A busca por iniciativas unidas com os conceitos de ESG (ambiental, social e governança corporativa) também tem crescido cada vez mais no mercado de seguros. Dados do Relatório de Sustentabilidade elaborado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostraram que o número de empresas seguradoras alinhadas ao conceito aplicado na elaboração de produtos e serviços saltou de 43%, em 2016, para 73,7%, em 2021.
“As mudanças dos padrões do clima também trazem oportunidades de negócios e as seguradoras estão inovando na criação de novos produtos, serviços e assistências para diminuir o impacto ambiental”, conta Luciana Dall´Agnol, superintendente de relações de consumo de sustentabilidade da CNseg, à Revista Apólice.
“No contexto das seguradoras, os princípios do ESG desempenham um papel cada vez mais essencial. Fazemos parte de um mercado regulado”, salienta Débora Pinto, diretora de Recursos Humanos da seguradora Generali, destacando que a companhia criou um comitê de sustentabilidade com responsáveis pelos diferentes pilares ESG e lançou um programa de venda de ações aos colaboradores.
“A adesão foi de 60% e caso a empresa atinja a meta global de ESG, os funcionários são beneficiados com duas ações adicionais, dependendo do número de ações adquiridas”, diz, ao InfoMoney.
Mercado de seguros
Para Tatiana Pinheiro, Head de Governança da Allianz Trade no Brasil,a agenda da sustentabilidade já faz parte e é de extrema valia para o setor. “A sustentabilidade já faz parte das nossas decisões diárias de negócios, integrando vários critérios ESG para analisar quais são as áreas e os países mais sensíveis para fechar negócios. Nessa análise, já verificamos o respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos”, comenta.
Já Felipe Tanus, Diretor de Crédito na companhia, lembra que a própria seguradora foi uma das pioneiras em considerar os indicadores de ESG na metodologia para a classificação de risco-país e também para avaliar os seus clientes. “Com a inclusão gradual dos fatores de ESG nas nossas análises, estamos transformando a maneira tradicional de avaliação de crédito no mercado, porque entendemos que os riscos derivados do ESG podem, sim, levar as empresas à falência. Esses riscos são impactos inicialmente operacionais que evoluem para impactos financeiros, causando queda de faturamento e margens mais apertadas, por exemplo”, arremata.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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