Muitas empresas estão se engajando no conceito ESG dentro das operações e sabemos que isso é um processo contínuo e em constante atualização. O departamento de RH em parceria com profissionais do setor de segurança e saúde do trabalho pode obter bons resultados nas empresas.
Para tanto, todas as pessoas atuantes precisam estar em sintonia para o êxito nas atividades a favor do meio ambiente, social e governança. Mas, quando chega um novo ente ao time? E quando as lideranças não estão em consonância com essa agenda? O que fazer?
Eis o papel do departamento de Recursos Humanos (RH) em atuar nessa tarefa. Para Samantha Salese, diretora de Gente e Gestão na Propay, empresa focada no fornecimento de tecnologias para o setor de Recursos Humanos, esses profissionais têm a missão de pesquisar, criar e colocar em prática diferentes ações, estimulando colaboradores a agirem da forma correta. “Entre as iniciativas com impacto mais imediato, podemos destacar o reforço dos valores dos colaboradores e a revisão das práticas de recrutamento e seleção, fazendo contratações com base em critérios alinhados ao ESG”, comenta.
O desafio, contudo, é grande: segundo a pesquisa “Panorama ESG 2024” da Amcham Brasil, entre as considerações estão a dificuldade em medir resultados (40%), a ausência de uma cultura corporativa forte de sustentabilidade (32%) e a falta de recursos financeiros e de uma metodologia eficiente de implementação (30%).
“Os treinamentos corporativos sobre ética, inclusão, mudanças climáticas, economia circular, consumo consciente, entre outros, além da promoção de ações práticas como programas de voluntariado, carona solidária e redução de uso de papéis e plásticos são outras iniciativas”, salienta a gestora.
Segurança do trabalho e RH
Uma das áreas mais beneficiadas nesse quesito é justamente a de pessoal, o conhecido RH, haja vista que ao se engajar no cuidado com o planeta, também se perpassa na promoção de atividades de saúde e segurança do trabalho (SST).
Dr. Ricardo Pacheco, médico e presidente da Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho (ABRESST), ao Jornal do Brás, lembra que a adoção da agenda ESG, tabulada em relatórios, será mandatória a partir de 2026, conforme as novas normas e a Resolução nº 193 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“Trata-se de um divisor de águas. Pela primeira vez, teremos um padrão de reporte que impede o greenwashing e valoriza empresas com ações reais, estruturadas e mensuráveis. E nesse contexto, a SST ganha protagonismo, pois nenhum relatório ESG sério pode ignorar a proteção à saúde e integridade dos trabalhadores”, endossa.
Ele frisa que ao implantar essas ações, há a redução do turnover, atração de investimentos, fortalecimento da reputação e competitividade. “No componente ‘S’ do ESG, as práticas em SST incluem monitoramento da saúde mental, programas ergonômicos, treinamentos regulares, pausas estratégicas, dentre outras. Essa abordagem não só atrai e retém talentos, como também melhora a imagem corporativa e, mais uma vez, impulsiona a produtividade”, conclui.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Freepik
