Mercado de energia elétrica impulsiona investimentos em renováveis

sofia.jucon — Fri, 23 May 2025 13:00:36 +0000

A busca não apenas pela economia, mas em consumir de forma ambientalmente responsável está levando a uma mudança significativa nos critérios utilizados por consumidores e investidores na avaliação de projetos de autoprodução de energia renovável e contratos de compra e venda de longo prazo, os chamados Power Purchase Agreements (PPAs).

Esse movimento também trouxe outros fenômenos, como o curtailment (redução forçada da geração devido a limitações de escoamento na rede de transmissão), modulação horária e o deslocamento de preços. “Notamos que os critérios para avaliação de projetos renováveis estão mudando profundamente. Empresas que desejam manter sua competitividade precisarão rever suas estratégias, identificando regiões e soluções capazes de mitigar esses impactos”, analisa André Fonseca, Managing Director da Thymos Capital, assessoria financeira e estratégica dedicada a cadeia do setor elétrico.

Armazenamento de energia

Segundo a empresa, mesmo com esses desafios às empresas, existem oportunidades para se antecipar aos riscos, com alternativas como a diversificação de portfólios de geração e o uso de baterias para armazenamento de energia. Os consumidores, por sua vez, estão mais criteriosos na seleção de fornecedores, priorizando geradores com maior solidez financeira e portfólios mais diversificados.

“O setor não vai parar, mas os investimentos seguirão um novo caminho, com mais complexidade e exigência de planejamento estratégico”, arremata Fonseca, da empresa integrante do Grupo Thymos Energia, consultoria em gestão de energia.

Armazenamento de carbono

Essa procura por alternativas resulta em soluções inovadoras, uma delas é a descarbonização na produção de bioenergia atrelada à captura e armazenamento de carbono, conhecida pela sigla BECCS. Um estudo da CCS Brasil, associação do setor, apontou que o país pode capturar 200 milhões de toneladas de CO₂/ano e quase 40 milhões de toneladas aplicadas por meio desse processo, rendendo em torno de US$3,8 bilhões por ano ao país.

“O Brasil possui um dos maiores potenciais para BECCS do mundo, dada sua participação no mercado de etanol, além da capacidade ainda pouco explorada para produção de biogás. É preciso que haja um estímulo por parte das agências reguladoras para solidificação da regulação da captura e armazenamento de carbono”, afirma Isabela Morbach, advogada e cofundadora da CCS Brasil.

Um exemplo é o da empresa FS Bionergia, que criou uma planta industrial em Lucas do Rio Verde, MT, para produção de etanol com BECCS. A expectativa é evitar o lançamento de 423 mil toneladas de CO₂ por ano pela operação e, posteriormente, em todas as unidades industriais, culminando na remoção de 1,8 milhão CO₂t/ano.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Divulgação – FS Bioenergia

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Energia Solar e Hidrogênio Verde fazem Brasil se preparar para um novo hub de energia renovável

sofia.jucon — Mon, 02 Sep 2024 17:00:15 +0000

Já não é mais novidade que o uso de energia solar no país e os números confirmam essa adesão: são 4 milhões de consumidores beneficiados na modalidade geração distribuída, que permite a produção própria de eletricidade. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apurados pelo Portal Solar, ainda comprovam que segmento soma 2,8 milhões de sistemas fotovoltaicos e 31,2 GW de potência operacional no país. Pensando num futuro sustentável, a criação de um hub de geração de energia renovável e sustentável tem sido uma opção em alguns estados brasileiros.

Esse é só um exemplo de como alternativas mais sustentáveis estão na cabeça das pessoas e na ponta do lápis dos empreendedores e também está fomentando a criatividade para a adesão e planejamentos. Uma delas é da BMG Energia, do grupo mineiro BMG, que está desenvolvendo um projeto de energia fotovoltaica associada à produção de hidrogênio verde, no Sudoeste de Bahia.

Hub para energia limpa

A proposta é criação de um hub de geração de energia renovável e sustentável na região e foi recentemente apresentada pela direção da BMG Energia a Angelo Almeida, secretário de Desenvolvimento Sustentável do estado. “A Bahia tem energia limpa, abundante, segura e barata e isso faz o estado atrair investimentos. Temos a oportunidade ímpar de fazer parte do processo de neoindustrialização”, endossa Almeida.

Da reunião saiu um memorando de intenções e uma nova rodada de negociações.“A área pertence ao Grupo BMG, que já operou nela com diversas grandes culturas agrícolas, exceto o cacau. Estamos falando de mais de 40 anos de relacionamento do BMG com a Bahia, uma sinergia favorável ao desenvolvimento de negócios”, comenta Caio David, diretor de novos negócios do BMG Energia.

Com capacidade de produção de 12 giga watts por ano, o projeto está entre as rodovias BR-030 e BA-160, a 100km de Guanambi, e próximo à Ferrovia de Integração Oeste–Leste (FIOL), em construção. A propriedade da fazenda fotovoltaica abrange as cidades de Sebastião Laranjeiras, Palmas de Monte Alto e Iuiu.

Minas Gerais

Segundo números da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Minas Gerais lidera o ranking com maior concentração de usinas fotovoltaicas: 4.766,5 MW em operação e 2.651,8 MW em construção.

Entre as usinas que devem entrar em operação em breve no estado três foram construídas pela L8 Energy, especializada em distribuição e industrialização de sistemas fotovoltaicos, nos municípios mineiros de Perdões, Cláudio e Cordisburgo. As usinas foram construídas no sistema Full EPC, encomendadas por investidores. “A regulação do mercado de energia impulsionou o setor e tem atraído cada vez mais investimentos”, destaca o CEO Leandro Kuhn.

A companhia também L8 Energy foi a responsável pelo projeto em todas as etapas, desde o planejamento até a execução da obra. “Minas Gerais vem se destacando, principalmente por sua localização com alta irradiação solar, alta demanda e por ter uma rede elétrica robusta e bem distribuída”, arremata o diretor Guilherme Nagamine.