ocorre a produção de biogás, que é constituído principalmente por gás metano.
Assim captado, passada pela purificação e é convertido em biometano. Essa atividade impede a emissão do gás metano na atmosfera, explica Lucas Urias, Gerente de Novos Negócios do Grupo Multilixo. “O desenvolvimento sustentável não é apenas uma ideia, é uma necessidade. Estamos sempre atentos ao mercado e como podemos seguir trabalhando por um futuro melhor através da valorização de resíduos. Esperamos crescer 20% a produção de biometano em 2024 com nossa usina”, arremata.
Nordeste
Outra usina em expansão é a GNR Fortaleza, em Caucaia, CE, que parceria entre a Ecometano (MDC) e a Marquise Ambiental, pretende aumentar em 20% a produção, a partir da flexibilização das regras de especificação do gás renovável (Resolução ANP 886/2022) pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Dando certo a ideia é pedir mais um ano [de flexibilização das especificações] e, enquanto isso, trabalharmos na regulação para permitir oferecer biometano nessa modalidade. Isso vai ser muito importante para viabilização de novos projetos no Brasil”, endossa Thales Motta, diretor da Ecometano, ao site EPBR.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Grupo Multilixo
