oceanos - Tecnews https://tecnews.agenciafluence.com.br Indústria e Meio Ambiente em Pauta Tue, 02 Sep 2025 17:00:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.3 https://tecnews.agenciafluence.com.br/wp-content/uploads/2025/08/cropped-TECNEWS-750x123xc-1-32x32.png oceanos - Tecnews https://tecnews.agenciafluence.com.br 32 32 Poluição sonora é assunto ambientalmente urgente, alertam especialistas https://tecnews.agenciafluence.com.br/poluicao-sonora-e-assunto-ambientalmente-urgente-alertam-especialistas/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=poluicao-sonora-e-assunto-ambientalmente-urgente-alertam-especialistas https://tecnews.agenciafluence.com.br/poluicao-sonora-e-assunto-ambientalmente-urgente-alertam-especialistas/#respond Tue, 02 Sep 2025 17:00:18 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=3539 Seja a buzina de um carro, seja um zunido de uma lancha, a poluição sonora prejudica pessoas e vida nos mares e florestas. Especialistas endossam a tese da urgência de ações para minimizar tais danos que a poluição sonora. Para se ter ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 bilhão de jovens […]

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Seja a buzina de um carro, seja um zunido de uma lancha, a poluição sonora prejudica pessoas e vida nos mares e florestas. Especialistas endossam a tese da urgência de ações para minimizar tais danos que a poluição sonora. Para se ter ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 bilhão de jovens e adultos entre 12 e 35 anos de idade correm o risco de perda auditiva devido à exposição crônica a ruídos, incluindo aqueles provenientes do uso excessivo de fones de ouvido.

Augusto Riedel Abrahao, do Hospital Israelita Albert Einstein, à CNN, firma que impacto dos ruídos é ainda subestimado, mesmo sendo comprovado cientificamente que as consequências da poluição sonora são danosas, causando problemas cardíacos, gastrointestinais e indo além da questão auditiva. Para o especialista, isso é um problema de saúde pública e é urgente a criação de políticas de redução do barulho, fiscalizações mais efetivas e a conscientização da sociedade sobre esses riscos.

Peça de teatro e carta aberta

Como dito, a conscientização é um dos passos para, literalmente, dar voz a esse assunto e articulações estão sendo feitas, como a Frente Cidadã pela Despoluição Sonora, fundada na cidade de São Paulo e que agora reúne movimentos de outros municípios brasileiros.Recentemente, lançou uma carta aberta a prefeitos e vereadores de todo o país reivindicando políticas permanentes de despoluição sonora, em especial em áreas residenciais de grandes centros urbanos.

“Pedimos para que o Poder Público, tanto legislativo quanto administrativo de todos os municípios do Brasil, leve em consideração 12 passos que estamos propondo e que poderiam resolver o problema da poluição em São Paulo e em outras grandes cidades”, afirma o filósofo Marcelo Sando, idealizador da Frente Cidadã.

A ação foi no Teatro Bor, na zona sul da capital paulista, depois da estreia do espetáculo “Psiu!”, comédia sobre poluição sonora escrita por José Paulo Lanyi e dirigida por Luci’an’aStipp. O público participante foi de vereadores, especialistas no tema e mais de cem apoiadores da Frente, além do público em geral, informa o coletivo.

A íntegra da carta pode ser acessada neste link

Oceanos silenciosos sem a poluição sonora

Os oceanos, praias e rios também sofrem com a poluição sonora, prejudicando a vida marinha, o que implica até mesmo no ciclo reprodutivo de determinadas espécies. Na outra ponta, inciativas são aplicadas para mitigar ou mesmo reverter tal situação.

Em Santos, SP, a Autoridade Portuária (APS) sediou a 13ª reunião ordinária do Manifesto ESG do Porto de Santos, com o destaque para criação do projeto Muro Verde no Porto de Santos, uma estrutura de 9 km de extensão e 2 metros de altura com vegetação contínua, para formar um microclima mais ameno na região portuária, reduzindo a poluição sonora causada pela linha férrea, melhorar a qualidade do ar e atrair a polinizadores à ampliação da biodiversidade na região.

Com 44 adesões e lançado em agosto de 2023, o Manifesto ESG objetiva o fomento da produção científica, a promoção do intercâmbio de informações e o fortalecimento da pesquisa aplicada como ferramenta estratégica ao desenvolvimento dos portos brasileiros.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto:Divulgação

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Brasileiros estão preocupados com oceanos, mas ainda não se sentem parte da solução https://tecnews.agenciafluence.com.br/brasileiros-estao-preocupados-com-oceanos-mas-ainda-nao-se-sentem-parte-da-solucao/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=brasileiros-estao-preocupados-com-oceanos-mas-ainda-nao-se-sentem-parte-da-solucao https://tecnews.agenciafluence.com.br/brasileiros-estao-preocupados-com-oceanos-mas-ainda-nao-se-sentem-parte-da-solucao/#respond Tue, 01 Jul 2025 13:00:50 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=3196 Um levantamento da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza em cooperação com a UNESCO e Programa Maré de Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revela que nove em cada dez brasileiros concordam que o aumento de nível do mar representa uma ameaça real para as cidades costeiras. O agravante é que muitos […]

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Um levantamento da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza em cooperação com a UNESCO e Programa Maré de Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revela que nove em cada dez brasileiros concordam que o aumento de nível do mar representa uma ameaça real para as cidades costeiras. O agravante é que muitos ainda não sabem como ajudar a preservar os oceanos.

Intitulado “Oceano sem Mistérios: A relação dos brasileiros com o mar – Evolução de Cenários (2022–2025, íntegra aqui)”, o estudo fez 2 mil entrevistas presenciais com adultos de todos os gêneros e classes sociais pelo país, mostrando um panorama do tema em abrangência: para 85% da população, por exemplo, o aquecimento das águas dos oceanos influencia diretamente nos eventos climáticos extremos no continente, como inundações em áreas urbanas e rurais.

Muito embora haja essa tomada de consciência, pois mais de 80% dos entrevistados estão dispostos a mudar seus hábitos em prol da conservação marinha, somente 30% compreendem que suas ações influenciam diretamente na saúde dos oceanos.

“O clima global e as condições meteorológicas dependem do oceano. Ele absorve e distribui calor pelo planeta por meio das correntes marítimas e influencia diretamente a formação de chuvas, frentes frias, furacões e outros eventos climáticos. Portanto, cuidar do oceano é cuidar do planeta, cuidar da nossa casa”, endossa Ronaldo Christofoletti, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), professor do Instituto do Mar da Unifesp e co-presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da UNESCO.

A pesquisa foi apresentada na 3ª Conferência do Oceano das Nações Unidas, em Nice, na França, em junho.

 

Cúpula dos Oceanos

 

O evento reuniu 64 chefes de Estado e teve como destaque, a adoção da uma declaração política “Nosso oceano, nosso futuro: unidos para uma ação urgente”, também chamada de “Plano de Ação para o Oceano de Nice”.

O documento expressa preocupação sobre a saúde oceânica e enfatiza a importância das interligações entre os oceanos, o clima e a biodiversidade e apela a uma ação global que minimize o impacto das mudanças climáticas e da acidificação.

“O Brasil se posicionou como uma liderança na agenda mundial de Oceano e Clima, com compromissos concretos e ações de impacto rumo à COP30. Agora é hora de transformar essa ambição em implementação concreta, com financiamento, participação social e cooperação internacional à altura dos desafios que enfrentamos”, salienta Marina Corrêa, analista de Conservação e líder de Oceanos do WWF-Brasil, ao Um Só Planeta.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto: Wirestock – Freepik

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Marinas expandem a sustentabilidade náutica no país https://tecnews.agenciafluence.com.br/marinas-expandem-a-sustentabilidade-nautica-no-pais/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=marinas-expandem-a-sustentabilidade-nautica-no-pais https://tecnews.agenciafluence.com.br/marinas-expandem-a-sustentabilidade-nautica-no-pais/#respond Tue, 25 Mar 2025 17:00:17 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=2716 Com um litoral com 7.367 km, banhado a leste pelo oceano Atlântico, o Brasil tem um potencial de turismo combinado com sol, areia e água salvada relevante por meio de de praias exuberantes, o que também amplia a sustentabilidade náutica, ou seja, o impulso para administradores de marinas e fabricantes de embarcações aquáticas a colocarem […]

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Com um litoral com 7.367 km, banhado a leste pelo oceano Atlântico, o Brasil tem um potencial de turismo combinado com sol, areia e água salvada relevante por meio de de praias exuberantes, o que também amplia a sustentabilidade náutica, ou seja, o impulso para administradores de marinas e fabricantes de embarcações aquáticas a colocarem na ponta do lápis o conceito ESG em suas operações.

Um bom exemplo vem das marinas da Glória e de Paraty, ambas no Rio de Janeiro, que receberam recentemente a certificação ISO 14001, cujo processo durou oito meses, o que incluiu adequações e treinamentos para aprimorar o sistema de gestão ambiental já implementado pela BR Marinas, responsável pelos dois pontos de atracação.

Para Gabriela Lobato Marins, CEO da BR Marinas, ao O Globo, sustentabilidade é um compromisso diário e, para tanto, a organização padronizou a lavagem das embarcações em área específica para armazenamento de produtos químicos e adotou um processo rigoroso de higienização e de manutenção da central de coleta seletiva.

 

Marinas e Bandeira Azul

 

Outra região que comemora seu trabalho em sustentabilidade é a cidade de Ubatuba, SP, que foi agraciada com a Bandeira Azul, certificação oferecida pela Fundação para Educação Ambiental (FEE), uma ONG dinamarquesa, que elencou duas marinas da cidade dentre as 11 reconhecidas na temporada 2024/2025: a Dársena Voga Marine e o Centro Náutico Kauai.

O selo internacional de qualidade ambiental é atribuído anualmente a praias, marinas e embarcações de turismo que cumprem critérios de qualidade da água, segurança, educação, conservação e gestão pautadas na esfera ambiental.“Isso é particularmente importante para uma cidade como Ubatuba, onde o turismo, principalmente o ecológico e de praia, é uma das principais fontes de renda e desenvolvimento econômico. Marinas sustentáveis reduzem impactos ambientais, o que melhora a qualidade de vida dos moradores”, acrescenta Bruno Oliveira, secretário de turismo.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Freepik

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Pesquisa expõe a invasão de microplásticos no corpo humano e os riscos à saúde https://tecnews.agenciafluence.com.br/pesquisa-expoe-a-invasao-de-microplasticos-no-corpo-humano-e-os-riscos-a-saude/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=pesquisa-expoe-a-invasao-de-microplasticos-no-corpo-humano-e-os-riscos-a-saude https://tecnews.agenciafluence.com.br/pesquisa-expoe-a-invasao-de-microplasticos-no-corpo-humano-e-os-riscos-a-saude/#respond Wed, 08 Jan 2025 17:00:59 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=2313 A presença de microplásticos, partículas plásticas menores que 5 milímetros, está sendo detectada em locais cada vez mais preocupantes, incluindo o corpo humano. Esses materiais podem se alocar em órgãos, sangue, placenta e até mesmo em fetos, além de estarem disseminados no meio ambiente. Ainda que um problema pouco popular, especialistas alertam para os potenciais […]

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A presença de microplásticos, partículas plásticas menores que 5 milímetros, está sendo detectada em locais cada vez mais preocupantes, incluindo o corpo humano. Esses materiais podem se alocar em órgãos, sangue, placenta e até mesmo em fetos, além de estarem disseminados no meio ambiente. Ainda que um problema pouco popular, especialistas alertam para os potenciais riscos à saúde e para a necessidade urgente de políticas públicas e práticas mais sustentáveis.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Plymouth, no Reino Unido, revelou que as pessoas podem ingerir microplásticos durante o jantar, seja ao consumir alimentos ou ao inalar por meio de resíduos em tapetes, estofados ou roupas. Amostras de cérebros coletadas em autópsias realizadas em 2024 pela Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, também mostraram que 0,5% do peso cerebral analisado era composto por microplásticos.

 

Pesquisas sobre microplásticos

 

Na China, o Hospital Anzhen identificou partículas como essas em cinco tecidos cardíacos distintos de pacientes submetidos a cirurgias. Já no Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) detectou microplásticos em pulmões humanos, indicando que eles são inevitavelmente consumidos. A dimensão do problema é vasta e também se estende ao sistema circulatório.

Pesquisadores da Universidade Livre de Amsterdã, na Holanda, descobriram que 77% dos doadores de sangue analisados carregavam grandes quantidades de microplásticos nas amostras. Em paralelo, a Sociedade Brasileira de Pediatria reportou a presença em sangue, vísceras, fezes, urina e até em fetos humanos, reforçando os riscos potenciais de exposição ainda na gestação, já que um estudo da Universidade de Marche, na Itália, observou microplásticos em placentas, com a possibilidade de malformações fetais e impactos no desenvolvimento infantil.

Esses achados evidenciam a complexidade do problema e a necessidade de mais estudos para entender os efeitos a longo prazo dessa contaminação. Samara Oliveira, oceanógrafa e sócia do negócio de impacto socioambiental Marulho, destaca a gravidade do cenário: “O fato de esses fragmentos de plástico estarem presentes em praticamente todas as vidas na Terra é um alerta claro de que precisamos melhorar”.

Além dos impactos na saúde, os microplásticos representam uma ameaça significativa ao meio ambiente. Redes de pesca perdidas ou descartadas, por exemplo, fragmentam-se em pequenas partículas devido à exposição ao sol, sal e movimento no mar, liberando microplásticos que contaminam o ecossistema marinho. “Essas partículas são ingeridas por organismos aquáticos e acabam na cadeia alimentar humana, trazendo riscos às espécies, além de prejudicarem o próprio oceano. O benefício de combater esse mal atinge o ecossistema como um todo”.

A solução, de acordo com Oliveira, exige ações coordenadas, como o fortalecimento da economia circular, o estímulo à reciclagem e a criação de materiais sustentáveis, além de políticas públicas rigorosas para limitar o uso de plásticos. “O processo para melhorar pontos como esse parece tão longo que algumas pessoas acabam desistindo de agir. Mas a transformação é possível. Basta que haja esforços coletivos pelo bem-estar comum”, finaliza.

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Eventos climáticos extremos em 2024 reforçam a urgência de ações ambientais mais ambiciosas em 2025 https://tecnews.agenciafluence.com.br/eventos-climaticos-extremos-em-2024-reforcam-a-urgencia-de-acoes-ambientais-mais-ambiciosas-em-2025/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=eventos-climaticos-extremos-em-2024-reforcam-a-urgencia-de-acoes-ambientais-mais-ambiciosas-em-2025 https://tecnews.agenciafluence.com.br/eventos-climaticos-extremos-em-2024-reforcam-a-urgencia-de-acoes-ambientais-mais-ambiciosas-em-2025/#respond Wed, 18 Dec 2024 13:00:15 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=2268 O ano de 2024 ficou marcado por uma série de eventos climáticos extremos no Brasil e no exterior. No contexto do ano mais quente já registrado no planeta e que deve, pela primeira vez, superar o limite histórico de 1,5ºC de aquecimento, o País enfrentou impactos severos: enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, secas […]

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O ano de 2024 ficou marcado por uma série de eventos climáticos extremos no Brasil e no exterior. No contexto do ano mais quente já registrado no planeta e que deve, pela primeira vez, superar o limite histórico de 1,5ºC de aquecimento, o País enfrentou impactos severos: enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, secas históricas nos rios do Pantanal e da Amazônia, além de incêndios recordes que atingiram diversos biomas, causando prejuízos sociais que afetaram diretamente a vida de milhões de brasileiros.

Por outro lado, o período trouxe conquistas significativas, como a redução do desmatamento na Amazônia em 30% e no Cerrado em 25%, reflexo de medidas ambientais que apresentaram resultados em curto prazo. Outro marco importante foi a aprovação, em novembro, do projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, o primeiro passo para que o país cumpra suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), estabelecidas na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no âmbito do Acordo de Paris.

 

Combate aos eventos climáticos extremos

 

“A mudança climática é uma realidade que já impacta nosso presente. Os desastres registrados em 2024 são apenas o começo do que pode vir se não agirmos com urgência. Estamos progredindo em ações e políticas para conter o avanço desses problemas e a COP no Pará será uma oportunidade para o Brasil liderar as discussões globais para uma agenda voltada para a redução dos impactos ambientais”, analisa o economista Carlos Eduardo Young, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor titular e coordenador do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (GEMA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Como anfitrião do principal evento mundial sobre meio ambiente, o Brasil assumirá a responsabilidade de fortalecer as discussões sobre financiamento climático para países emergentes e superar as limitações da última edição, realizada no Azerbaijão. “A COP30 está sendo chamada de a ‘COP da Liberdade’, por abrir espaço para manifestações populares e da sociedade civil, além de ser um marco histórico ao ocorrer no coração da Floresta Amazônica — um bioma necessário não apenas para o clima do Brasil, mas para o equilíbrio climático global. Além de avançar nas negociações sobre financiamento, o evento será fundamental para a validação dos critérios da meta global de adaptação”, destaca Juliana Baladelli Ribeiro, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.

 

Confira fatos marcantes deste ano e as expectativas para 2025:

 

Enchentes no Rio Grande do Sul

Entre 26 de abril e 5 de maio, o Rio Grande do Sul enfrentou chuvas intensas, com precipitações acumuladas de até 800 milímetros, um volume até seis vezes superior à média histórica para o período. Esses temporais afetaram cerca de 2,4 milhões de pessoas, resultando em 183 mortes e dezenas de desaparecidos. De acordo com um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e do Grupo Banco Mundial, estima-se que o impacto econômico foi de R$ 87 bilhões, o que corresponde a quase 2% do PIB do estado.

 

Recorde em incêndios

Nos dez primeiros meses de 2024, os focos de incêndio apresentaram aumento expressivo em relação ao mesmo período do ano anterior, com altas de 51% na Amazônia, quase 70% no Cerrado e 600% no Pantanal. De acordo com a WWF-Brasil, os incêndios na Amazônia bateram recorde em uma série histórica de 17 anos; o Cerrado teve o pior ano desde 2012; e cerca de 30% do Pantanal foi devastado. O Relatório Planeta Vivo apontou uma redução média de 73% nas populações de vida selvagem monitoradas em cinco décadas. Além disso, de acordo com o Laboratório de Monitoramento de Satélites do Rio de Janeiro (LASA), 99% dos incêndios no Brasil são causados por ação humana.

 

Secas nos rios

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a seca de 2024 foi a mais extensa já registrada no Brasil, resultando na drástica redução dos níveis dos rios navegáveis. O Solimões, um dos principais afluentes do Amazonas, atingiu seu nível mais baixo já registrado em Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia. Em Tefé (AM), um de seus braços secou completamente, e o Lago Tefé, que no ano anterior perdeu mais de 200 botos-cor-de-rosa devido à seca, também secou, deixando esses animais ameaçados de extinção sem seu habitat natural.

 

Aquecimento do oceano e branqueamento dos corais

O oceano, responsável por regular o clima do planeta, atingiu temperatura recorde em 2024, sendo fevereiro, março e abril os meses com máximos de temperatura superficial do oceano, com registros de 21,17 graus, segundo o NOAA Optimum Interpolation SST (OISST). Esse aumento de temperatura desencadeou o maior evento de branqueamento de corais já registrado, afetando 77% dos recifes do mundo até outubro de 2024. O fenômeno ocorre quando os corais, expostos ao estresse térmico, expulsam as algas simbióticas que vivem em seus tecidos, deixando-os brancos, frágeis e vulneráveis a doenças.

“A temperatura do oceano está acima do esperado há 10 meses e, infelizmente, quase ninguém percebe a relevância disso. É como se o nosso corpo estivesse sistematicamente com febre, indicando que algo está muito errado, e continuássemos a viver da mesma forma, sem nos preocupar”, compara Ronaldo Christofoletti, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do Grupo Assessor de Comunicação para a Década do Oceano da UNESCO.

 

Ondas de calor

Em 2024, o Brasil enfrentou ondas de calor constantes. Todos os meses registraram temperaturas acima da média histórica (1991-2020), segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) e, até outubro, foram registrados nove episódios desse fenômeno climático extremo. Isso ocorre sobretudo nas “ilhas de calor”, espaços onde a combinação de superfícies impermeáveis, como concreto e asfalto, e a intensa atividade urbana geram acúmulo de calor, fazendo com que as temperaturas nas cidades sejam muito mais altas do que nas áreas rurais ao redor. Esse efeito é intensificado pela falta de vegetação e pela escassez de áreas verdes.

 

Desmatamento

A taxa de desmatamento na Amazônia caiu 30,6% entre agosto de 2023 e julho de 2024, totalizando 6.288 quilômetros quadrados de área desmatada, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa redução em relação ao período anterior, quando a área desmatada foi de 9.064 quilômetros quadrados, reflete uma diminuição significativa nas atividades ilegais na região. No Cerrado, a perda de vegetação também apresentou queda de 25%, atingindo 4.435 quilômetros quadrados. Esses resultados fazem parte do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que indica a menor taxa registrada na Amazônia desde 2017, sinalizando um avanço no combate à devastação ambiental.

 

COPs

A COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, em novembro, resultou em um acordo que estabelece um financiamento climático de US$ 300 bilhões por ano até 2035 para apoiar países em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas. O texto final destacou a urgência de aumentar as ambições e as ações nesta “década crítica” e reconheceu que há um “fosso” entre os fluxos de financiamento climático e as necessidades. Já a COP16 ocorrida em outubro, em Cali, na Colômbia, terminou sem um acordo sobre como financiar as ações necessárias para deter a destruição da biodiversidade até 2030 e cumprir as metas estabelecidas dois anos antes pelo Marco Global da Biodiversidade.

“Devíamos ter avançado muito mais na COP29. O maior motivo de frustração foi o financiamento, já que o próprio Fórum Mundial estima que os custos relacionados às mudanças climáticas alcancem cerca de US$ 1,73 trilhão por ano. Esse valor abrange tanto os gastos com a transição energética e adaptação quanto os custos de reparação pelos diversos eventos climáticos adversos que afetam diferentes países. O montante aprovado ficou muito aquém do esperado, parecendo mais uma correção para ajustar inflação e juros. Além disso, não ficou claro quem irá arcar com essa conta, deixando várias questões sem respostas”, explica Juliana Baladelli Ribeiro, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.

 

O QUE VEM POR AÍ…

 

Mercado de Carbono

A Câmara dos Deputados aprovou neste ano o projeto de lei que cria um mercado regulado de carbono no Brasil, estabelecendo limites para a emissão de gases de efeito estufa. Caso as empresas ultrapassem esses limites, deverão compensar as emissões adquirindo créditos de carbono. O objetivo é reduzir as emissões e contribuir para o enfrentamento das mudanças climáticas. Se sancionado, em 2025, deve ser discutida sua regulamentação, como definições técnicas e desenvolvimento de banco de dados. A implementação está prevista para ocorrer em três a cinco anos.

A regulamentação do mercado dá ainda mais destaque aos manguezais brasileiros, que têm potencial para gerar R$ 48 bilhões em créditos de carbono, considerando o valor praticado no mercado voluntário. O valor tem potencial para chegar a R$ 1,067 trilhão, impulsionando a transição para uma economia de baixo carbono. Os cálculos fazem parte do estudo inédito “Oceano sem Mistérios: Carbono azul dos manguezais”, lançado neste ano pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e pelo projeto Cazul.

“Estamos avançando, mas ainda com grande atraso. Limites de emissão estão em vigor na União Europeia há mais de 20 anos, assim como em outros países. O Brasil tem tentado se adaptar depois de uma longa resistência a essa ideia, uma vez que os emissores se opunham ao controle de emissões, argumentando que isso prejudicaria nossa competitividade. No entanto, essa resistência nos deixou para trás. Agora, estamos finalmente tentando recuperar o tempo perdido ao avançar na legislação, mas é importante ressaltar que os resultados concretos dessa mudança só serão vistos a partir do final desta década”, considera o economista Carlos Eduardo Young, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor titular e coordenador do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (GEMA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 

COP30

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém (PA), em novembro de 2025, promete atrair mais de 40 mil participantes, conforme estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Desse total, cerca de 7 mil pessoas fazem parte da chamada “família COP”, composta pelas equipes da ONU e pelas delegações dos países membros. Entre os principais temas da conferência estão a redução das emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas, o financiamento climático para países em desenvolvimento, as tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, além da preservação das florestas e da biodiversidade. Também será abordada a justiça climática, com ênfase nos impactos sociais das mudanças climáticas.

 

Adaptação às mudanças climáticas

Diante do crescente número de episódios de eventos climáticos extremos ocorridos recentemente, a adaptação às mudanças climáticas torna-se tema essencial nas discussões para preparar as cidades, a sociedade e os negócios para tais situações. As Soluções Baseadas na Natureza entram neste contexto como parte da estratégia de enfrentamento e mitigação dos impactos provocados por enchentes, longos períodos de estiagem, avanço do mar, ilhas de calor, entre outros. A natureza oferece inúmeros benefícios a partir da sua conservação e deve ser cada vez mais considerada em planejamentos de adaptação.

 

Conferência do Oceano

Em junho de 2025, será realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, com o objetivo de promover ações urgentes para a conservação do ambiente costeiro-marinho. O evento promoverá o diálogo entre governos, sociedade civil, setor privado e comunidades locais, buscando fomentar parcerias e discutir soluções concretas. Como resultado, busca-se aprovar o “Plano de Ação do Oceano de Nice”, com compromissos voluntários e diretrizes para ações futuras.

 

“Nossa sobrevivência depende da saúde do oceano. Ele sustenta a vida como a conhecemos, além de desempenhar funções essenciais na regulação do clima, fornecimento de alimentos e produção de oxigênio. Precisamos reverter as pressões que têm colocado em xeque a sobrevivência de ecossistemas e da vida marinha, como o aquecimento do mar, a poluição, a destruição de habitats e a pesca excessiva”, explica Janaína Bumbeer, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.

 

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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Organizações se reúnem, em São Paulo, para falar dos oceanos https://tecnews.agenciafluence.com.br/organizacoes-se-reunem-em-sao-paulo-para-falar-dos-oceanos/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=organizacoes-se-reunem-em-sao-paulo-para-falar-dos-oceanos https://tecnews.agenciafluence.com.br/organizacoes-se-reunem-em-sao-paulo-para-falar-dos-oceanos/#respond Tue, 24 Sep 2024 13:00:08 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=1759 Muito se fala em conceito ESG, porém há muitas organizações da sociedade civil, empresas, universidades e centros de pesquisa dedicados à pesquisa, educação ambiental e promoção de inciativas OSG, ou seja, que tratam de Oceanos, Social e Governança. Esse movimento está alinhado ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS-14), sobre a vida na água. Aliás, […]

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Muito se fala em conceito ESG, porém há muitas organizações da sociedade civil, empresas, universidades e centros de pesquisa dedicados à pesquisa, educação ambiental e promoção de inciativas OSG, ou seja, que tratam de Oceanos, Social e Governança. Esse movimento está alinhado ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS-14), sobre a vida na água. Aliás, em 2021 marcou o start para a década dedicada ao tema (até 2030).

Algumas dessas entidades e especialistas se reuniram, entre os dias 18 a 22 de setembro, na quinta edição da SP Ocean Week, semana gratuita promovida pela MidiaMar Comunicação e a Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano, vinculada à Universidade de São Paulo (USP), através dos seus institutos Oceanográfico (IO-USP) e de Estudos Avançados (IEA-USP),no Memorial da América Latina.

 

Educação ambiental em prol dos oceanos

 

Com o propósito em educar para transformar, escolas, universidades e pesquisadores levaram aos stands no evento materiais, palestras, contação de histórias e outras atividades em prol do tema. Uma delas é da cientista Jana delFavero, formada em ciências biológicas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), mestre e doutora em oceanografia pela USP, que juntamente com o seu pet, o cão Suvaco, levam a divulgação científica por meio de publicações voltadas ao público infantil.

No evento, Jana e Suvaco, que nasceu com surdez, mas, como a tutora mesmo brinca: “ele tem a capacidade de falar com todos os animais”, contaram a trama de “Suvaco, o Oceano e uma Viagem no Tempo”, livro gratuito que promove a conscientização de limpeza dos mares e uso consciente de recursos, o que inclui a redução do plástico.

O livro, lançado em 2022 e gratuito, pode ser acessado neste link.

 

Ilhas de plástico

 

Na programação Gente do Mar na SP Ocean Week, grandes nomes do meio, como o navegador Amyr Klink e o jornalista Ernesto Paglia, conversaram sobre o presente e o futuro dos oceanos.

Na manhã de sábado, o navegador Beto Pandiani, falou com os presentes sobre carreira, expedições, desde a primeira viagem, na década de 1980, e livros que relatam sobre resiliência, natureza, encontros e, obviamente, o oceano: “Viaje leve, viaje longe. Essa é a primeira lição que o mar nos ensina”, disse o navegador, que utiliza como modal o catamarã, ou seja, uma embarcação leve, compacta e que exige pouca bagagem.

Dentre os livros que já escreveu sobre o tema, ao todo seis, apresentou sua primeira obra dedicada ao público infantil: “Nas terras do vento”, a ser publicada em outubro, cuja trata, em formato de Quadrinhos, fala do garoto Espaguete (apelido de Pandiani na adolescência) e o cão Picolé, que vão viver uma aventura no mar com o objetivo de conscientizar sobre a relação com o plástico.

Um desses contatos resultou no documentário Rota Polar: “Tivemos a oportunidade de ver de perto umas dessas ilhas de plástico em locais que jamais imaginávamos que poderia chegar esse material. Pesquisas já mostram que consumimos, no ar e na alimentação, por mês, o equivalente a um cartão de crédito, por conta dos microplásticos presentes na água e no ar. Isso me levou a escrever o livro, que, vale ressaltar, não tem o objetivo de ‘demonizar’ o plástico, mas levar à reflexão aos jovens, sobre o uso consciente dele”, explicou, acrescentando que pretende levar o projeto (livro, site, acesso por QR Codes, vídeos e podcasts) às escolas públicas do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

A íntegra das entrevistas na SP Ocean Week está disponível neste link.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Fotos: Keli Vasconcelos

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Pressão popular exige tratado global para combater poluição dos plásticos descartáveis https://tecnews.agenciafluence.com.br/pressao-popular-exige-tratado-global-para-combater-poluicao-dos-plasticos-descartaveis/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=pressao-popular-exige-tratado-global-para-combater-poluicao-dos-plasticos-descartaveis https://tecnews.agenciafluence.com.br/pressao-popular-exige-tratado-global-para-combater-poluicao-dos-plasticos-descartaveis/#respond Fri, 19 Apr 2024 17:00:36 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=807 Sabemos que já está insustentável o consumo indiscriminado de plásticos descartáveis e não é para menos: esse material representa mais de 70% da poluição dos oceanos e os consumidores estão conscientes da necessidade de mudanças. É o que apresenta o mais recente levantamento feito pela consultoria Ipsos, encomendado pelo WWF e pela Plastic Free Foundation, […]

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Sabemos que já está insustentável o consumo indiscriminado de plásticos descartáveis e não é para menos: esse material representa mais de 70% da poluição dos oceanos e os consumidores estão conscientes da necessidade de mudanças.

É o que apresenta o mais recente levantamento feito pela consultoria Ipsos, encomendado pelo WWF e pela Plastic Free Foundation, com 24 mil pessoas de 32 países: 85% acreditam que um tratado global sobre poluição plástica deveria proibir os plásticos descartáveis.

No âmbito do Brasil 85% dos entrevistados também acreditam que é importante que as regras globais exijam que a produção mundial de plástico seja reduzida. Em relação ao uso de produtos com plásticos descartáveis desnecessários, 83% dos brasileiros defendem que sejam proibidos.

“Essa preocupação dos brasileiros pode ser explicada pela ineficiência de políticas isoladas e falta de atuação eficaz do setor produtivo. Embora tenhamos uma política nacional de resíduos sólidos, as diretrizes são vagas e algumas iniciativas legislativas são aplicadas apenas em nível subnacional, implicando num crescimento cada vez maior de poluição plástica”, explica Michel Santos, gerente de Políticas Públicas do WWF-Brasil.

Emergência local e global

Muito embora a pesquisa mostre o interesse dos brasileiros em banir o consumo excessivo de plástico, o país ainda consome mais de 10,3 milhões de toneladas, importa 12 mil toneladas e despeja até 3,4 milhões de toneladas de tais resíduos no mar anualmente.”A poluição plástica é um problema global que afeta negativamente todos. Elaborando regras, incentivos específicos e compartilhando tecnologias podemos diminuir esse grande impacto ambiental e estamos num momento urgente e oportuno, globalmente com as negociações por um tratado mundial e, nacionalmente, com iniciativas legislativas como o PL do Oceano sem Plástico, em tramitação no Senado”, frisa Santos.

Em se tratando de mundo, segundo o estudo, são mais de 430 milhões de toneladas de plástico virgem produzidos todos os anos (60% dos quais são de utilização única) e somente 9% desse material é reciclado. Os entrevistados apoiam proibições que incluam produtos químicos nocivos utilizados em plástico (90%) e produtos plásticos que não podem ser reciclados de forma fácil e segura (87%). O contraste desses números é que há ainda uma baixa ambição de um grupo de países produtores de petróleo, que permanecem empenhados em enfraquecer e mudar os objetivos do Quinta Sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-5).

Durante a sessão, ocorrida em Nairóbi, Quenia, em 2022, 175 países signatários se comprometeram a criar o primeiro tratado internacional e juridicamente vinculativo que visa acabar com a poluição plástica, porém em 2023, os países petroleiros paralisaram as negociações.”Estamos numa encruzilhada. As próximas negociações em Ottawa pretendem determinar se conseguiremos ou não o tratado até o final de 2024. Sabemos, que nada menos do que regras e obrigações globais irá travar o problema”, alerta Eirik Lindebjerg, líder Global de Plásticos da WWF Internacional.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: TroyMayne- WWF

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Ministério do Meio Ambiente reafirma que Projeto de Lei do “Oceano Sem Plástico” é prioridade https://tecnews.agenciafluence.com.br/ministerio-do-meio-ambiente-reafirma-que-projeto-de-lei-do-oceano-sem-plastico-e-prioridade/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=ministerio-do-meio-ambiente-reafirma-que-projeto-de-lei-do-oceano-sem-plastico-e-prioridade https://tecnews.agenciafluence.com.br/ministerio-do-meio-ambiente-reafirma-que-projeto-de-lei-do-oceano-sem-plastico-e-prioridade/#respond Fri, 12 Apr 2024 17:00:45 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=766 Diante de representantes de 19 organizações das 80 que compõem a campanha Pare o Tsunami de Plástico, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), José Paulo Ribeiro Capobianco, reafirmou, no dia 4 de abril, o apoio ao Projeto de Lei 2524/2022 (conhecido como “PL do Oceano Sem Plástico”). Desde outubro do […]

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Diante de representantes de 19 organizações das 80 que compõem a campanha Pare o Tsunami de Plástico, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), José Paulo Ribeiro Capobianco, reafirmou, no dia 4 de abril, o apoio ao Projeto de Lei 2524/2022 (conhecido como “PL do Oceano Sem Plástico”). Desde outubro do ano passado, esse Projeto tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Capobianco destacou o compromisso do governo junto à sociedade civil para a adoção de medidas concretas no combate à poluição por plástico de uso único e sem reciclabilidade em todo o seu ciclo (da extração da matéria-prima à comercialização). “Esse Projeto de Lei é uma prioridade. Somos favoráveis em todo o seu conteúdo. Por essa gestão, é tratado como uma pauta positiva e favorável”, enfatizou.

Economia circular do plástico

Essa é a segunda vez que o MMA se posiciona publicamente pela instauração de um marco regulatório para a Economia Circular do Plástico no Brasil, que reduz a produção de itens de plásticos de uso único problemáticos e desnecessários. Em agosto de 2023, no lançamento da campanha Pare o Tsunami de Plástico, a ministra Marina Silva foi categórica: “Se o microplástico já chegou ao coração humano e se as evidências mostram que os oceanos não suportam mais receber esse tipo de resíduo poluente, precisamos de imediato apoiar a aprovação desse Projeto de Lei que, especialmente, chega às instâncias do Poder Público trazido pelas mãos da sociedade civil”.

O reconhecimento do protagonismo de catadores e catadoras de materiais recicláveis na gestão de resíduos no país é um dos aspectos mais relevantes do PL, que propõe a inclusão desses trabalhadores no Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais.

“Esse projeto é fundamental para nós, catadores, porque não há valor algum no plástico descartável de uso único e sem reciclabilidade, que é jogado no lixo. Esse material volta ao meio urbano, aos aterros, rios e oceano como um poluidor e ainda vira reservatório para o mosquito da dengue”, observou Ronei Alves, do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).

Posicionamento

Considerando que além da poluição do meio ambiente, microplásticos estão no sangue, leite, pulmão e coração humanos, Lara Iwanicki, gerente sênior de advocacy da Oceana, afirmou: “Diante da dimensão preocupante da poluição por plásticos no Brasil e no mundo, é fundamental que o MMA não só se posicione de modo firme em favor de uma regulamentação nacional, mas avance com propostas concretas também em relação ao Tratado Global Contra a Poluição Plástica, sendo conduzido pela ONU. Precisamos urgentemente frear esse tsunami de plástico, que não tem fronteiras entre estados, regiões ou países”.

O fundador do Instituto Ecosurf, João Malavolta, apresentou uma situação comum para as organizações que realizam ações no litoral. “Quando fazemos limpezas de praias, o resíduo mais encontrado é o plástico descartável de uso único. Precisamos, com urgência, olhar para as áreas que têm um passivo ambiental significativo de plástico. No ano passado, tiramos 10 toneladas de resíduo plástico, com uma grande quantidade de descartável de uso único, do Parque Estadual Ilha do Cardoso, no litoral paulista. De quem é a responsabilidade por essa poluição toda? E quem paga por isso?”, questiona ele.

A comitiva de organizações se reuniu com a equipe ministerial na sede do MMA, em Brasília. Estiveram presentes representantes da ACT Promoção da Saúde, Aliança Resíduo Zero Brasil (ARZB), Associação Alternativa Terrazul, Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), Instituto Aqualung, Instituto Ecosurf, Instituto Geração Oceano X (GOX), Instituto Mar Urbano (IMU), Instituto Perifa Sustentável, Instituto Pólis, Jovens pelo Clima, Liga das Mulheres pelos Oceanos, Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Oceana, Pimp My Carroça, Rede Oceano Limpo RJ, Sea Shepherd Brasil, Voz dos Oceanos e WWF-Brasil.

O Brasil precisa avançar

O Projeto de Lei (PL) 2524/2022 foi construído de maneira plural, com organizações da sociedade civil, representantes de movimentos sociais e associações, como catadores de material reciclável, e representantes de associações das indústrias de materiais alternativos ao plástico, como papel, alumínio e vidro.

Ele propõe um novo modelo de produção e uso que vai reduzir a quantidade de plástico descartável colocado no mercado, mantendo os itens em circulação por meio do reuso e da reciclagem. Nasceu, portanto, alinhado com as mais avançadas discussões no mundo sobre a poluição por plástico, hoje, apontada pela ONU como a segunda maior ameaça ambiental ao planeta, precedida apenas pela emergência climática.

Saiba mais sobre a campanha “Pare o Tsunami de Plástico

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