Antes de refletir sobre o uso sustentável de tecidos, se faz necessário também repensar sobre a fiação, tão importante na confecção de peças e na sua durabilidade. É o caso da fabricante Döhler, de Joinville, SC, que produziu toalhas de praia que leva em sua composição fios de garrafa PET.
Segundo a empresa, a linha Solaris retirou do meio ambiente 6,5 mil garrafas PET de 500 ml pós-consumo. As primeiras 500 toalhas foram produzidas no início de 2025 e destinadas a uma ação promocional. A tecnologia desse tipo de fiação já é desenvolvida pela marca desde 2023, na produção de cortinas, em que foram retiradas 654,5 mil garrafas.“Isso faz parte da cultura da nossa empresa, que investe em maquinários e processos para gerar menos impacto. Vamos continuar investindo em produtos amigos do meio ambiente, atendendo também aos novos padrões de consumo”, conta Marco Aurélio Braga, head de comunicação e marketing da empresa, ao portal FIESC.
Essa pegada também se espraia na empregabilidade. Em Mato Grosso do Sul, dados do Panorama Geral da Indústria da Confecção de 2024 mostram que o estado conta com 225 empresas ativas, gerando 3.118 empregos formais, com salário médio de R$ 1.680. A capital, Campo Grande, concentra 52,5% dos postos.
Um dos impulsos é a implementação da Rota Bioceânica, um projeto estratégico que vai ligar o município sul-mato-grossense de Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai, com previsão de ser finalizada no segundo semestre de 2026.“O impacto principal será na geração de empregos, especialmente às mulheres, que hoje representam quase 80% da força de trabalho do setor local. Com a consolidação da Rota, a expectativa é de que a área de confecção de MS se torne ainda mais competitiva e conectada a mercados internacionais”, comemora IdalinaZanolli,presidente do Sindvest (Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem de MS).
Reaproveitamento da fiação
Outra empresa que comemora seus feitos em ESG é a Incofios, sediada em Indaial, SC,com unidades em Luiz Alves, SC, e Campo Verde, MT, e focada na produção de fios 100% algodão.Em números, encerrou 2024 com um índice de 98,43% de resíduos reciclados ou reaproveitados, além de ter gerado mais de 2 milhões de quilos de resíduos no processo produtivo, sendo que destes apenas 1,57% foi destinado a aterros sanitários. O restante virou materiais como briquetes, estopas limpas, sucatas e papelão.
A meta é manter este índice.“Reciclar e reaproveitar não é apenas uma meta, mas parte da cultura e da forma como a Incofios entende o seu papel no setor têxtil e na sociedade. Somos guiados por uma visão clara: operar de maneira responsável e ética, promovendo o bem-estar das pessoas, a preservação do meio ambiente e a criação de valor econômico sustentável”, conclui Edson Augusto Schlogl, diretor da empresa.
O Relatório de Sustentabilidade pode ser acessado neste link
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Divulgação/Incofios
