E, o cenário pode piorar quando esse trabalho não tem planejamento e embasamento: segundo estudo da agência de classificação de risco de crédito Bells & Bayes Rating Analytics, baseada em informações prestadas por 191 das 193 empresas no Novo Mercado da B3 em Formulários de Referência à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), observou que 63% publicaram documento a título de Relatório de Sustentabilidade, mas apenas 29% foram auditadas ou obtiveram certificação externa.

“Em um contexto no qual os investidores levam cada vez mais em consideração as informações ESG para tomada de decisão na hora de alocar capital, o estudo sugere que a falta de verificação externa, capaz de inibir a propagação de relatos equivocados e a promoção do greenwashing, tende a despontar como desafio a ser superado internamente”, afirma Wesley Mendes, um dos autores do estudo, ao InvesTalk, do Banco do Brasil.

Jornada sustentável

O Bureau Veritas, globalmente conhecido por sua atuação com Teste, Inspeção e Certificação (TIC), lançou recentemente a Jornada Sustentável, solução que pode ajudar pequenas e médias empresas brasileiras alcançarem suas metas ESG, atendendo as necessidades específicas de cada setor.

Segundo a consultoria, a iniciativa combina inovação, estratégia e personalização para ajudar as organizações a enfrentarem os desafios da sustentabilidade, ao longo de 12 meses, por meio de cinco etapas, que se inicia no diagnóstico ESG, com uma avaliação detalhada para identificar o status atual da empresa em relação a práticas sustentáveis, assim é possível analisar riscos e oportunidades, além de capacitar colaboradores e líderes no tema.

“Reunimos quase 200 anos de experiência contribuindo para construir um mundo de confiança e os últimos anos focados no desenvolvimento de soluções sustentáveis. A Jornada Sustentável abre um novo capítulo na maneira como as empresas podem integrar a sustentabilidade em seus processos, proporcionando os recursos necessários para avançar em conhecimento para a definição, implementação e acompanhamento de metas ESG, alinhado com as expectativas globais”, diz Andressa Lisboa, diretora de Certificação do Bureau Veritas.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: reprodução

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“O movimento está ancorado em discussões globais sobre mudanças climáticas, os seus efeitos e soluções. O envolvimento do setor na área é essencial, já que é responsável por uma parte considerável não só das emissões de gases do efeito estufa como pela extração de recursos naturais”, comenta Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil (GBCB), órgão não governamental responsável por atestar e certificar os projetos como sustentáveis no país, ao Estadão.

Segundo estudo do GBCB, houve um aumento de 40% em construções verdes residenciais em 2023, de oito para 20 empreendimentos. Ou seja, projetos e ações que priorizam a gestão controlada de recursos naturais, como a água, o uso de energia solar, o aproveitamento da iluminação e da ventilação natural, a gestão de resíduos com foco na reciclagem e reaproveitamento, o conforto térmico e acústico e a redução da emissão de poluentes gasosos estão na maioria dessas construções.

Certificação para construções de luxo

Além das práticas sustentáveis, esses negócios também estão capacitando pessoas e as próprias obras para obtenção de certificações importantes, como a ISO 9001 e 14001, com um sistema de gestão integrada para processos e operações do negócio e a entrega de rigorosos padrões de qualidade ambiental.

“O mercado de construção de luxo precisa cada vez mais se adequar às demandas por sustentabilidade. Respeitar os ecossistemas locais e oferecer um estilo de vida sustentável amplia a competitividade, especialmente em regiões de grande apelo turístico e urbanístico como Santa Catarina”, pontua Paula Gessele, vice-presidente daGessele Empreendimentos, empresa catarinense do setor, com construções na cidade de Itapema, inclusive com parceira com a prefeitura local.

A companhia implantou o programa Eco-Royal, em que faz um balanço das iniciativas realizadas para minimizar o impacto ambiental dos empreendimentos, como gestão de resíduos, ações de educação ambiental, tratamento de efluentes, além de receber em o Selo Social Itapema 2023, que premia empresas que alinham suas práticas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU.

“É o nosso compromisso com o bem-estar da comunidade e o meio ambiente, além de fortalecermos nosso papel de cidadão corporativo. Viabilizamos práticas sustentáveis que são essenciais para proteger recursos e a natureza, melhorando o presente e beneficiando as futuras gerações”, comemora João Conhaqui, presidente da empresa.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Rafael Arbex / Estadão

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O selo foi recebido nas três unidades pertencentes ao grupo, em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Primavera do Leste, todas no estado de Mato Grosso, e para conquistar a certificação, a FS implantou um sistema de gerenciamento e passou por auditorias internas e externas.

De acordo com a FS, em seu escopo, desenvolve ações em torno de metas até 2030, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Acordo de Paris, sendo disponíveis em seu site.

ISO 14001 e ISO 45001 alinham meio ambiente e saúde no trabalho

A empresa, pioneira no Brasil no uso desse cereal (segunda safra) em 100% da produção, também recebeu a ISO 45001, que atesta o seu sistema de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho (SST), ou seja, especifica requisitos de identificação e cumprimento em relação à saúde ocupacional.

“Ambas as certificações mostram que a FS está alinhada às normas de meio ambiente, saúde e segurança, realizando os processos nas três fábricas em conformidade com os estabelecidos pelo órgão regulador para mitigar riscos e garantir a segurança e integridade das nossas fábricas e de todos os nossos colaboradores”, enfatiza Daniel Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: divulgação

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