“A gestão de frotas está cada vez mais alinhada com a inovação tecnológica, o compromisso ambiental, a segurança e a humanização na gestão do trabalho dos motoristas”, ressalta Victor Cavalcanti, CEO da Infleet, startup baiana desenvolvedora de soluções para frotas.

O especialista frisa que investimentos em práticas sustentáveis, como a compensação de carbono e iniciativas para reduzir as emissões de gases poluentes, vão nortear esse mercado nos próximos anos, bem como tecnologias que permitam identificar, por exemplo, práticas de direção que possam aumentar o consumo de combustível e acelerar o desgaste dos veículos, contribuindo para uma manutenção mais acurada.

“Ao monitorar as condições de direção, por exemplo, conseguimos não apenas reduzir os custos operacionais, mas também auxiliar as empresas a reduzir suas emissões de poluentes, melhorando a eficiência do combustível e, consequentemente, contribuindo para um futuro mais sustentável”, explica Cavalcanti.

Biogás nos transportes

Outro potencial sustentável está no biogás. A Supergasbras, pertencente à SHV Energy, especializada mundial na distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), iniciou no Rio de Janeiro, localidade principal de suas operações, um projeto piloto com quatro caminhões movidos a uma mistura de diesel e biogás, sendo dois ao transporte de GLP envasado e dois para transporte a granel.

Segundo a companhia, o plano é expandir o projeto a mais 10 caminhões ainda neste ano, ampliando para 2% de sua frota pesada. Isso acontece após um pouco mais de um ano da introdução do primeiro caminhão elétrico para transporte de GLP a granel do mundo, que já reduziu a média de duas toneladas de CO₂ por mês, além de benefícios como menor custo de manutenção em comparação aos veículos a diesel.

“Em 2025, a frota elétrica será ampliada com a incorporação de novos caminhões, que substituirão parte dos veículos do canal de venda direta envasada. Com isso, 39% dessa operação passará a ser realizada com veículos elétricos, representando 8% da frota total de pesados”, comenta Fabiana Simões, gerente de logística, ao Transporte Moderno.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto:Divulgação Supergasbras

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Uma delas é entre a Luft Logistics que expandiu sua frota de veículos movidos a gás natural veicular (GNV) para o Nordeste, cuja rota atende as regiões de Campina Grande, PB, a cidade de Carpina, PE, por meio de um acordo entre a Luft Solutions, divisão da empresa especializada em logística para o varejo, e a Alpargatas, conhecida pelos chinelos Havaianas.

Frotas sustentáveis

“O uso de veículos a GNV busca substituir os modelos tradicionais a diesel, alinhando-se às metas de redução de emissões poluentes. O caminhão escolhido para rota tem autonomia de 650 km e potência de 460 cv, diminuindo em 16% as emissões de CO₂ e contribuindo para operações mais limpas e eficientes em longas distâncias”, explica João Roldão, gerente de Transportes da Luft Solutions.

Já a chinesa a XCMG lançou recentemente seu caminhão leve E3-10T, modelo 100% elétrico com zero emissão de poluentes. Com um Peso Bruto Total (PBT) de 10 toneladas, desenvolvido para operações de transporte urbano.

“O E3-10T conta com um motor de 270 cv e torque máximo de112,17 mkgf., além de uma bateria com capacidade de 107 kWh, que oferece uma autonomia de até 250 km, dependendo da rota e da carga”, frisa nota da empresa, ao site Transporte Moderno.

Cargas em voo

Muitos transportes de produtos são realizados em voos. Para se ter uma noção, a LATAM Cargo, afiliada de cargas do grupo LATAM, ampliou em 11% a sua capacidade de transporte semanal entre São Paulo e Manaus durante a alta temporada de fim de ano, com aviões cargueiros capazes de transportar 50 toneladas em cada voo.

Toda essa bonança não pode deixar de fora a sustentabilidade: as operações de passageiros e cargas do Grupo LATAM Airlines no Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru implementam seu sistema de gestão ambiental dentro Programa de Avaliação Ambiental da IATA (International Air Transport Association) – SGA IEnvA, que abrange Operações de Voo, Edifícios Corporativos e Manutenção, informa a companhia.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: divulgação

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Esse conceito permite adotar um modelo de gestão que visa a sustentabilidade, a responsabilidade social e uma governança ética e transparente. Empresas de todos os setores podem implementar ações nesse sentido, como é o exemplo que temos visto na gestão de frota em todo o país.

ESG na gestão de frotas

Por esse motivo, a equipe da LeasePlan | ALD Automotive, considerada líder global em mobilidade sustentável que oferece serviços de locação, terceirização e gerenciamento de frotas preparou os 11 passos de como aplicar ESG na gestão de frotas leves.

Confira a seguir:

1 – Estabeleça uma política de frotas mais sustentável

Elaborar uma política de frota é fundamental para estabelecer as normas e procedimentos que devem ser seguidos por todos os envolvidos. Ou seja, padronizar ações e processos para que haja sempre um roteiro a ser seguido, e de modo que os comportamentos sejam bem direcionados. Com uma política de frota mais verde, é possível definir o uso mais adequado dos veículos para que eles possam ser preservados, e também para que as operações sejam mais econômicas. Isso facilita o trabalho de gestão, evita mal entendidos e desigualdades.

A política de frota pode ser a ferramenta que permitirá uma gestão mais segura, com linhas claras sobre as responsabilidades e os deveres dos condutores.

Ela também pode ser a ferramenta que orienta o uso de biocombustíveis ao invés de combustíveis a base de petróleo e, ainda, instigue seus condutores a todos os melhores principios de transparência, responsabilidade e dever cívico no trânsito.

2 – Digitalize a gestão

Com os grandes avanços da tecnologia, já não há necessidade de fazer um gerenciamento baseado em papel. É possível fazer a digitalização dos processos para promover a sustentabilidade do setor.

Além de reduzir o consumo de insumos de dentro do escritório, digitalizar a gestão de frota otimiza o trabalho. É possível automatizar tarefas e fazer um controle muito mais eficiente, para reduzir o trabalho operacional e ter mais produtividade no dia a dia da sua gestão, permitindo realizar um gerenciamento mais transparente e sustentável.

3 – Faça parcerias estratégicas

Aqui não estamos falando somente dos parceiros que podem trazer alguma vantagem financeira para a empresa. Na verdade, como o foco é o ESG, o ideal seria buscar parcerias que permitam construir uma cadeia sustentável.

Procure observar a maneira como as empresas parceiras conduzem os seus próprios processos. É interessante dar preferência para os fornecedores que tenham certificações ou acreditações verdes. Verifique se essas empresas trabalham com os mesmos valores que você espera para o seu negócio. Dessa forma, o conceito de ESG se expande para toda a cadeia de suprimentos, gerenciando o impacto ambiental de todos os envolvidos.

4 – Busque a eficiência energética

Buscar fontes alternativas de energia para ter maior eficiência é um aspecto muito importante da implementação do ESG. Na gestão de frota é válido, por exemplo, estimular a adoção de práticas de direção que permitam otimizar o consumo de combustível, e ainda preferir as fontes renováveis.

Outra medida válida é construir uma frota optando por veículos mais eficientes em termos de consumo de combustível. De toda forma,é possível também optar pelos veículos elétricos. A possibilidade de iniciar a transição elétrica da frota tem grande valor para conscientizar os condutores.

5 – Tenha um cronograma de manutenção preventiva

Essa é uma medida muito simples, mas que também permite a adoção do ESG na gestão de frota. Isso acontece porque, quando estabelecemos um cronograma para fazer a manutenção preventiva dos veículos, prolongamos a vida útil deles, evitando as custosas manutenções corretivas, por desgaste prematuro dos componentes.

É uma forma de minimizar o impacto ambiental por meio da redução da produção de resíduos. A frota terá uma longevidade maior, evitando a necessidade de descartar ou trocar veículos em tempo menor que o previsto de renovação. Ao mesmo tempo, dependendo do tipo de manutenção realizada, podemos garantir mais eficiência no consumo de combustíveis, além de evitar a emissão excessiva de gases poluentes.

6 – Promova o desenvolvimento profissional

Essa é uma prática voltada para a dimensão social do ESG. Para isso, sua empresa pode intensificar os programas voltados para o desenvolvimento dos condutores. A ação é simples, porém, muito eficiente: basta oferecer capacitações e treinamentos.

É válido ressaltar que os ganhos são revertidos para a própria organização. Isso porque podemos observar quais são as necessidades da empresa e as condições da equipe agora, a fim de identificar habilidades e competências que podem ser desenvolvidas nesses profissionais para impactar de forma positiva nas soluções e nas rotinas da própria empresa.

Assim, é possível promover o crescimento profissional e pessoal dos talentos, e ainda ter uma equipe muito mais produtiva e eficiente. Lembrando que essa estratégia de valorização ajuda a atrair bons talentos e melhora a imagem da empresa, principalmente com o seu público interno.

7 – Responsabilidade financeira

Observando a dimensão da governança, você pode implementar o ESG na gestão de frota por meio de boas práticas de responsabilidade financeira. Os recursos destinados para essa área precisam ser muito bem aplicados, visando a melhoria contínua do trabalho realizado.

Inclusive, é interessante que os investimentos sejam direcionados para as práticas que também focam no modelo de gestão baseado em ESG. É essencial manter a transparência de tudo aquilo que está sendo feito, para realizar uma prestação de contas que comprove a ética e a integridade.

8 – Atue de forma ética e transparente

O gestor de frota precisa assumir uma postura ética e transparente não só em relação às finanças, mas no seu trabalho como um todo. Porém, conforme explicamos, o conceito de ESG precisa abraçar a todos. Sendo assim, é fundamental trabalhar o comportamento dos condutores para que eles tenham uma postura mais adequada.

O objetivo é de que dirijam com responsabilidade no trânsito, a fim de manter a segurança de todos que estão nele. Vale ainda orientar sobre a melhor forma de utilização da frota, para que existam um bom controle das rotas, um consumo eficiente de combustível e a preservação dos veículos.

Como explicamos, é necessário adotar práticas o quanto antes, trazer ideias e dar início às mudanças de uma forma gradativa. Muitas vezes, o desafio maior é a mudança de mentalidade e de cultura. Mas não se esqueça de que isso é fundamental para que o ESG seja incorporado à organização, e não apenas baseado em ações pontuais.

9 – Aumento de duração de contrato

O maior uso dos ativos necessariamente colabora para uma perspectiva mais sustentável. Se os veículos que fazem parte da sua frota não rodam intensamente, aumentar contratos em 12 ou até 24 meses pode fazer muito sentido.

10 – Mobilidade Alternativa e Compartilhada

Incentive seus condutores a priorizarem viagens em transporte coletivo, caronas, e uso de carro compartilhado. Há também a oportunidade de sua gestão implementar carros compartilhados. Um mesmo veículo pode atender uma comunidade imensa de colaboradores e assim, a necessidade de mais veículos, uso exacerbado de carros de aplicativos pode diminuir, além dos gastos diminuírem.

11 – Incentive a diversidade

O setor automotivo e de mobilidade é muito mais populado por homens do que por mulheres. Trazer mais mulheres para equipe de frotas, escutar mais as necessidades das condutoras pode fazer sua gestão mais inclusiva.

Foto: Reprodução

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