Sabemos da importância dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para nortear ações efetivas em prol do meio ambiente dentro das organizações das mais diversas áreas.
Contudo o cenário global não é animador no segmento de finanças: segundo a própria idealizadora dos ODS, a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que até 2030, prazo de atingimento, apenas 16% desses Objetivos devam ser alcançados nesse setor, aponta relatório recente, pedindo urgência para que essas instituições globais se alinhem com as metas.
Metas dos ODS
Para piorar, 84% das empresas do setor restantes mostraram pouco avanço ou até mesmo retrocessos, sendo que muitas estagnaram suas estratégias no período da pandemia (2020). Em outro gráfico, este do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), revela que a soma de todos os investimentos públicos e privados que contribuem para perda de biodiversidade e prejudicam o meio ambiente chegou a US$ 7 trilhões em 2023.
Na outra ponta, somente US$ 200 bilhões foram alocados para a conservação e restauração da biodiversidade. “Esses números mostram um desequilíbrio significativo. Atualmente, mais fundos são direcionados a atividades prejudiciais do que às que contribuem aos ODSs”, lamenta Merel Van der Mark, diretora de Finanças e Bem-estar Animal na ONG internacional Sinergia Animal.
Enfrentamento
Para Achim Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), as condições financeiras no planeta estão passando por grandes transformações, porém para o lado mais negativo, com cargas de dívida esmagadoras, aumento de taxas de juros e custo de empréstimos nos mercados internacionais em índices elevados.
Resultado, muitos países em desenvolvimento estão à beira da inadimplência e isso agravou-se fortemente na pandemia. O especialista aponta que essa lacuna financeira pode tornar uma discrepância de longa duração, prejudicando o desenvolvimento sustentável e piorando, por exemplo, o acesso a alimentos e energia.
“Para o PNUD, um sistema financeiro internacional reformado que proporcione uma transformação sustentável deve incluir normas tributárias nacionais e internacionais, inclusive regras para tributar negócios digitalizados e globalizados, que atendam às necessidades de países em desenvolvimento. Isso também requer políticas que vinculem a lucratividade do setor privado à sustentabilidade.Chegou a hora de encarar esse abismo entre países ricos e pobres e mudar o cenário”, analisa Steiner.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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