Sustentabilidade

Setor sucroenergético alinha suas operações com compromisso ambiental

Setor sucroenergético alinha suas operações com compromisso ambiental - Fitec Tec News

Do plantio até as operações, o setor sucroenergético se alinha em operações ambientalmente resilientes, mitigando impactos e se adequando ao conceito ESG. Uma das novidades foi a promulgação da Lei 15.082/24 (alteração da Política Nacional de Biocombustíveis – RenovaBio), que garante ao produtor de cana-de-açúcar destinada ao biocombustível a participação nas receitas obtidas com a negociação de créditos de descarbonização (CBios), o que anteriormente era exclusiva das usinas produtoras de etanol. As ações aceleram o compromisso ambiental do setor.

De acordo com a Bonsucro, principal organização global sem fins lucrativos no segmento, muito embora essa cultura seja pautada no uso intensivo de recursos, ao ser produzida de forma responsável, tem potencial para reduzir emissões, sequestrar carbono e melhorar a saúde do solo. Em números, 68% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na produção de açúcar e etanol ocorrem durante o cultivo.

Dados da entidade sobre a safra 2023/24 mostram ainda que os produtores certificados Bonsucro reduziram, em média, 14% das emissões de GEE na produção de açúcar em cinco anos. “É uma cultura importante, mas precisamos transformar a forma como ela é cultivada. Fazemos um apelo ao setor para intensificar seus esforços na proteção da natureza, combate às mudanças climáticas e respeito aos direitos humanos, construindo um futuro mais resiliente e sustentável”, afirma Danielle Morley, CEO da Bonsucro, ao RPA News.

Biofábrica e o compromisso ambiental

Outro ponto desse compromisso ambiental é o desenvolvimento de estruturas que unam sustentabilidade, eficiência e inovação. Uma delas é a São Martinho, que inaugurou recentemente uma nova biofábrica tem como objetivo a produção em larga escala da microvespa Trichogrammagalloi, que atua no controle biológico da broca-da-cana (Diatraeasaccharalis).

Com investimento de R$ 15 milhões, em Pradópolis, SP, a fábrica é considerada pioneira no segmento, com foco no Manejo Integrado Total (MIT), que combina tecnologia, ciência e responsabilidade ambiental, pois 85% do controle de pragas é realizado por meio de agentes biológicos, reduzindo significativamente o uso de defensivos químicos no cultivo.

Segundo a empresa, o diferencial está na produção própria do hospedeiro alternativo Ephestiakuehniella, essencial no desenvolvimento do Trichogramma. “Somos únicos no Brasil com domínio completo dessa cadeia, desde a criação do hospedeiro até a aplicação em campo. Isso contribui para consolidarmos como protagonista na adoção de biotecnologia voltada ao agronegócio, aliando ciência, tecnologia e sustentabilidade em prol da produtividade, do respeito ao meio ambiente e de um resultado financeiro consistente para a companhia”, destaca Luís Gustavo Teixeira, Diretor Agrícola e de Tecnologia da São Martinho.

Com capacidade de moagem de 27 milhões de toneladas por safra, sendo 24,5 de cana-de-açúcar e 2,5 de milho equivalente (500 mil toneladas), a companhia conta com índice máximo de mecanização de colheita de 100%.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto:Divulgação – São Martinho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *