Realizada no Rio de Janeiro, a edição do G20, grupo das maiores economias do mundo, encerrou o evento com um documento em que tratam de temas pertinentes à sustentabilidade, como a inclusão social, combate à fome e a pobreza; o apoio à tributação dos bilionários; a transição energética; reforma da governança global e celeridade nas ações pelo clima e apoio à COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), que acontece em 2025 em Belém, PA.
“Os líderes enfatizam a importância de ações coordenadas para enfrentar as mudanças climáticas, promover transições energéticas justas e preservar o meio ambiente. Também destacam a necessidade de uma reforma abrangente na governança global, com o fortalecimento das Nações Unidas, a promoção de um sistema multilateral de comércio inclusivo”, informa nota.
G20 e ações paralelas
Dentre as iniciativas realizadas no campo empresarial está a G20 pelo Impacto, coalizão global de 50 organizações nacionais e internacionais que alcançam coletivamente mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. A entidade engajou-se no evento a levar a discussão sobre um modelo econômico inclusivo e regenerativo.“O G20 pelo Impacto é uma força pragmática, oferecendo recomendações robustas para que as decisões dos líderes globais garantam uma transição econômica justa e sustentável”, explica Marcel Fukayama, coordenador da coalizão.
Uma das propostas é a criação de um Fundo Catalítico Blended Rotativo Global, focado em financiar projetos de descarbonização e soluções naturais, e a ENIMPACTO, política de Neoindustrialização, e o Pacto pela Transformação Ecológica. Promover o crescimento econômico sem sacrificar o meio ambiente ou agravar desigualdades sociais, colocando o Brasil em destaque no cenário global, é o propósito da coalizão.
Investimentos
Outra ação foi o U20 Rio Summit, encontro dos prefeitos do G20. Durante a atividade, 60 prefeitos e líderes de cidades, incluindo representantes do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia (GCoM) e da C40 Cities (rede de quase 100 prefeitos das principais cidades do mundo, que trabalham para implementar a ação urgente para enfrentar a crise climática), solicitaram US$ 800 bilhões em investimentos públicos anuais de governos nacionais e instituições de financiamento ao desenvolvimento até 2030.
O foco é implementar e expandir projetos climáticos em nível municipal ao redor do mundo, promovendo ambientes urbanos mais saudáveis e sustentáveis. A iniciativa foi precedida de uma carta aberta, no início deste ano aos líderes de todos os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs), pedindo que incluíssem o financiamento climático urbano em suas estratégias corporativas e climáticas.
“Os governos nacionais, bancos de desenvolvimento e o setor privado podem e devem impulsionar uma nova onda de crescimento econômico nas áreas urbanas onde bilhões de vidas estão agora em risco. O investimento abrirá oportunidades, não apenas para reduzir as emissões de carbono, mas para criar empregos, construir a infraestrutura necessária de alimentos e água, melhorar a saúde, salvar vidas e aumentar a segurança para todos nós”, endossa Gina McCarthy, co-presidente Executiva da America Is All In e ex-conselheira nacional de clima da Casa Branca (EUA).
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Ricardo Stuckert – Presidência da República
