Sabemos que cada vez mais as tecnologias avançam e os dispositivos precisam acompanhar essa mudança célere e constante. Resultado: um acúmulo de equipamentos obsoletos, e muitas vezes ficamos no impasse de onde e como descartá-los.
“Segundo a ONU, em 2019, o mundo já produzia mais de 54 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos. O Greenpeace, apresenta em seus relatórios que menos de 20% dos celulares descartados são reciclados de alguma forma”, alerta Samuel Barros, colunista na revista Exame.
Setor de Telecomunicações
A boa notícia é que muitas empresas do setor de telecomunicações, lojas de celulares, operadoras e a indústria estão ofertando a logística reversa para suprir essa demanda. Para se ter ideia, dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2021, mostram que o volume de materiais reciclados por meio dessa prática reversa aumentou 10,4% em relação a 2020.
No entanto, é importante ressaltar que esse crescimento não é uniforme para todos os tipos de materiais. Carlos Tanaka, CEO da PostalGow, empresa de soluções logísticas em telecomunicações, destaca a importância dessas mudanças. “A implementação de políticas mais rigorosas tem sido essencial para o avanço da logística reversa. As empresas e os consumidores estão mais conscientes de suas responsabilidades e a tecnologia tem facilitado o processo”, afirma o gestor.
TI Verde
Outra aposta é trabalhar com a chamada TI Verde, também conhecida como computação sustentável. Trata-se da aplicação de práticas e tecnologias que minimizam o impacto ambiental dos sistemas de informação.
Barros, da Exame, explica que a disposição de dispositivos fabricados para durarem mais, com capacidade de serem reutilizados, com uso eficiente de energia, alinhados com a reciclagem responsável auxiliam nesse ciclo, impedindo, por exemplo, que substâncias tóxicas presentes em componentes eletrônicos contaminem o solo e a água.
“As etapas da logística reversa de materiais de tecnologia englobam desde a coleta, passando pela triagem até o tratamento e descarte de resíduos não aproveitáveis. Nesse ponto, infelizmente, é importante entender que nem todos os materiais podem ser reciclados ou reutilizados. Os remanescentes devem ser tratados de forma segura para minimizar o impacto ambiental, o que inclui a incineração controlada ou o descarte em aterros sanitários projetados para lidar com resíduos eletrônicos”, arremata o profissional.
No caso da PostalGow, empresa de Carlos Tanaka, foi desenvolvida a plataforma DevolvaFacil, cujo foco é facilitar a devolução de equipamentos. “Nossa expectativa é que a combinação de avanços tecnológicos, novas regulamentações e a crescente conscientização ambiental impulsione essa prática no país. Estamos apenas no começo de uma revolução sustentável e as empresas que abraçarem essa mudança estarão liderando um futuro mais verde e eficiente”, conclui Tanaka.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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