Uma parceria entre a NVIDIA, multinacional de tecnologia, com a Pix Force, startup brasileira de IA, e a Tidewise, especialista em tecnologia para serviços navais, criaram um ecossistema digital integrado para parques eólicos offshore.
Com o apoio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), o projeto integra tecnologias pertinentes, como gêmeos digitais, Inteligência Artificial e visão computacional, além do uso de drones e sensores, para otimizar a operação, manutenção e segurança desses parques eólicos.
Parques eólicos offshore
“O projeto destaca nossa empresa a aplicar a tecnologia para transformar o setor de energia renovável. Com o Omniverse, plataforma usada, possibilitamos simulações em tempo real, oferecendo uma base sólida através de redes neurais informadas pela física (NVIDIA Modulus), e gestão avançada dos parques eólicos offshore”, afirma Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina.
“Queremos acelerar a transição para uma indústria marítima mais segura e sustentável, revolucionando este nicho e mostrando ao Brasil que uma empresa nacional pode ser referência internacional”, endossa Rafael Coelho, CEO da Tidewise.
Realidade incipiente
Os parques eólicos offshore têm as mesmas funções das versões onshore, ou seja, captar energia proveniente da força dos ventos e sua transformação em energia elétrica, sendo o diferencial esse processo ser feito em alto mar. De acordo com o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), foram instaladas em 2023, 10,8 GW de nova capacidade eólica offshore, elevando o total global para 75,2 GW. A nova capacidade aumentou 24% em relação ao ano anterior, uma taxa de crescimento que espera que continue até 2030.
Já no Brasil, o modelo ainda é incipiente, a começar pela regulamentação. O que se tem é apenas uma usina teste instalada no mar, a do Porto de Pecém, no Ceará, que produz energia através das ondas do mar (fonte maremotriz), conforme destacam Leonardo Dalla Costa Novakovski, advogado do Braz Coelho Veras Lessa e Bueno Advogados, e Eduardo Haas Blume, acadêmico de Direito na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em artigo ao JOTA.
“Atualmente, o que se tem sobre o tema é regulamentação infralegal, como a Portaria Interministerial MME/MMA 3, de 19 de outubro de 2022, que criou o Portal Único para Gestão do Uso de Áreas Offshore para Geração de Energia (PUG-offshore), gerido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”, frisam os especialistas.
“Os parques eólicos offshore são uma realidade no mundo, mas aqui no Brasil estamos ficando para trás nessa corrida. São mais de 100 pedidos de licença, mas nenhum foi aprovado até agora, e, com nosso projeto, queremos acelerar a demanda”, pontua Daniel Moura, CEO da Pix Force.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação
