Esse é só um exemplo de como alternativas mais sustentáveis estão na cabeça das pessoas e na ponta do lápis dos empreendedores e também está fomentando a criatividade para a adesão e planejamentos. Uma delas é da BMG Energia, do grupo mineiro BMG, que está desenvolvendo um projeto de energia fotovoltaica associada à produção de hidrogênio verde, no Sudoeste de Bahia.

Hub para energia limpa

A proposta é criação de um hub de geração de energia renovável e sustentável na região e foi recentemente apresentada pela direção da BMG Energia a Angelo Almeida, secretário de Desenvolvimento Sustentável do estado. “A Bahia tem energia limpa, abundante, segura e barata e isso faz o estado atrair investimentos. Temos a oportunidade ímpar de fazer parte do processo de neoindustrialização”, endossa Almeida.

Da reunião saiu um memorando de intenções e uma nova rodada de negociações.“A área pertence ao Grupo BMG, que já operou nela com diversas grandes culturas agrícolas, exceto o cacau. Estamos falando de mais de 40 anos de relacionamento do BMG com a Bahia, uma sinergia favorável ao desenvolvimento de negócios”, comenta Caio David, diretor de novos negócios do BMG Energia.

Com capacidade de produção de 12 giga watts por ano, o projeto está entre as rodovias BR-030 e BA-160, a 100km de Guanambi, e próximo à Ferrovia de Integração Oeste–Leste (FIOL), em construção. A propriedade da fazenda fotovoltaica abrange as cidades de Sebastião Laranjeiras, Palmas de Monte Alto e Iuiu.

Minas Gerais

Segundo números da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Minas Gerais lidera o ranking com maior concentração de usinas fotovoltaicas: 4.766,5 MW em operação e 2.651,8 MW em construção.

Entre as usinas que devem entrar em operação em breve no estado três foram construídas pela L8 Energy, especializada em distribuição e industrialização de sistemas fotovoltaicos, nos municípios mineiros de Perdões, Cláudio e Cordisburgo. As usinas foram construídas no sistema Full EPC, encomendadas por investidores. “A regulação do mercado de energia impulsionou o setor e tem atraído cada vez mais investimentos”, destaca o CEO Leandro Kuhn.

A companhia também L8 Energy foi a responsável pelo projeto em todas as etapas, desde o planejamento até a execução da obra. “Minas Gerais vem se destacando, principalmente por sua localização com alta irradiação solar, alta demanda e por ter uma rede elétrica robusta e bem distribuída”, arremata o diretor Guilherme Nagamine.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: divulgação

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“É o nosso primeiro passo, de oito, na geração de energia limpa e na descarbonização que faremos no estado. Estamos muito felizes com a conclusão da Usina de Clima e com o que está por vir”, comenta Rafael Gois, CEO do Grupo Fictor. Ele lembra que o complexo de Usinas de Presidente Epitácio (SP) e a Usina de Autazes (AM) são outros projetos em operação dentro da joint venture entre a Fictor Energia e a Enerwatt WTT.

Cluster de energia

A criação do cluster de Goiás é recente – surgiu em setembro de 2023 – trazida pela companhia goiana Enerwatt, empresa controlada pela WTT Participações, que faz parte da joint venture junto ao Grupo Fictor. A Enerwatt possui especialização e experiência de 18 anos no mercado e mais de 5 mil MW em projetos de geração, transmissão e distribuição. “Vimos uma oportunidade de negócios importante e fizemos a aquisição do projeto, que estava em seus primeiros passos, com outra companhia”, explica Renato Amaral, diretor comercial da Enerwatt / WTT.

Com a entrega da energia a cargo da distribuidora Equatorial, na ponta do cluster estão duas revendedoras de energia associadas ao projeto como Offtakers, em contratos de 20 anos. Dentro desse modelo, as usinas são alugadas para uma cooperativa de propriedade da Offtaker na qual se agrupam os seus clientes. Tendo como público-alvo os consumidores B3, classe comercial, que consomem 645 GWh/ano.

Boa parte do investimento do cluster (R$ 164 milhões) é estruturado por meio de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) – para aquisição de bens de capital e pagamento de despesas financeiras e pré-operacionais dos projetos – e o restante (R$ 30 milhões) é do próprio caixa da companhia.

Locais estratégicos

Além de Usina de Clima, na cidade de Cocalzinho de Goiás, localizada no centro do estado e no entorno de Brasília, estão previstas no cluster as unidades de: Caminho Aberto (Uruaçu), no norte do estado; Beleza (na cidade de Padre Bernardo); Futuro I (Bela Vista de Goiás); Futuro II (Águas Lindas de Goiás); Novel (Inhumas); Parabéns I (Pirenópolis), na região central; e Mundo Melhor II (Professor Jamil), no sul do estado.

Essas localidades foram estrategicamente escolhidas pela alta possibilidade de irradiação solar, com valores em torno de 5,0 kWh/m²/dia. O que indica um recurso de incidência quase 70% superior aos 3,0 kWh/m²/dia correspondentes à média solar da Alemanha – o país com maior capacidade energética por instalação fotovoltaica per capita no mundo.

Clima é uma das menores usinas do complexo, com 1,4 Megawatt pico de potência, enquanto outras cinco vão gerar pouco mais de 7 Megawatts pico cada. Com a conclusão do cluster no final deste ano teremos um total de 44 MWp em Goiás que gerará aproximadamente 78mil MWh de energia por ano. “É um volume de geração de energia fotovoltaica substancial. Queremos abrir uma nova perspectiva para os consumidores goianos, como os empresários do agronegócio, de que é viável e importante trabalhar com energia limpa, sustentável e que beneficia o meio ambiente ao reduzir emissões de carbono”, garante Abelardo Sá, Diretor de Energia e Infraestrutura do Grupo Fictor.

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