Adriana Machado, diretora da ADN Bio, empresa de logística reversa, especializada no fornecimento de  produtos biodegradáveis, como desmoldantes e desengraxantes amplamente utilizados em maquinários industriais e na construção civil, viu seu volume de venda crescer nos últimos anos e comenta sobre os impactos da preocupação das empresas com saúde de seus colaboradores e meio ambiente.

Ambientes mais seguros e saudáveis

“Toda empresa, quando opta por adotar produtos menos agressivos, está atuando diretamente na prevenção de acidentes, melhorando a qualidade no ambiente de trabalho e evitando o contato constante com agentes irritantes. Isso influencia positivamente na qualidade de vida do trabalhador e na produtividade das equipes”, explica.

Treinamentos frequentes, protocolos de segurança atualizados e o uso de produtos menos danosos aos trabalhadores são algumas das medidas adotadas por organizações que compreendem que o cuidado com o colaborador é essencial para o sucesso dos negócios. Entre essas ações ganha destaque o uso de insumos que reduzem riscos à saúde, como produtos com formulações mais seguras para o manuseio diário. A substituição desses materiais por alternativas mais seguras reduz a exposição a substâncias nocivas e diminui as chances de acidentes e afastamentos.

Adriana também destaca que esse aumento das empresas por soluções mais seguras reflete uma transformação nas prioridades do mercado. “Hoje, mais do que nunca, o colaborador é visto como essencial e parte importante nos resultados dos negócios. E cuidar da saúde dele vai além do discurso: é uma atitude concreta que fortalece o ambiente interno, melhora o clima organizacional e reduz custos operacionais”, afirma.

Perigos dos produtos químicos

O uso de produtos químicos pode trazer diversos riscos para a saúde e bem-estar dos trabalhadores. Por serem constituídos com substâncias químicas fortes, podem causar desconfortos como irritações na pele e nos olhos, além de odores fortes que dificultam a respiração e tornam o ambiente de trabalho mais desagradável. E isso pode representar diversos perigos para a saúde dos trabalhadores e para o meio ambiente.

“Muitos desses produtos contêm substâncias tóxicas. Além dos riscos à saúde, há também o perigo de acidentes. No aspecto ambiental, o descarte inadequado desses produtos pode contaminar o solo, a água e o ar, afetando ecossistemas inteiros. Por isso, é fundamental sempre que possível, a substituição por alternativas biodegradáveis”, finaliza Adriana.

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E as estimativas não são animadoras: de acordo com dados do Copernicus, o serviço de monitoramento climático da União Europeia, o calor nos oceanos apenas em abril deste ano bateu recorde pelo 13º mês consecutivo. As temperaturas da superfície do oceano atingiram 21,04 °C, o mais alto registrado em qualquer abril, informa a CNN.

Sistemas de segurança

Para Alexandre Mansur, diretor de projetos do Instituto O Mundo Que Queremos, em artigo ao Um Só Planeta, é preciso promover soluções efetivas para deter o aquecimento global, o que inclua celeridade em transição para um modelo de baixo carbono, zerar o desmatamento e começar a recuperar as florestas para capturar carbono da atmosfera.“É hora de pensar na defesa contra os extremos climáticos e a segurança climática nos desafia a pensar diferente. Assume um sentido diferente daquele ao qual estamos acostumados. Não vai adiantar nos fechar em condomínios de muros altos, andar em carros blindados ou estocar comida. Não tem guardas armados contra enchentes”, alerta.

“Não existem sistemas de segurança privada no clima. A única garantia é coletiva. Ela inclui todas as pessoas, que devem estar engajadas na manutenção e recuperação dos ambientes naturais, em mudanças de hábitos e no planejamento inteligente para ambientes urbanos e rurais”, continua Mansur.

Ações

Em audiência na Câmara dos Deputados, o Ministério Público Federal (MPF), especialistas e representantes de organizações não governamentais e da sociedade civil discutiram, em especial, sobre os recursos hídricos e os seus impactos nas camadas mais vulneráveis da população.

“Falar em prevenção, mais do que evitar risco, também é promover o contínuo monitoramento, com inspeções, alertas e auditorias independentes. Todo esse movimento é regido hoje pelo novo princípio da precaução, mais amplo e que dispensa estudos científicos”, frisa a procuradora regional da República Sandra Kishi, representante da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF (4CCR), participante do evento, ocorrido em junho.

Espaços de articulação interinstitucional para executar políticas públicas integradas ambientais, climáticas, hídricas e de uso e ocupação do solo, diante desse desafio de enfrentamento são essenciais, destaca Kishi. “Precisamos aplicar a justiça socioambiental para a segurança hídrico ambiental. Isso se faz com escuta ativa para que sejam estruturados pactos sociais voltados a um planejamento estratégico de resiliências coletivas”, conclui a magistrada.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Keli Vasconcelos

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