Um estudo recente da empresa de tags de estacionamento e pedágios Veloe em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), trouxe dados sobre o número de veículos que circulam pelo país. Em 2024, o Brasil registrou um crescimento de 4% no tamanho da frota, com 4.746.863 milhões de novas unidades, alcançando a marca de 123.974.520 milhões de veículos registrados, de acordo com a pesquisa. A busca por operações sustentáveis está no radar dessas companhias.
Mesmo com esse cenário promissor, os desafios estão também crescendo quando o assunto é meio ambiente e essa premissa precisa ser pensada antes mesmo da produção de um automóvel, que vai desde a prancheta até chegar às casas dos consumidores.Segundo estudo da consultoria global EY, muito embora seja pertinente a agenda ESG nas operações de empresas automotivas, outras questões precisam ser levadas em conta para o êxito desses processos, como programas de redução de custos e busca por profissionais qualificados, bem como a escassez de componentes e o atendimento a requisitos globais urgentes nesse tema.
Operações sustentáveis
“O mundo precisa que as empresas automotivas cumpram seus compromissos ESG e a indústria automotiva tornou-se mais ecológica nos últimos anos. Entre 2006 e 2021, as emissões de fabricação na União Europeia (UE) caíram mais de 45%.Mas há um longo caminho a percorrer na jornada de descarbonização, já que a indústria ainda é responsável por cerca de 15% das emissões totais de CO2 na UE. No espaço ambiental, por exemplo, é uma das principais impulsionadoras da perda de biodiversidade e desertificação. Globalmente, por exemplo, usa cerca de 30% do couro produzido no Brasil, que tem sido a principal causa do esgotamento da floresta tropical na Amazônia”, destaca o estudo da EY.
Um bom exemplo vem da montadora Volkswagen Caminhões e Ônibus, que utiliza 100% de energia elétrica certificada (I-REC), além de reduzir 30% o consumo de água e energia nas operações. Outro feito, segundo a companhia, é o desenvolvimento do primeiro tanque brasileiro de Arla 32, composto de matéria-prima renovável (bioplástico derivado da cana-de-açúcar), reduzindo em 90% seu índice de emissões de carbono associadas ao uso de energia elétrica das fábricas, centro de distribuição e escritórios.
“Atrelada ao compromisso com a sustentabilidade, a busca por inovação nos permite avançar em nosso objetivo de desvincular o crescimento da VWCO do aumento da utilização de recursos. Estamos sempre atentos às melhorias que podemos aplicar. Essas adaptações, por menores que pareçam, nos permitiram reduzir em 26% o uso de energia, 28% o consumo de água e 22% na geração de resíduos no intervalo de 2023 a 2024”, explica Priscila Rocha, gerente de Sustentabilidade da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
Nova montadora nacional de elétricos
A montadora Lecar, fundada pelo empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis, anunciou a construção de sua primeira fábrica de carros elétricos no Brasil, na cidade de Sooretama, ES, prevista para iniciar suas operações em 2026 e estimada a produzir 120 mil carros elétricos por ano. A expectativa é de que a unidade gere 1.500 empregos diretos e até 3 mil indiretos na região.
O modelo inicial a ser produzido será o “Lecar 459 Híbrido”, o primeiro carro projetado pela montadora. “A Lecar planeja utilizar recursos próprios e aportes de investidores privados para a construção da fábrica. Além disso, a empresa está analisando financiamentos com instituições como a Sudene, Banco do Nordeste (BNB), Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A montadora também terá isenções e benefícios fiscais por um período de 10 anos”, informa matéria do Petrosolgas.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Divulgação – VWCO
