Seja aquele “bate-volta”, seja uma longa estadia, viajar também é sinônimo de conceito ESG. E essa premissa tem motivo: segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), a atividade é responsável por 8% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE), incluindo transporte, hospedagem e consumo de recursos naturais.
Optar por pousadas com práticas ecológicas, uso de transportes menos poluentes, como a bicicleta e passeios a pé, descarte consciente e uso de itens como copos reutilizáveis e respeito ao ecossistema local são algumas das dicas. “Adotar hábitos mais sustentáveis não significa abrir mão do conforto, mas, sim, fazer escolhas mais conscientes que reduzam o impacto ambiental em nossos momentos de diversão”, conta Augusto Freitas, fundador do projeto Recicla Junto e presidente-executivo da Cristalcopo, empresa de itens descartáveis.
O especialista salienta ainda a valorização do consumo localizado, ou seja, a importância de feiras, mercados e pequenos estabelecimentos que são uma ponte entre o turista e a cultura local. “Dar preferência ao comércio local gera renda, preserva tradições e ainda reduz o impacto ambiental do transporte de mercadorias. Esse modelo sustentável também é social. Respeitar as pessoas, os animais e os ecossistemas locais é parte essencial de qualquer viagem consciente”, sintetiza Freitas.
Turismo sustentável em sintonia com os povos originários
Parcerias entre o governo e as populações locais na prática do turismo sustentável é também pertinente. Em Roraima, o Departamento de Turismo (Detur) da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) do estado promoveu uma capacitação a jovens indígenas por meio do Programa de Turismo em Terras Indígenas.
Uma das comunidades, a Taxí 2, localizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Pacaraima, foi uma das participantes com ações que englobaram desde identificação de aves da região, fundamentos de turismo e formatação de roteiros, cuja inciativa partiu da própria comunidade para realização do curso.
Ao todo 20 jovens da comunidade vivenciaram essa experiência e serão multiplicadores da abordagem, fortalecendo a base comunitária. “A capacitação envolveu temas como o que é turismo, turismo responsável, etnoturismo em terras indígenas, turismo de base comunitária, a roteirização e identificação de recursos naturais aptos para apreciação turística”, detalha Bruno Muniz de Brito, diretor do Detur/Secult.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Ascom – Secretaria de Cultura de Roraima
