Desperdício não combina com Sustentabilidade, convenhamos. Contudo, o cenário é ainda desolador: dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que são desperdiçados 27 milhões de toneladas de alimento por ano, o equivalente a alimentar 1,26 bilhão de pessoas nesse período.
“A grande maioria desses produtos está apta ao consumo e o processo de recolocação promove um impacto positivo. Como exemplo, se fizermos a recolocação de 5.317 toneladas de produtos, o número é equivalente a 5,7 milhões de refeições recolocadas na mesa dos brasileiros”, frisa Vinicius Alves, CEO da Gooxxy, empresa especializada em soluções sustentáveis voltadas à recolocação de produtos que seriam descartados do setor varejista.
Inovação aberta para redução do desperdício
Um bom exemplo é da Pluxee e a Yunus Negócios Sociais, que desenvolveram o Desafio de Inovação Aberta em Redução do Desperdício de Alimentos. O projeto implementou três soluções em restaurantes e varejistas e, em 12 semanas, mais de 480 refeições foram doadas para ONGs. “O programa buscou identificar soluções de impacto socioambiental que pudessem compor o portfólio de vantagens para nossos parceiros. Dessa forma, pudemos contribuir efetivamente com a redução da perda de alimentos, geração de oportunidades de negócios para os estabelecimentos e promoção de hábitos sustentáveis”, conta Antônio Alberto Aguiar (Tombé), diretor de estabelecimentos da Pluxee, ao Observatório do Terceiro Setor.
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o número de brasileiros que se preocupam com hábitos sustentáveis sempre ou na maioria das vezes aumentou de 74% para 81%, em 2023 ante 2022.
A recolocação dos produtos aptos ao consumo também colabora para a educação ambiental, acrescenta o CEO da Gooxxy: “Ao dar um novo rumo a produtos que seriam descartados, nós podemos construir um futuro mais sustentável, próspero e justo para todos. Repensar, reutilizar e recriar são ações que transformam o descarte em oportunidade, construindo um mundo em que o valor dos recursos se estende para além do seu uso inicial e todos são responsáveis por isso”, finaliza Alves.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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