NDCs - Tecnews https://tecnews.agenciafluence.com.br Indústria e Meio Ambiente em Pauta Fri, 29 Aug 2025 13:00:30 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://tecnews.agenciafluence.com.br/wp-content/uploads/2025/08/cropped-TECNEWS-750x123xc-1-32x32.png NDCs - Tecnews https://tecnews.agenciafluence.com.br 32 32 Valorização do capital humano conduz 1º relatório de sustentabilidade da Laborsan Agro https://tecnews.agenciafluence.com.br/valorizacao-do-capital-humano-conduz-1o-relatorio-de-sustentabilidade-da-laborsan-agro/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=valorizacao-do-capital-humano-conduz-1o-relatorio-de-sustentabilidade-da-laborsan-agro https://tecnews.agenciafluence.com.br/valorizacao-do-capital-humano-conduz-1o-relatorio-de-sustentabilidade-da-laborsan-agro/#respond Fri, 29 Aug 2025 13:00:30 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=3512 Especializada na produção de tecnologias para revestimento de sementes e coloração de agroquímicos, a Laborsan Agro, com sede em Diadema, SP, divulgou recentemente seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, elaborado com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), uma das normas globais mais respeitadas em relatórios ESG, um dos destaques é a valorização do capital […]

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Especializada na produção de tecnologias para revestimento de sementes e coloração de agroquímicos, a Laborsan Agro, com sede em Diadema, SP, divulgou recentemente seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, elaborado com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), uma das normas globais mais respeitadas em relatórios ESG, um dos destaques é a valorização do capital humano na companhia.

O documento (íntegra aqui) apresenta os resultados obtidos em 2024, que tem como destaque a redução de 19% nas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), em comparação a 2023 (indicador 305-1), bem como a diminuição de 16,95% na geração de resíduos classe I, destinados ao processo de coprocessamento — resultado direto de uma gestão ambiental mais eficiente (indicador 306-3).

Produtos sustentáveis

Dentre sua cartela de produtos, a empresa desenvolveu a linha LabFix G5 Eco, um polímero biodegradável, formulado a partir de matérias-primas sustentáveis e livre de microplásticos, além de não registrar nenhuma não conformidade ambiental.

“O relatório reafirma nosso alinhamento com as metas do Acordo de Paris para 2030 e com as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil, especialmente nos eixos de adaptação às mudanças climáticas e mitigação das emissões de GEE, tanto pelos produtos quanto pela eficiência energética de seus processos”, comenta Francisco Eduardo de Albuquerque, CEO da empresa.

Valorização da diversidade e do capital humano

Um ponto pertinente na companhia é a valorização de seus times em termos de capital humano e diversidade. De acordo com o levantamento, entre os anos de 2021 a 2025, o número de mulheres na Laborsan Agro cresceu 54%, reforçando o compromisso da empresa com a equidade de gênero (indicador 405-1).

“Também representa um marco na nossa trajetória, pois traduz nossa missão com uma produção agrícola mais responsável, transparente e alinhada com os desafios do clima e da sociedade”, afirma Albuquerque.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto:Divulgação – Laborsan Agro

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NDCs: COP30 aponta questões e soluções sobre metas climáticas globais https://tecnews.agenciafluence.com.br/ndcs-cop30-aponta-questoes-e-solucoes-sobre-metas-climaticas-globais/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=ndcs-cop30-aponta-questoes-e-solucoes-sobre-metas-climaticas-globais https://tecnews.agenciafluence.com.br/ndcs-cop30-aponta-questoes-e-solucoes-sobre-metas-climaticas-globais/#respond Tue, 03 Jun 2025 13:00:25 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=3077 Com a chegada mais próxima da COP30, prevista a ocorrer em novembro em Belém, PA, descortina uma série de ações ambientais mais céleres. Na outra ponta, também desponta dúvidas em relação às metas climáticas entre os países, que, por muitas vezes, realizam suas auditorias baseadas em critérios diversos. As NDCs estão no radar dessas questões. […]

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Com a chegada mais próxima da COP30, prevista a ocorrer em novembro em Belém, PA, descortina uma série de ações ambientais mais céleres. Na outra ponta, também desponta dúvidas em relação às metas climáticas entre os países, que, por muitas vezes, realizam suas auditorias baseadas em critérios diversos. As NDCs estão no radar dessas questões.

Um exemplo são as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), situadas no Acordo de Paris, em que os signatários concordaram em apresentar metas a cada cinco anos, e na COP30 ocorrerá em um desses ciclos. Contudo, no prazo acordado para apresentação de resultados, fevereiro de 2025, 13 dos 195 signatários do Acordo de Paris apresentaram novas NDCs, ou seja, 93% não levaram nenhuma atualização, segundo o Observatório do Clima.

 

Complexidades das NDCs

 

Para Lauro Marins, Head de Soluções Digitais e Consultoria da WayCarbon, especializada em soluções para descarbonização, o tom da COP de Belém deverá ser o de menos promessas e mais ações em temas como financiamento para a ação climática e medidas de adaptação.

“O processo de definição de uma NDC não é simples. Envolve a participação de diversos atores, esforços multisetoriais e aprovação de órgãos de controle nacionais. No Brasil, que apresentou a NDC no prazo (novembro 2024), o compromisso precisou ser votado no Congresso. A meta de redução de emissões líquidas do país está entre 59% e 67% até 2035, em comparação aos níveis de 2005, ou entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente em termos absolutos”, destaca o executivo na WayCarbon.

 

Adaptação

 

Segundo especialistas, adaptação a esse contexto das NDCs, por exemplo, envolve não somente aumentar recursos financeiros, mas desenvolver projetos, novas tecnologias e formar profissionais capacitados a enxergar os territórios com uma lente climática. Nesse contexto, as Soluções Baseadas na Natureza (SBN) são apontadas como alternativas eficazes e sustentáveis.

“Restauração da vegetação em áreas degradadas, corredores ecológicos para a biodiversidade e a proteção de florestas, manguezais e recifes de corais trazem enormes benefícios para a vida no planeta. Devemos usar a própria natureza e os ecossistemas naturais para nos ajudar a reencontrar a sustentabilidade”, salienta André Ferretti, gerente de economia da biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto:Cássio Matos / Ag.Pará

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Rumo à COP30: Desensus debate agenda da COP30 e a participação do Brasil nas negociações climáticas https://tecnews.agenciafluence.com.br/rumo-a-cop30-desensus-debate-agenda-da-cop30-e-a-participacao-do-brasil-nas-negociacoes-climaticas/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=rumo-a-cop30-desensus-debate-agenda-da-cop30-e-a-participacao-do-brasil-nas-negociacoes-climaticas https://tecnews.agenciafluence.com.br/rumo-a-cop30-desensus-debate-agenda-da-cop30-e-a-participacao-do-brasil-nas-negociacoes-climaticas/#respond Wed, 26 Mar 2025 12:00:31 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=2719 Em um encontro virtual realizado em 20 de março, o Grupo Desensus promoveu uma discussão aprofundada sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes) – COP30, evento que promete ser um marco na agenda climática global. A reunião, conduzida pelo engenheiro Eduardo San Martin, coordenador do grupo, contou com […]

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Em um encontro virtual realizado em 20 de março, o Grupo Desensus promoveu uma discussão aprofundada sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes) – COP30, evento que promete ser um marco na agenda climática global. A reunião, conduzida pelo engenheiro Eduardo San Martin, coordenador do grupo, contou com a participação de Marco Antonio Caminha, assessor de Relações Institucionais do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que apresentou um panorama detalhado dos “Caminhos e Perspectivas para a COP 30”.

O Grupo Desensus, formado por 40 membros com experiência em diversas áreas ambientais e que já foram integrantes do Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp, tem como objetivo central contribuir para a solução de questões ambientais urgentes no país. “A realização da palestra sobre a COP30 reflete a preocupação do grupo em disseminar informações precisas e relevantes sobre o evento, especialmente diante da desinformação que circula em torno do tema”, informou San Martin. Ele também agradeceu à doutora Ana Fioreza, superintendente de Estudos Hídricos e Socioeconômicos da Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA), pela sua presença.

 

Trâmites da COP30

 

Na sequência, Marco Antonio Caminha iniciou sua apresentação destacando a crescente relevância da mudança climática no debate público brasileiro. Segundo ele, a COP30, que será realizada em Belém, PA, em novembro deste ano, desperta grande interesse da população, que vem demonstrando seu desejo de participar de um evento de tamanha magnitude. Caminha explicou que a COP é um processo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para monitorar a implementação de acordos internacionais assinados e ratificados pelos países.

Marco Antonio Caminha, assessor de Relações Institucionais do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)

Segundo Caminha, a implementação das cláusulas e diretrizes estabelecidas em um acordo internacional é definida pelos países que o assinaram e ratificaram, processo este denominado COP (Conferência das Partes). “Conforme esses acordos evoluem, podem gerar outros instrumentos jurídicos dentro do sistema da ONU. Nesses casos, referimo-nos às MOPs (reunião das Partes) que congregam os países signatários de acordos derivados do principal, resultando em instrumentos jurídicos subsidiários”, explica.

No contexto do Brasil, o especialista informa que temos a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), sob a qual existe a MOP do Protocolo de Quioto. “Embora o anexo do Protocolo de Quioto não esteja mais em vigor, o protocolo em si permanece vigente, com os países continuando a se reunir para discutir questões relacionadas. Além disso, em 2015, foi estabelecido o Acordo de Paris”, destaca.

Conforme ele, o Acordo de Paris, um instrumento jurídico autônomo, está subordinado à Convenção do Clima e é regido pela CMA, a Conferência das Partes do Acordo de Paris. “Portanto, a COP30, sediada no Brasil, representa a ocorrência simultânea de três conferências: a da Convenção do Clima, a da MOP (Reunião das Partes) do Protocolo de Quioto, dedicada a questões pertinentes a este protocolo, e a do Acordo de Paris”, salienta.

O palestrante esclareceu uma questão frequentemente debatida: a participação dos Estados Unidos na agenda climática global. “Uma observação importante é que, embora se mencione que os Estados Unidos estão fora da Convenção do Clima, na verdade, sua retirada se restringe ao Acordo de Paris. Os Estados Unidos nunca assinaram ou ratificaram o Protocolo de Quioto, mas são parte da Convenção do Clima e, portanto, participam das agendas relacionadas a ela. Quanto ao Acordo de Paris, sua participação neste ano ainda é incerta. A efetivação de sua saída dependerá do andamento dos trâmites burocráticos, podendo ocorrer em setembro ou outubro. Caso o processo se atrase, o país poderá participar, caso julgue necessário”, esclarece.

 

Participação do setor privado

 

Caminha ressaltou o rigor do processo da COP, que possui uma agenda estruturada e um rito burocrático bem definido, construídos ao longo de 25 anos. As decisões tomadas na COP são baseadas em evidências científicas, especialmente nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e são negociadas exclusivamente entre os países signatários. “O setor privado e as ONGs não participam diretamente das negociações, mas acompanham o processo e fornecem informações técnicas aos negociadores, como é o caso da Fiesp, que encaminha notas técnicas ao Itamaraty, órgão responsável pela negociação em nome do Brasil”, informa.

A participação do setor privado na COP ocorre por meio do acompanhamento das negociações e da participação em eventos paralelos. “As ações setoriais na COP são realizadas em dois espaços distintos: a Zona Azul, destinada às negociações formais, e a Zona Verde, originalmente concebida para abrigar movimentos sociais, ONGs e comunidades indígenas e quilombolas, permitindo a exposição de seus trabalhos e a realização de manifestações”, diz Caminha. Contudo, conforme ele explica, ao longo do tempo, a Zona Verde expandiu significativamente seu escopo, tornando-se um palco para empresas demonstrarem suas iniciativas de sustentabilidade e clima, associações industriais divulgarem suas atividades e países-sede exibirem avanços tecnológicos em pesquisa e desenvolvimento, especialmente nas áreas de eletrificação de frotas, energias solar e eólica, e inteligência artificial. Ele acrescenta: “a inteligência artificial tem se destacado nas últimas duas COPs, consolidando-se como um tema recorrente. Acredita-se que sua relevância persistirá, especialmente na busca por soluções para ajustar processos à nova realidade climática global”.

Além disso, Caminha destaca que a COP se tornou um ambiente propício para a realização de negócios, onde CEOs de grandes empresas têm a oportunidade de interagir com chefes de Estado e autoridades de alto escalão.

 

A COP da Implementação

 

O especialista avalia que a COP30 será marcada pela ênfase na implementação, especialmente no que diz respeito ao financiamento climático. Ele detalha que especificamente em relação ao financiamento, o Brasil trabalhará no roadmap Baku-Belém, visando a meta de US$ 1,3 trilhão anual. Em colaboração com a presidência da COP29, que foi sediada em Baku, no Azerbaijão, o Brasil apresentará, até o início da COP30 (quando assumirá a presidência), um escopo detalhado desse roadmap. “Embora não se espere a conclusão do processo nesse momento, o objetivo é estabelecer um documento consistente para iniciar os trabalhos a partir de 2027″, cita.

Neste âmbito, Caminha expôs que a principal estratégia reside na diversificação das fontes de financiamento, abrangendo recursos de bancos multilaterais, setor privado e políticas públicas. “Essa abordagem visa expandir o escopo do financiamento, contrastando com a restrição dos US$ 300 bilhões a fundos governamentais. Aqui, busca-se a captação de recursos de diversas origens, desde que alinhados às políticas de combate à mudança climática”, orienta.

Para ele, um dos desafios complexos reside na natureza difusa dos conceitos de financiamento climático. A distinção entre projetos de financiamento alinhados e não alinhados com o clima levanta questões sobre os potenciais impactos práticos no mercado, incluindo efeitos sobre preços e taxas de juros. “Essa é uma discussão que exigirá tempo para definir uma tipologia clara para os US$ 1,3 trilhão. Em Belém, não se espera uma decisão final sobre o roadmap, mas o Brasil, em colaboração com a presidência da COP29, liderará o processo até a COP31, possivelmente na Austrália”, esclarece.

A adaptação às mudanças climáticas será outro tema central na COP30, com a definição de indicadores e a operacionalização do Fundo de Adaptação. A transição justa, que busca garantir que a mudança para uma economia de baixo carbono seja equitativa e inclusiva, também será objeto de discussões importantes.

“A definição de indicadores de adaptação ganha relevância diante da crescente frequência de eventos climáticos extremos. Os países-parte, em resposta à solicitação da Convenção, submeteram mais de 6 mil indicadores, dos quais o secretariado deverá priorizar 100”, atenta Caminha.

No contexto nacional, surge a questão de como alinhar os planos brasileiros de adaptação, integrantes do Plano Clima (que engloba também o Plano Clima Mitigação), a esses indicadores internacionais. “O governo brasileiro, desde o início do ano passado, trabalha nesses planos, atualmente em consulta pública. A adaptação dos planos aos indicadores internacionais será fundamental para o acesso a recursos. A degradação do solo, da água e a poluição foram apontadas como temas centrais pelos países”, comenta o especialista.

Na agenda de ação, de acordo com Caminha, o Brasil definiu quatro temas prioritários: transição energética e biocombustíveis, florestas, sistemas alimentares e agropecuária, e recuperação de áreas degradadas. “O setor privado, a indústria e o setor financeiro terão papel fundamental nessa agenda. O governo brasileiro pretende convocar os stakeholders nacionais para colaborar na elaboração e implementação dessas agendas, a partir da divulgação de um esboço inicial para consulta pública”, conta.

A COP30 também será um momento importante para a revisão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países signatários do Acordo de Paris. Conforme Marco Caminha, o Global Stocktake, processo que avalia a ambição das NDCs, indicou que as metas atuais não são suficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. “A COP30 será uma oportunidade para que os países aumentem suas ambições e apresentem novas NDCs mais robustas”, aponta.

Em sua apresentação Caminha ressalta que a definição de uma meta global para adaptação é fundamental, exigindo a elaboração de indicadores claros e a delimitação do conceito de captação sob a ótica das mudanças climáticas, o que inevitavelmente tangencia a questão de perdas e danos. Adicionalmente, é preciso distinguir desastres decorrentes das mudanças climáticas daqueles originados por outros fatores.

 

Transição justa e as novas NDCs

 

A complexidade surge, por exemplo, ao analisar ocupações de áreas vulneráveis em perímetros urbanos, onde eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, resultam em desastres. Nesse contexto, Caminha observa que surge o dilema: classificar tais eventos como impactos das mudanças climáticas ou como consequência da ocupação inadequada do solo? Essa discussão permeia as negociações, assim como o financiamento, o Roadmap Baku-Belém e a transição justa, que abarca o multilateralismo na implementação das NDCs.

A transição justa, por sua vez, busca estabelecer um marco regulatório para evitar que decisões unilaterais ou bilaterais de países, com objetivos climáticos, prejudiquem terceiros. Caminha comenta que o Grupo de Sharm El Sheikh, relevante nesse contexto, concentra-se na agricultura como vetor de captura e sequestro de carbono. “Um workshop em Bonn, na Alemanha, em junho, discutirá ações para a segurança alimentar. O Global Stocktake, que revisará as NDCs (dado o aniversário de 10 anos do Acordo de Paris e o adiamento do prazo de apresentação para setembro), e os artigos 6.2 e 6.4 (mercado global de carbono) também figuram na agenda”, informa.

Segundo Caminha, os artigos 6.2 e 6.4, que regulamentam o mercado global de carbono, estão em fase de implementação de um registro internacional externo. O artigo 6.2 permite a transação de créditos entre países para o abatimento de emissões, enquanto o 6.4, substituto do MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo), impõe regras mais restritivas e exigentes, com debates em curso sobre a inclusão de créditos florestais.

Deste modo, chegamos ao ponto das NDCs. Caminha conta que este ano marca a apresentação das novas NDCs, válidas para 2031-2035, exigindo maior ambição para limitar o aumento da temperatura global. “A COP30 será palco para a apresentação dessas novas metas, cujo prazo foi estendido para setembro. Até o momento, 18 países, incluindo os Estados Unidos, apresentaram suas NDCs”, informa.

De acordo com Caminha, o Brasil apresentou sua nova NDC na COP29, em Baku, prevendo uma redução de 59,67% até 2035 (em relação aos níveis de 2005), o que equivale a 1,51 a 1,71 bilhões de toneladas de CO2 equivalente. Em 2022, as emissões brasileiras se situavam entre 1,05 bilhão e 850 milhões de toneladas de CO2 equivalente. “A divisão dessa meta entre os setores econômicos, tema em debate desde o ano passado, será essencial, com a expectativa de finalização dos planos de Mitigação do Clima até junho, consulta pública em julho e publicação em agosto”, expõe.

Após a palestra, os participantes tiveram a oportunidade de aprofundar o debate com perguntas pertinentes, refletindo as principais preocupações do momento. Entre os questionamentos, destacaram-se: “Como o Brasil garantirá a ambição das novas NDCs para atender às exigências climáticas?”; “Quais mecanismos de compensação ambiental estão sendo considerados na COP30?”; e “Como o Brasil pretende regular o mercado de carbono?”. O palestrante, Marco Antonio Caminha, agradeceu a participação e se colocou à disposição para futuras contribuições, reconhecendo a importância do diálogo contínuo.

 

Mais informações e entrevistas com o Grupo Desensus:

Sofia Jucon

Jornalista

E-mail: sofia.jucon@gmail.com

Tel./Whatsapp (11) 99613-2279

 

Foto de abertura: Global South Opportunities/Reprodução

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COP29 começa com expectativas de avanço no mercado de carbono e financiamento climático https://tecnews.agenciafluence.com.br/cop29-comeca-com-expectativas-de-avanco-no-mercado-de-carbono-e-financiamento-climatico/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=cop29-comeca-com-expectativas-de-avanco-no-mercado-de-carbono-e-financiamento-climatico https://tecnews.agenciafluence.com.br/cop29-comeca-com-expectativas-de-avanco-no-mercado-de-carbono-e-financiamento-climatico/#respond Tue, 12 Nov 2024 21:00:09 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=2087 A 29ª conferência do clima das Nações Unidas (COP29) começou nesta segunda-feira (11) em Baku, capital do Azerbaijão. Segundo especialistas, a expectativa para este ano é de avanços nas negociações climáticas, com foco principal no mercado de carbono, o qual muitos países expressaram decepção com a falta de clareza nas regras de comercialização de créditos […]

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A 29ª conferência do clima das Nações Unidas (COP29) começou nesta segunda-feira (11) em Baku, capital do Azerbaijão. Segundo especialistas, a expectativa para este ano é de avanços nas negociações climáticas, com foco principal no mercado de carbono, o qual muitos países expressaram decepção com a falta de clareza nas regras de comercialização de créditos estabelecidas pelo Artigo 6 do Acordo de Paris.

“O mercado de carbono é um catalisador vital para iniciativas de mitigação climática e transição sustentável. Se as regras forem bem definidas, podem acelerar a transição energética e ajudar os países a cumprirem suas metas de descarbonização”, destaca Gustavo Loiola, especialista em ESG e Gerente de Projetos Educacionais no PRME, iniciativa do UN Global Compact. Segundo ele, o objetivo deste ano deve ser criar um sistema global robusto que incentive práticas sustentáveis e permita transações financeiras com créditos de carbono entre países.

 

Compromissos da COP29

 

O financiamento climático também é uma preocupação urgente. O compromisso de 100 bilhões de dólares anuais, estabelecido para ajudar países em desenvolvimento na transição verde, vem sendo apontado como insuficiente. Para a conferência de Baku, há expectativa de uma nova abordagem mais robusta. “No contexto latino-americano, mecanismos financeiros sólidos são vitais para implementação de soluções de longo prazo”, pondera o especialista.

Além disso, essa será a primeira conferência após a divulgação do Global Stocktake, que revelou um progresso insuficiente das nações para atingir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Isso coloca ainda mais pressão sobre os líderes para revisar suas NDCs com maior ambição. “A COP29 precisa ser um ponto de virada em termos de compromissos. Espera-se que os países aumentem suas metas e tomem ações concretas antes da COP30 no Brasil”, complementa Gustavo Loiola.

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