Seja a buzina de um carro, seja um zunido de uma lancha, a poluição sonora prejudica pessoas e vida nos mares e florestas. Especialistas endossam a tese da urgência de ações para minimizar tais danos que a poluição sonora. Para se ter ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 bilhão de jovens e adultos entre 12 e 35 anos de idade correm o risco de perda auditiva devido à exposição crônica a ruídos, incluindo aqueles provenientes do uso excessivo de fones de ouvido.
Augusto Riedel Abrahao, do Hospital Israelita Albert Einstein, à CNN, firma que impacto dos ruídos é ainda subestimado, mesmo sendo comprovado cientificamente que as consequências da poluição sonora são danosas, causando problemas cardíacos, gastrointestinais e indo além da questão auditiva. Para o especialista, isso é um problema de saúde pública e é urgente a criação de políticas de redução do barulho, fiscalizações mais efetivas e a conscientização da sociedade sobre esses riscos.
Peça de teatro e carta aberta
Como dito, a conscientização é um dos passos para, literalmente, dar voz a esse assunto e articulações estão sendo feitas, como a Frente Cidadã pela Despoluição Sonora, fundada na cidade de São Paulo e que agora reúne movimentos de outros municípios brasileiros.Recentemente, lançou uma carta aberta a prefeitos e vereadores de todo o país reivindicando políticas permanentes de despoluição sonora, em especial em áreas residenciais de grandes centros urbanos.
“Pedimos para que o Poder Público, tanto legislativo quanto administrativo de todos os municípios do Brasil, leve em consideração 12 passos que estamos propondo e que poderiam resolver o problema da poluição em São Paulo e em outras grandes cidades”, afirma o filósofo Marcelo Sando, idealizador da Frente Cidadã.
A ação foi no Teatro Bor, na zona sul da capital paulista, depois da estreia do espetáculo “Psiu!”, comédia sobre poluição sonora escrita por José Paulo Lanyi e dirigida por Luci’an’aStipp. O público participante foi de vereadores, especialistas no tema e mais de cem apoiadores da Frente, além do público em geral, informa o coletivo.
A íntegra da carta pode ser acessada neste link
Oceanos silenciosos sem a poluição sonora
Os oceanos, praias e rios também sofrem com a poluição sonora, prejudicando a vida marinha, o que implica até mesmo no ciclo reprodutivo de determinadas espécies. Na outra ponta, inciativas são aplicadas para mitigar ou mesmo reverter tal situação.
Em Santos, SP, a Autoridade Portuária (APS) sediou a 13ª reunião ordinária do Manifesto ESG do Porto de Santos, com o destaque para criação do projeto Muro Verde no Porto de Santos, uma estrutura de 9 km de extensão e 2 metros de altura com vegetação contínua, para formar um microclima mais ameno na região portuária, reduzindo a poluição sonora causada pela linha férrea, melhorar a qualidade do ar e atrair a polinizadores à ampliação da biodiversidade na região.
Com 44 adesões e lançado em agosto de 2023, o Manifesto ESG objetiva o fomento da produção científica, a promoção do intercâmbio de informações e o fortalecimento da pesquisa aplicada como ferramenta estratégica ao desenvolvimento dos portos brasileiros.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto:Divulgação
