Reciclagem

Movimentos transformam peças de roupas usadas em alternativas sustentáveis

Movimentos transformam peças de roupas usadas em alternativas sustentáveis - Fitec Tec News

Quem nunca passou por esse dilema: o que fazer quando se tem uma peça de roupa, que por conta do uso não há como doá-la ou mesmo vendê-la para um brechó? Só para ter uma ideia, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção (Abit), estima que todos os anos 170 mil toneladas de resíduos têxteis são descartadas de forma incorreta, parando no lixo comum. Muitos movimentos estão surgindo para dar vazão a uma moda circular e incentivar o descarte consciente.

 

Movimentos para a moda circular

 

Pensando na importância da moda circular e no descarte consciente, impedindo que tais peças parem nos aterros, grupos se unem em prol da sustentabilidade. Uma dessas iniciativas é o Movimento ReCiclo, criado há 6 anos pela rede de lojas C&A. As peças são entregas por clientes em pontos de coleta localizados em 206 lojas em todo o território nacional.

Ao depositá-las, essas peças, que podem ser de qualquer marca, passam por uma triagem e podem ter três destinos: o descarte, a reciclagem, ou a doação. “O volume de descarte de peças usadas é enorme no país e trabalhamos cada vez mais nos processos de confecção, produção e no fim de uso para mudar essa realidade. A existência do Movimento ReCiclo nos ajuda a cumprir com nossa missão de oferecer uma moda mais positiva para nossas clientes e para a sociedade como um todo”, destaca Cyntia Kasai, gerente-executiva de ASG (Ambiental, Social e Governança) na C&A, ao site Ciclo Vivo.

Em números, desde o início das atividades, o movimento já arrecadou 270 mil peças,ou 80 toneladas de roupas. Somente em 2023, já foram recolhidas 28 toneladas em um total de 57 mil unidades arrecadadas.

 

Remodelando conceitos

 

A Fundação Ellen MacArthur lançou recentemente o Fashion ReModel, que tem como foco impulsionar a adoção de modelos de negócios circulares para que o lucro das empresas não dependa de matérias-primas virgens para a confecção de novas peças, em parceria com gigantes do cenário fashion.

Em seu escopo está em oferecer ao consumidor iniciativas como a revenda, reparo, aluguel e refabricação. Segundo a Fundação, esses sistemas hoje representam 3,5% do mercado global de moda, com o potencial de chegar a 23% até 2030, o que representa uma oportunidade de US$ 700 bilhões.

“Atualmente, mais de 80% dos têxteis quando são descartados, acabam incinerados, aterrados ou vão parar no meio ambiente, independentemente de ainda estarem ou não em condições de uso. Por isso, aproveitar o potencial inovador e criativo da indústria da moda é essencial para que exista uma mudança, dissociando o lucro da produção, e criando um futuro mais próspero e resiliente”, frisa Guilherme Suertegaray, gerente responsável pelo relacionamento da Fundação Ellen MacArthur com grandes empresas latino-americanas.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: divulgação C&A

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