eventos extremos - Tecnews https://tecnews.agenciafluence.com.br Indústria e Meio Ambiente em Pauta Wed, 16 Apr 2025 13:00:09 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://tecnews.agenciafluence.com.br/wp-content/uploads/2025/08/cropped-TECNEWS-750x123xc-1-32x32.png eventos extremos - Tecnews https://tecnews.agenciafluence.com.br 32 32 Mudanças climáticas impactam na saúde mental de jovens e trabalhadores. Veja como enfrentar esse desafio https://tecnews.agenciafluence.com.br/mudancas-climaticas-impactam-na-saude-mental-de-jovens-e-trabalhadores-veja-como-enfrentar-esse-desafio/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=mudancas-climaticas-impactam-na-saude-mental-de-jovens-e-trabalhadores-veja-como-enfrentar-esse-desafio https://tecnews.agenciafluence.com.br/mudancas-climaticas-impactam-na-saude-mental-de-jovens-e-trabalhadores-veja-como-enfrentar-esse-desafio/#respond Wed, 16 Apr 2025 13:00:09 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=2834 Com a COP30 marcada para acontecer em Belém, no Pará, de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2025, o Brasil enfrenta a urgência de ações claras para mitigar os impactos do aquecimento global, incluindo investimentos em alternativas sustentáveis e a cessação do uso de combustíveis fósseis. Em 2024, o país registrou eventos extremos, […]

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Com a COP30 marcada para acontecer em Belém, no Pará, de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2025, o Brasil enfrenta a urgência de ações claras para mitigar os impactos do aquecimento global, incluindo investimentos em alternativas sustentáveis e a cessação do uso de combustíveis fósseis. Em 2024, o país registrou eventos extremos, como a maior enchente da história no Rio Grande do Sul, que afetou 2,4 milhões de pessoas, e incêndios florestais que destruíram 30,86 milhões de hectares.  Os desastres climáticos aumentaram 250% nos últimos quatro anos, impactando não só a infraestrutura, mas também a saúde emocional da população.

“As mudanças climáticas afetam a saúde mental, gerando estresse e uma crescente sensação de insegurança”, afirma Erica Siu, CEO da Caliandra Saúde Mental.

 

Como o calor extremo afeta a saúde o o bem-estar emocional?

 

A especialista destaca que a sensação de impotência diante das catástrofes naturais e extremos climáticos  atinge fortemente jovens e trabalhadores. “Nos ambientes de trabalho, por exemplo, o calor extremo pode reduzir a produtividade, aumentar os níveis de irritabilidade e prejudicar a capacidade de concentração dos colaboradores. A combinação de estresse térmico e a pressão por resultados pode  agravar problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão”, alerta.

Para os jovens, o calor excessivo tem impactos significativos na qualidade do sono e no aumento da ansiedade, fatores que dificultam o rendimento acadêmico e social. Erica enfatiza que eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, geram uma sensação constante de insegurança, afetando especialmente as novas gerações. “Os jovens estão cada vez mais conscientes dos desafios ambientais, com acesso a muitas informações, e podem desenvolver eco ansiedade, um estado de preocupação intensa com o futuro do planeta”, pontua.

 

Estratégias para enfrentar o problema

 

Para lidar com a questão, é essencial que as autoridades públicas, as empresas e as instituições de ensino adotem medidas eficazes para minimizar os efeitos na saúde da população.

“Além de proporcionar ambientes físicos mais confortáveis, com espaços climatizados e ventilados, é fundamental que as organizações implementem programas e estabeleçam estratégias de apoio psicológico. Oferecer suporte emocional e informações sobre como lidar com o estresse térmico pode fazer toda a diferença”, destaca.

Como minimizar os impactos?

  • Mantenha-se hidratado e em locais frescos sempre que possível;
  • Praticar técnicas de relaxamento, como respiração profunda e mindfulness;
  • Estabelecer rotinas de sono para minimizar os efeitos da insônia;
  • Buscar apoio emocional e profissional caso os sintomas afetem a qualidade de vida.

A especialista reforça a importância de campanhas educativas sobre os efeitos psicológicos das mudanças climáticas, além de investimentos em soluções sustentáveis para mitigar os impactos do aquecimento global.

“Proteger a saúde mental deve ser uma responsabilidade coletiva. O aumento das ondas de calor exige soluções práticas e sustentáveis, garantindo a qualidade de vida da população a longo prazo”, conclui.

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Mercado de climatização oferece opções mais sustentáveis para enfrentar eventos extremos https://tecnews.agenciafluence.com.br/mercado-de-climatizacao-oferece-opcoes-mais-sustentaveis-para-enfrentar-eventos-extremos/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=mercado-de-climatizacao-oferece-opcoes-mais-sustentaveis-para-enfrentar-eventos-extremos https://tecnews.agenciafluence.com.br/mercado-de-climatizacao-oferece-opcoes-mais-sustentaveis-para-enfrentar-eventos-extremos/#respond Wed, 29 Jan 2025 13:00:21 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=2425 Os eventos extremos que assolam o planeta, como as ondas de calor, por exemplo, despontaram um mercado que está em voga: o de sistemas de climatização. De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), em 2023, o mercado teve crescimento de 16% e, somente no primeiro semestre de 2024, foram […]

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Os eventos extremos que assolam o planeta, como as ondas de calor, por exemplo, despontaram um mercado que está em voga: o de sistemas de climatização.

De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), em 2023, o mercado teve crescimento de 16% e, somente no primeiro semestre de 2024, foram comercializadas 2.790.821 unidades de ar-condicionado.

 

Produtos para eventos extremos

 

Contudo, diante dos efeitos dos eventos extremos, os consumidores estão em busca não apenas de espantar o calor, mas também de adquirir produtos com menos ruído, menos poluentes e que ainda tenham diferenciais, como a possibilidade do uso racional energético. E não é para menos, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alerta que o resfriamento já é responsável por mais de 70% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE), e a demanda por conforto térmico deve triplicar até 2050.

Alguns modelos ainda utilizam gases como os CFCs (clorofluorcarbonetos) que, ao serem liberados na atmosfera, prejudicam a camada de ozônio. Porém, com a adoção do Protocolo de Montreal dos anos 1990, e os avanços das pesquisas, já existem opções menos agressivas ao meio ambiente.

“Os aparelhos sustentáveis utilizam gases alternativos, como o R22 e o R410a. Alguns fabricantes já utilizam o tipo R-32, que possui um impacto ainda menor”, explica Rene Marcelino Abritta Teixeira, doutor em Engenharia Elétrica e coordenador do curso de Engenharia Elétrica da FMU, ao Terra.

 

Climatizador evaporativo

 

Uma outra alternativa é o climatizador evaporativo, cuja diferença dele entre o ar-condicionado está por reduzir a temperatura de maneira eficaz, ao mesmo tempo em que filtra o ar para todo o ambiente de maneira uniforme.

“Com esse climatizador, é possível manter abertas as portas de galpões de indústrias, depósitos e outras estruturas. Sua tecnologia permite ainda a circulação de pessoas, sem que haja interferência ou prejuízos na climatização e renovação do ar”, explica o Juan Carlos Ormachea, que responde pela fabricante Ecobrisa, ao site Segs.

O empresário destaca ainda que o sistema é capaz de fornecer umidificação do ar em climas muito secos, além de redução na conta de energia, já que independem do princípio natural da evaporação da água para resfriar o ambiente, como é feito nos aparelhos de ar-condicionado comuns.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: divulgação

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Eventos climáticos extremos em 2024 reforçam a urgência de ações ambientais mais ambiciosas em 2025 https://tecnews.agenciafluence.com.br/eventos-climaticos-extremos-em-2024-reforcam-a-urgencia-de-acoes-ambientais-mais-ambiciosas-em-2025/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=eventos-climaticos-extremos-em-2024-reforcam-a-urgencia-de-acoes-ambientais-mais-ambiciosas-em-2025 https://tecnews.agenciafluence.com.br/eventos-climaticos-extremos-em-2024-reforcam-a-urgencia-de-acoes-ambientais-mais-ambiciosas-em-2025/#respond Wed, 18 Dec 2024 13:00:15 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=2268 O ano de 2024 ficou marcado por uma série de eventos climáticos extremos no Brasil e no exterior. No contexto do ano mais quente já registrado no planeta e que deve, pela primeira vez, superar o limite histórico de 1,5ºC de aquecimento, o País enfrentou impactos severos: enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, secas […]

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O ano de 2024 ficou marcado por uma série de eventos climáticos extremos no Brasil e no exterior. No contexto do ano mais quente já registrado no planeta e que deve, pela primeira vez, superar o limite histórico de 1,5ºC de aquecimento, o País enfrentou impactos severos: enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, secas históricas nos rios do Pantanal e da Amazônia, além de incêndios recordes que atingiram diversos biomas, causando prejuízos sociais que afetaram diretamente a vida de milhões de brasileiros.

Por outro lado, o período trouxe conquistas significativas, como a redução do desmatamento na Amazônia em 30% e no Cerrado em 25%, reflexo de medidas ambientais que apresentaram resultados em curto prazo. Outro marco importante foi a aprovação, em novembro, do projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, o primeiro passo para que o país cumpra suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), estabelecidas na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no âmbito do Acordo de Paris.

 

Combate aos eventos climáticos extremos

 

“A mudança climática é uma realidade que já impacta nosso presente. Os desastres registrados em 2024 são apenas o começo do que pode vir se não agirmos com urgência. Estamos progredindo em ações e políticas para conter o avanço desses problemas e a COP no Pará será uma oportunidade para o Brasil liderar as discussões globais para uma agenda voltada para a redução dos impactos ambientais”, analisa o economista Carlos Eduardo Young, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor titular e coordenador do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (GEMA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Como anfitrião do principal evento mundial sobre meio ambiente, o Brasil assumirá a responsabilidade de fortalecer as discussões sobre financiamento climático para países emergentes e superar as limitações da última edição, realizada no Azerbaijão. “A COP30 está sendo chamada de a ‘COP da Liberdade’, por abrir espaço para manifestações populares e da sociedade civil, além de ser um marco histórico ao ocorrer no coração da Floresta Amazônica — um bioma necessário não apenas para o clima do Brasil, mas para o equilíbrio climático global. Além de avançar nas negociações sobre financiamento, o evento será fundamental para a validação dos critérios da meta global de adaptação”, destaca Juliana Baladelli Ribeiro, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.

 

Confira fatos marcantes deste ano e as expectativas para 2025:

 

Enchentes no Rio Grande do Sul

Entre 26 de abril e 5 de maio, o Rio Grande do Sul enfrentou chuvas intensas, com precipitações acumuladas de até 800 milímetros, um volume até seis vezes superior à média histórica para o período. Esses temporais afetaram cerca de 2,4 milhões de pessoas, resultando em 183 mortes e dezenas de desaparecidos. De acordo com um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e do Grupo Banco Mundial, estima-se que o impacto econômico foi de R$ 87 bilhões, o que corresponde a quase 2% do PIB do estado.

 

Recorde em incêndios

Nos dez primeiros meses de 2024, os focos de incêndio apresentaram aumento expressivo em relação ao mesmo período do ano anterior, com altas de 51% na Amazônia, quase 70% no Cerrado e 600% no Pantanal. De acordo com a WWF-Brasil, os incêndios na Amazônia bateram recorde em uma série histórica de 17 anos; o Cerrado teve o pior ano desde 2012; e cerca de 30% do Pantanal foi devastado. O Relatório Planeta Vivo apontou uma redução média de 73% nas populações de vida selvagem monitoradas em cinco décadas. Além disso, de acordo com o Laboratório de Monitoramento de Satélites do Rio de Janeiro (LASA), 99% dos incêndios no Brasil são causados por ação humana.

 

Secas nos rios

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a seca de 2024 foi a mais extensa já registrada no Brasil, resultando na drástica redução dos níveis dos rios navegáveis. O Solimões, um dos principais afluentes do Amazonas, atingiu seu nível mais baixo já registrado em Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia. Em Tefé (AM), um de seus braços secou completamente, e o Lago Tefé, que no ano anterior perdeu mais de 200 botos-cor-de-rosa devido à seca, também secou, deixando esses animais ameaçados de extinção sem seu habitat natural.

 

Aquecimento do oceano e branqueamento dos corais

O oceano, responsável por regular o clima do planeta, atingiu temperatura recorde em 2024, sendo fevereiro, março e abril os meses com máximos de temperatura superficial do oceano, com registros de 21,17 graus, segundo o NOAA Optimum Interpolation SST (OISST). Esse aumento de temperatura desencadeou o maior evento de branqueamento de corais já registrado, afetando 77% dos recifes do mundo até outubro de 2024. O fenômeno ocorre quando os corais, expostos ao estresse térmico, expulsam as algas simbióticas que vivem em seus tecidos, deixando-os brancos, frágeis e vulneráveis a doenças.

“A temperatura do oceano está acima do esperado há 10 meses e, infelizmente, quase ninguém percebe a relevância disso. É como se o nosso corpo estivesse sistematicamente com febre, indicando que algo está muito errado, e continuássemos a viver da mesma forma, sem nos preocupar”, compara Ronaldo Christofoletti, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do Grupo Assessor de Comunicação para a Década do Oceano da UNESCO.

 

Ondas de calor

Em 2024, o Brasil enfrentou ondas de calor constantes. Todos os meses registraram temperaturas acima da média histórica (1991-2020), segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) e, até outubro, foram registrados nove episódios desse fenômeno climático extremo. Isso ocorre sobretudo nas “ilhas de calor”, espaços onde a combinação de superfícies impermeáveis, como concreto e asfalto, e a intensa atividade urbana geram acúmulo de calor, fazendo com que as temperaturas nas cidades sejam muito mais altas do que nas áreas rurais ao redor. Esse efeito é intensificado pela falta de vegetação e pela escassez de áreas verdes.

 

Desmatamento

A taxa de desmatamento na Amazônia caiu 30,6% entre agosto de 2023 e julho de 2024, totalizando 6.288 quilômetros quadrados de área desmatada, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa redução em relação ao período anterior, quando a área desmatada foi de 9.064 quilômetros quadrados, reflete uma diminuição significativa nas atividades ilegais na região. No Cerrado, a perda de vegetação também apresentou queda de 25%, atingindo 4.435 quilômetros quadrados. Esses resultados fazem parte do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que indica a menor taxa registrada na Amazônia desde 2017, sinalizando um avanço no combate à devastação ambiental.

 

COPs

A COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, em novembro, resultou em um acordo que estabelece um financiamento climático de US$ 300 bilhões por ano até 2035 para apoiar países em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas. O texto final destacou a urgência de aumentar as ambições e as ações nesta “década crítica” e reconheceu que há um “fosso” entre os fluxos de financiamento climático e as necessidades. Já a COP16 ocorrida em outubro, em Cali, na Colômbia, terminou sem um acordo sobre como financiar as ações necessárias para deter a destruição da biodiversidade até 2030 e cumprir as metas estabelecidas dois anos antes pelo Marco Global da Biodiversidade.

“Devíamos ter avançado muito mais na COP29. O maior motivo de frustração foi o financiamento, já que o próprio Fórum Mundial estima que os custos relacionados às mudanças climáticas alcancem cerca de US$ 1,73 trilhão por ano. Esse valor abrange tanto os gastos com a transição energética e adaptação quanto os custos de reparação pelos diversos eventos climáticos adversos que afetam diferentes países. O montante aprovado ficou muito aquém do esperado, parecendo mais uma correção para ajustar inflação e juros. Além disso, não ficou claro quem irá arcar com essa conta, deixando várias questões sem respostas”, explica Juliana Baladelli Ribeiro, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.

 

O QUE VEM POR AÍ…

 

Mercado de Carbono

A Câmara dos Deputados aprovou neste ano o projeto de lei que cria um mercado regulado de carbono no Brasil, estabelecendo limites para a emissão de gases de efeito estufa. Caso as empresas ultrapassem esses limites, deverão compensar as emissões adquirindo créditos de carbono. O objetivo é reduzir as emissões e contribuir para o enfrentamento das mudanças climáticas. Se sancionado, em 2025, deve ser discutida sua regulamentação, como definições técnicas e desenvolvimento de banco de dados. A implementação está prevista para ocorrer em três a cinco anos.

A regulamentação do mercado dá ainda mais destaque aos manguezais brasileiros, que têm potencial para gerar R$ 48 bilhões em créditos de carbono, considerando o valor praticado no mercado voluntário. O valor tem potencial para chegar a R$ 1,067 trilhão, impulsionando a transição para uma economia de baixo carbono. Os cálculos fazem parte do estudo inédito “Oceano sem Mistérios: Carbono azul dos manguezais”, lançado neste ano pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e pelo projeto Cazul.

“Estamos avançando, mas ainda com grande atraso. Limites de emissão estão em vigor na União Europeia há mais de 20 anos, assim como em outros países. O Brasil tem tentado se adaptar depois de uma longa resistência a essa ideia, uma vez que os emissores se opunham ao controle de emissões, argumentando que isso prejudicaria nossa competitividade. No entanto, essa resistência nos deixou para trás. Agora, estamos finalmente tentando recuperar o tempo perdido ao avançar na legislação, mas é importante ressaltar que os resultados concretos dessa mudança só serão vistos a partir do final desta década”, considera o economista Carlos Eduardo Young, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor titular e coordenador do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (GEMA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 

COP30

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém (PA), em novembro de 2025, promete atrair mais de 40 mil participantes, conforme estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Desse total, cerca de 7 mil pessoas fazem parte da chamada “família COP”, composta pelas equipes da ONU e pelas delegações dos países membros. Entre os principais temas da conferência estão a redução das emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas, o financiamento climático para países em desenvolvimento, as tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, além da preservação das florestas e da biodiversidade. Também será abordada a justiça climática, com ênfase nos impactos sociais das mudanças climáticas.

 

Adaptação às mudanças climáticas

Diante do crescente número de episódios de eventos climáticos extremos ocorridos recentemente, a adaptação às mudanças climáticas torna-se tema essencial nas discussões para preparar as cidades, a sociedade e os negócios para tais situações. As Soluções Baseadas na Natureza entram neste contexto como parte da estratégia de enfrentamento e mitigação dos impactos provocados por enchentes, longos períodos de estiagem, avanço do mar, ilhas de calor, entre outros. A natureza oferece inúmeros benefícios a partir da sua conservação e deve ser cada vez mais considerada em planejamentos de adaptação.

 

Conferência do Oceano

Em junho de 2025, será realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, com o objetivo de promover ações urgentes para a conservação do ambiente costeiro-marinho. O evento promoverá o diálogo entre governos, sociedade civil, setor privado e comunidades locais, buscando fomentar parcerias e discutir soluções concretas. Como resultado, busca-se aprovar o “Plano de Ação do Oceano de Nice”, com compromissos voluntários e diretrizes para ações futuras.

 

“Nossa sobrevivência depende da saúde do oceano. Ele sustenta a vida como a conhecemos, além de desempenhar funções essenciais na regulação do clima, fornecimento de alimentos e produção de oxigênio. Precisamos reverter as pressões que têm colocado em xeque a sobrevivência de ecossistemas e da vida marinha, como o aquecimento do mar, a poluição, a destruição de habitats e a pesca excessiva”, explica Janaína Bumbeer, gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.

 

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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Mudanças Climáticas: Resiliência e Regeneração https://tecnews.agenciafluence.com.br/mudancas-climaticas-resiliencia-e-regeneracao/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=mudancas-climaticas-resiliencia-e-regeneracao https://tecnews.agenciafluence.com.br/mudancas-climaticas-resiliencia-e-regeneracao/#respond Wed, 29 May 2024 17:00:47 +0000 https://fitecambiental.com.br/?p=1082   Por Claudia Coser   Desde o início da Modernidade, acreditávamos que tínhamos domínio sobre a natureza. Exploramos recursos naturais à exaustão, consumimos desenfreadamente. A humanidade – reles mortais aos líderes globais – sequer levou a sério os sinais de esgotamento da natureza. Cientistas, ativistas e pessoas mais atentos, por décadas foram apelidados de “ecochatos”. […]

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Por Claudia Coser

 

Desde o início da Modernidade, acreditávamos que tínhamos domínio sobre a natureza. Exploramos recursos naturais à exaustão, consumimos desenfreadamente. A humanidade – reles mortais aos líderes globais – sequer levou a sério os sinais de esgotamento da natureza. Cientistas, ativistas e pessoas mais atentos, por décadas foram apelidados de “ecochatos”. Em pouco mais de um século, conseguimos a façanha de ficarmos “obsoletos” em menos de uma semana – mas aprendemos pouco, quase nada sobre como sermos simbióticos com a natureza. Avançamos muito tecnologicamente, perdemos de vista o essencial: poluímos o ar que respiramos, a água que bebemos, os oceanos, diminuímos a biodiversidade, levamos à extinção, ou perdemos de vista mais de 500 espécies de animais do Planeta. As mudanças climáticas se apresentam como o “grito” de um planeta em exaustão, destacando a importância da resiliência e regeneração.

Agora,o jogo virou.  Estamos numa década em que nos tornamos vulneráveis, testemunhando enchentes, estiagens prolongadas e tornados com cada vez mais frequência, demonstrando um desequilíbrio climático que reflete nossa desconexão com as leis que regem a natureza. O pretenso domínio sobre a natureza, estabeleceu uma relação de controle como recurso e matéria – quando deveríamos pensar como vida que pulsa junto de nós, dentro de nós. Essa ciência não implica em subjugá-la, mas numa simbiose entre nós e a natureza que nos permitisse a construção de saberes diversos.

É muita prepotência de nossa parte acreditar que podemos existir no planeta às custas da exaustão dos recursos naturais. É uma insanidade acreditar que esses recursos seriam infinitos. Muitos até são renováveis, porém, isso não significa que o processo de renovação ocorra na mesma velocidade do nosso consumo.

Resiliência e Regeneração

 

Não importa se você acredita em mudanças climáticas, em crises climáticas, conspirações, eras glaciais, apocalipse, narrativas, o que quer que seja. Uma coisa é fato: as precipitações climáticas estarão cada vez mais frequentes, intensas e instáveis. O planeta vem aquecendo a proporções mais elevadas em função da acelerada atividade produtiva, industrial e humana.

A partir de agora, precisaremos pensar e agir focados na Resiliência e Regeneração. Daqui para frente, governos, empresas, terceiro setor, sociedade civil e cada um de nós precisará agir nesses dois movimentos, de modo a estabelecermos condições para o presente e futuro.

RESILIÊNCIA:

  1. Para enfrentar os desafios pós-eventos climáticos: gestão de crises, reconstrução de casas, comunidades, cidades;
  2. Para recomeçar de maneira adequada, integrada com os imperativos humanos e da natureza;
  3. Para repensar as cidades, os espaços de modo a avaliar os desafios e estabelecer políticas públicas e investimentos que reúnam condições para monitorar e se preparar para mitigação dos efeitos provocados por eventos climáticos intensos;
  4. Para reestruturar negócios de modo a se antecipar à materialidade dupla, ou seja, os negócios afetam as dimensões ambientais, e serão cada vez mais afetados pelos efeitos da natureza;
  5. Para cada um de nós, que precisará estar mais atento aos desafios climáticos, sobre o próprio cotidiano e sobre a própria vida. Hoje, centenas de famílias no Rio Grande do Sul estão fazendo migração climática: são pessoas que não se sentem mais seguras voltando para onde viviam há décadas. Elas se juntam as 32 milhões de pessoas que já migraram no mundo em um ano.

A Resiliência deverá estar na gestão pública, privada e no cotidiano das pessoas, nas dimensões físicas, comportamentais e materiais.

REGENERAÇÃO:

O segundo movimento a ser dado pela humanidade, é o de regenerar a natureza e a nós mesmos, enquanto viventes do Planeta Terra. Isso inclui:

  1. Agir de um modo consideravelmente mais sustentável;
  2. Consumir itens que realmente precisamos – não pelo que desejamos – de maneira responsável e cuidadosa com o planeta e com as pessoas. Para se ter ideia, temos roupas em lixões capazes de vestir 6 vezes a população mundial.
  3. Empresas portadoras do futuro serão aquelas que investem em novos materiais menos poluentes, que fabricam produtos que não geram lixo, apostam na transição para energias limpas e ecoeficientes;
  4. Economias Regenerativas, novos negócios capazes de regenerar a vida do planeta – rios, oceanos, solo, fauna e flora.

Em síntese, enquanto humanidade em sociedade, precisamos pensar concretamente sobre como mitigar os efeitos do que já está acontecendo, como podemos monitorar novos eventos para nos anteciparmos e sermos mais resilientes.

E ainda há tempo, para buscarmos a regeneração da vida: nossa e do planeta – somos um – em unidade, estabelecendo uma interação de simbiose e colaboração mútua.

Claudia Coser

Doutora em Administração e referência para ESG. Fundadora da Plataforma Nobis focada em projetos regenerativos socioambientais.

Fotos: reprodução

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