Aliás, uma pesquisa feita pela Kerry, companhia do ramo de ingredientes, divulgada no site Food Connection, apontou que um terço dos consumidores está interessado em alimentos com prazo de validade maior, bem como 82% buscam por produtos que contam com ingredientes de origem natural e 98% se esforçam a evitar desperdiçar.

Menos desperdício com o Shelf-Life

“As pessoas compreendem o papel dos conservantes nos alimentos e, sejam naturais ou artificiais, não os encaram como substâncias necessariamente prejudiciais. Elas acreditam que são importantes e desde estender e manter a qualidade ao longo do prazo de validade até garantir que os produtos sejam seguros para consumo”, afirma Virginia Traldi, vice-presidente de Marketing da Kerry para a América Latina.

A executiva aponta ainda que o bom papel cumprido pelos conservantes, na opinião dos mais de 5 mil respondentes da pesquisa (Brasil e exterior), está associado a dois segmentos: o de proteína animal e da panificação. “A tendência é garantir a segurança dos produtos com rótulo limpo ou ingredientes conhecidos do consumidor como vinagres especiais, por exemplo”, arremata Traldi.

Embalagem

Voltando aos números, levantamento da Food Law and Policy Clinic (FLPC) mostrou que o Brasil perde 42% do seu abastecimento alimentar por ano. Uma das saídas seria o armazenamento em embalagens que asseguram a “vida útil” desse alimento.”A embalagem com tecnologia shelf-life assegura o sabor, textura, aroma e aparência dos alimentos e é fundamental na garantia da segurança alimentar e redução do desperdício no mundo. Acondicionado corretamente, essa bebida ou comida chega ao consumidor final em perfeitas condições”, ressalta Assunta Napolitano Camilo, diretora do Instituto de Embalagens, que há mais de duas décadas promove cursos a profissionais do setor da indústria de bens de consumo sobre a importância de desenvolver embalagens melhores para um mundo melhor.

Além do transporte, embalagem e armazenamento, composição e formulação, processamento e contaminação cruzada também são fatores que afetam esse prolongamento de consumo. A diretora destaca ainda que embalagens com shelf-life atendem à tendência de consumo relacionada à saúde, já que produtos fora do prazo de validade podem desenvolver microrganismos patogênicos, como bactérias e fungos, que representam riscos à saúde.“A busca por aumentar o shelf-life leva à inovação no desenvolvimento de novos materiais e tecnologias de embalagens, que possam, por exemplo, indicar condições do produto, com barreiras aprimoradas contra oxigênio, umidade, luz e a vácuo. Vale lembrar que de 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão associadas à perda de alimentos, segundo a Organização das Nações Unidas”, pontua.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: divulgação

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Trata-se do Programa EmCicla já destinou corretamente mais de 55 mil toneladas de embalagens à reciclagem e, desde 2023, aprimorou a sua atuação por meio do blockchain. Essa tecnologia cria um registro seguro e imutável de transações, garantindo a transparência e a rastreabilidade em cada etapa da cadeia de reciclagem, desde a coleta até o processamento do material.

Reciclagem de óleo

Desde o primeiro ano de colaboração, o EmCicla possibilitou a logística reversa de 8 mil toneladas de materiais reciclados com o apoio de organizações de catadores de materiais recicláveis, representando 80% do volume reciclado no período, impactando positivamente 33 cooperativas espalhadas pelo território nacional, e mais de 800 cooperados.

Entre as principais ações desenvolvidas estão obras visando a melhoria de infraestrutura, aumento de renda dos cooperados e compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), explica Aline Lazzarotto, coordenadora de sustentabilidade da ABIOVE:“Os resultados dessa parceria representam um avanço do setor, com um número recorde de organizações de catadores atendidas, e recuperação do mesmo material utilizado nas embalagens de óleo”, conta.

Já para Renato Paquet, fundador e CEO da Polen, a parceria surge de uma necessidade não apenas para o cumprimento da legislação brasileira à logística reversa,mas trazendo consigo a junção da tecnologia com os propósitos do ESG na transformação climática e sustentável.

“Além das ações que visam mudar as condições de vida dos catadores de materiais recicláveis que estão na linha de frente da logística reversa, esse propósito traz condições dignas de trabalho, remuneração adequada e aprimoramento da infraestrutura e gestão do setor. Essa é nossa maior meta”, frisa Paquet.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: reprodução

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