Constantemente os temas sustentabilidade e ESG pautam a negociação nas empresas e o poder de escolha dos consumidores, porém, ao colocar uma lupa nos estudos e levantamentos, o cenário gera preocupação.
Uma pesquisa da OLX, feita em parceria com a consultoria MindMiners e obtida pelo Broadcast, programa difundido pelo Banco do Brasil, revelou que 88% dos entrevistados preferem marcas sustentáveis para consumir, porém 26% jamais ouviram falar no tema economia circular. “O conceito de vender um item usado está presente na vida dos brasileiros, mas os mais amplos não estão tão claros. Entendemos que ainda estamos aprendendo, e talvez toda a amplitude que a sigla ESG e outras expressões não sejam tão claras para muitas pessoas”, pontua Regina Botter, diretora geral da OLX.
Outro estudo, este divulgado pela EXAME e feito pela Serasa Experian, mostrou que 89% das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) já adotam alguma prática ESG, mas apenas 33,3% dos negócios sabem o que a sigla significa. “A adoção dessas práticas pode impulsionar o empreendedor, permitindo que tenha diferencial competitivo e acelere o seu negócio, já que mais empresas demandam o cumprimento de padrões mínimos de ESG para fechar parcerias com seus fornecedores”, explica Cleber Genero, vice-presidente de PMEs da Serasa Experian.
Incentivo para o ESG
Ainda no campo dos números, segundo a Bloomberg Intelligence, o mercado de investimentos ESG deve alcançar 53 trilhões de dólares até 2025, representando mais de um terço dos ativos globais sob gestão. Ou seja, organizações que integram ESG de forma estratégica podem aumentar a confiança de investidores cada vez mais exigentes.
Vanessa Pires, especialista em ESG e CEO da Brada, empresa que conecta investidores a projetos de impacto positivo por meio de leis de incentivo, esclarece que os entraves mais comuns que mantêm as empresas em estágios básicos incluem a falta de estratégia estruturada, resistência à mudança, recursos limitados e baixa visibilidade de resultados.
“Muitas organizações não sabem como traduzir princípios ESG em ações práticas e mensuráveis e a cultura corporativa, em algumas empresas, ainda prioriza resultados financeiros de curto prazo, dificultando investimentos em iniciativas sustentáveis. Além disso, as PMEsrelatam dificuldades em alocar orçamento e pessoal para esses projetos e a falta de indicadores claros e rápidos pode gerar desmotivação em líderes e equipes”, argumenta a executiva.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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