Uma das ideias foi desenvolvida pela Brother, conhecida por suas soluções em impressão digital e com uma ampla linha para bordado e costura. A empresa utiliza o método DTG (Direct-to-Garment), ou seja, permite impressão direta no tecido, por exemplo. O modelo de impressora GTX Pro é capaz de customizar roupas e acessórios sob demanda de forma eficiente e sem desperdício de tinta e água, permitindo a criação de produtos únicos a partir de materiais já existentes.

“Entendemos que nossas soluções tecnológicas impulsionam esse movimento do upcycling, permitindo que empreendedores e marcas criem produtos sustentáveis e inovadores. Ao inserir no mercado equipamentos que promovem a personalização e o reaproveitamento de materiais, temos o objetivo de contribuir com a construção de um setor de moda mais consciente e responsável, e que traga retorno aos negócios do segmento”, comenta Paulo Akashi, diretor de Vendas da Brother.

Tingimento natural

Não podemos deixar de lado uma atividade milenar e que está ainda presente nesse conceito: o tingimento natural de peças. Açafrão, urucum, casca de cebola, beterraba e caroço de abacate são fontes naturais de corantes que, ao serem extraídos e manipulados corretamente, proporcionam cores sustentáveis aos acessórios.

Em Planaltina, DF, a empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) promoveu um curso de tingimento às artesãs do Grupo de Artesanato do Assentamento Pequeno William. As plantas utilizadas são colhidas nas propriedades das participantes, onde os encontros acontecem.

“O aprimoramento contínuo é essencial para o artesanato. Trabalhamos com capacitações mensais, considerando a disponibilidade das participantes, abordando temas como produção, finalização e comercialização. O objetivo é fortalecer a autonomia”, ressalta Sandra Evangelista, extensionista da Emater-DF, ao Jornal da Brasília.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: divulgação– Brother

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Hugo Silva Ito, professor do curso de Moda da UniCesumar de Maringá (PR), afirma que parte desses impactos ambientais foram incentivados pela moda rápida (fast fashion), que possui uma produção em massa alimentada pela alta demanda do público por roupas novas. “O fast fashion busca acompanhar as principais tendências da moda, que podem fluir rapidamente. Lançam novas coleções e roupas que se aproximam do que está mais em alta no momento. Essa alta produção exige enormes quantidades de água, energia e recursos não renováveis para se concretizar. Não à toa que a indústria de moda está somente atrás da agricultura no pódio de utilização de água”, explica.

Moda rápida

Como uma das possíveis soluções para esse cenário, o professor aposta na moda sustentável que, segundo ele se preocupa com a estética das peças e com toda a cadeia produtiva delas. “O movimento pensa nos materiais utilizados e a durabilidade do produto. Como benefício, contribui para a redução de descartes têxteis e mitiga os impactos ambientais”, pontua. Ito ainda menciona que, em moda sustentável, existe a categoria “upcycling”, termo em inglês que significa trabalhar com peças e materiais que já estão disponíveis e transformá-los em novos artigos, sem produzir mais lixo ou contribuir com a poluição.

Barreiras para adesão de práticas sustentáveis

Ito explica que, apesar da moda sustentável ser necessária e benéfica ao planeta, as grandes empresas enfrentam alguns desafios na adesão dessa prática. “Os materiais e meios sustentáveis de produção são, muitas vezes, mais caros que os convencionais, e, por conta do lucro, algumas empresas preferem continuar no sistema tradicional de fabricação. Além disso, exige todo um reposicionamento de marca enfatizando essa transição”.

“Por sorte, a pauta de sustentabilidade está cada vez mais em alta, e é nítido que boa parte das empresas estão se preocupando com isso e mostrando que estão fazendo diferente. A geração de hoje valoriza o cuidado com o meio ambiente e estão sempre de olho nos valores e ações das companhias”, detalha Ito.

Foto: Divulgação

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Para se ter uma ideia, nos EUA 17 milhões de toneladas de têxteis são descartadas anualmente, com apenas 15% recuperados para reciclagem, de acordo com dados da Environmental Protection Agency (EPA).“A reciclagem e reutilização de tecidos pela própria indústria têm um potencial significativo para reduzir os impactos ambientais. Muitas empresas multinacionais já estão investindo em tecnologias para reciclar fibras têxteis e transformá-las em novos produtos”, afirma Matheus Diogo Fagundes, CEO da multinacional.

EPR Sustentável em multinacional

Para mitigar tal demanda, a Audaces desenvolveu uma plataforma que automatiza várias etapas do desenvolvimento de produtos, desde o design até a produção, diminuindo erros e aumentando a precisão, o que resulta em menos material desperdiçado.

As soluções também eliminam a necessidade de impressões com fichas técnicas digitais e simulações virtuais, reduzindo o custo de peças-piloto em até 10 vezes, informa a companhia. “A integração de nossos sistemas do Audaces360 com ERPs [sigla para gestão de suprimentos] permite uma comunicação fluida entre departamentos, reduzindo processos em até 40% em alguns casos. A economia gerada pode chegar a 13% na matéria-prima, ou ainda reduzir o desperdício de material em mais de 15% com uma máquina de corte de alta precisão integrada à ferramenta”, analisa o gestor.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: reprodução

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O designer Luciano Pinheiro, que transforma subprodutos da indústria têxtil, alimentícia e agrícola em acessórios únicos, como bolsas, sapatos, cintos, carteiras, pochetes e itens de vestuário, desponta como o novo preferido de celebridades e influenciadores. Utilizando materiais como cascas, sementes, fibras naturais e resíduos têxteis, suas inovações sustentáveis incluem o uso de pele e escamas de peixe, que são subprodutos descartados nas zonas pesqueiras.

Famosas e sustentáveis

Recentemente e em uma colaboração inédita, o designer revelou sua primeira peça de alta moda, criada sob encomenda para a influenciadora La Robertita, que vestiu o modelo exclusivo no showroom de Magda Butryn e na primeira fila dos desfiles de Georges Hobeika e Rahul Mishra na Paris Fashion Week.

Conhecido por seu trabalho transdisciplinar, Luciano Pinheiro, que também se destaca por botar a mão na massa em todas as fases do processo, desde a modelagem até a operação da própria máquina de costura, trouxe elementos de rigidez, volumes e sinuosidades inspirados nos movimentos orgânicos das pedras e areias, refletindo suas raízes caiçaras. A peça usada por La Robertita foi confeccionada com palha de buriti, uma fibra natural da palmeira típica do Maranhão, com o uso da técnica de crochê, com peças elaboradas pela artesã parceira Cláudia Cristina, da Associação de Mães do Rio Grande, Maranhão.

“Sou designer de acessórios, mas amo moulage e técnicas manuais e sou fascinado por peças inusitadas ou complexas, e pela busca de novas formas e uso de materiais poucos valorizados. Amei o resultado”, detalhou.

O talento de Luciano Pinheiro também brilhou em outras ocasiões junto às famosas. A atriz Maria Gal usou uma criação sua no Baile da Vogue de 2024, e a cantora Lexa vestiu um top e uma bolsa confeccionada pelo designer para curtir o verão europeu com as amigas, entre elas a cantora Anitta. Além disso, seus acessórios estamparam um editorial nas páginas da última edição da Vogue Filipinas, com styling de Ale Dornelas.

Sobre Luciano Pinheiro:

Luciano Pinheiro é muito mais do que um designer de moda; é um visionário apaixonado por arte, cultura e sustentabilidade. Sua marca é impulsionada por um manifesto que transcende as tendências passageiras, buscando criar conexões significativas entre as pessoas e o mundo ao seu redor. Com um compromisso firme com a excelência artesanal, a inovação e a responsabilidade ambiental, Luciano Pinheiro continua a redefinir os padrões da moda brasileira, inspirando uma nova geração de criativos e consumidores comprometidos com o estilo consciente e autêntico.

Foto: Divulgação

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