Do celular ao carro elétrico, o uso de baterias de lítio também está despontando para alternativas viáveis e sustentáveis, com o objetivo de causar o menor impacto possível ao meio ambiente.
Para se ter uma ideia, segundo a Green Eletron, gestora para logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas, a reciclagem proporciona um índice de aproveitamento maior que o da extração do material na natureza. “São necessários 100 quilos de minério para extrair 1,61 quilo de lítio, ao passo que, com a reciclagem, a cada 100 quilos de material são recuperados 7 quilos de óxido de lítio”, aponta a companhia, que por meio de uma parceria com a Energy Source, realiza a recuperação e reutilização de baterias de lítio para a destinação correta desse material.
Reciclagem de lítio
Além do uso de equipamentos e tecnologias que beneficiam e promovem a reciclagem de lítio, o investimento em pesquisa é essencial para que esse ciclo seja exitoso.
A multinacional brasileira Tupy investiu em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para criar uma solução para a reciclagem de baterias. Na fase atual do projeto, iniciado em 2021, está sendo construída uma planta-piloto, informa a metalúrgica.
O projeto foi realizado em parceria com a Embrapii, empresa pública de fomento à inovação na indústria brasileira, e Finep, com investimento de cerca de R$ 12,3 milhões em pesquisas. Deste total, R$ 7 milhões foram aportados pela Tupy. Já a tecnologia 100% nacional foi desenvolvida em parceria com o LAREX — Laboratório de Reciclagem, Tratamento de Resíduos e Extração do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da USP (POLI-USP).
O destaque fica para o aprimoramento do processo dehidrometalurgia, uma vez que permite a reciclagem conjunta de baterias com composições químicas diversas,usadas em equipamentos eletrônicos e também as de veículos elétricos e bancos de bateria para armazenagem de energia solar e eólica, por exemplo.
Por permitir essa mistura, a nova tecnologia é chamada de hidrometalurgia flexível. “Essa flexibilidade é importante para a viabilidade econômica e a produtividade, pois permite reunir mais rapidamente o volume necessário de material para reciclagem. Isso garante taxas de recuperação de minerais e pureza acima de 90%, ideais para a produção de novas baterias”, explica André Ferrarese, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Disruptivo na Tupy.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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