Sabemos da importância de investir em saneamento para além de manter a saúde da população, salvaguardar a saúde do planeta. Contudo, essa ferramenta não pode ser vista apenas como privilégio, mas uma necessidade fundamental para a vida das pessoas e o cenário no país é ainda desafiador.
Segundo pesquisa do Instituto Trata Brasil, divulgada pela Agência Brasil, Brasil registrou mais de 344 mil internações por doenças relacionadas à carência ou inadequação de saneamento em 2024, sendo 168,7 mil casos relacionados a infecção por um inseto-vetor, principalmente a dengue.
À Agência Infra, o ministro das Cidades ministro, Jader Filho, disse que o setor atingiu a marca de R$ 28 bilhões em investimentos, após o governo federal elevar de 50% para 70% o limite para emissões de debêntures incentivadas, ou seja, títulos de dívida emitidos por empresas para financiar projetos de infraestrutura.
Filho destaca que o país conseguirá atingir a meta prevista no Marco Legal do Saneamento, de até 2033 haver a universalização em 99% da água e de 90% do esgoto, por meio de financiamento da iniciativa privada. “Estou otimista sobre e é preciso agilizar bastante isso e a realidade do país hoje é de 83% de abastecimento de água e 60% de esgotamento sanitário. Nós, dentro do governo, não temos nenhum tipo de preconceito com a questão dos investimentos privados, pelo contrário. Queremos cada vez mais incentivá-los”, salienta, à Infra.
Saneamento muito além do “básico”
Estados e municípios, por meio de ações públicas ou privadas, estão se articulando para mudar essa situação. No Paraná, um estudo revelou que entre 2008 e 2023, o número de mortes por doenças relacionadas ao saneamento inadequado reduziu-se em 3,6% na faixa etária de 0 a 4 anos, e de menos 5,9% entre crianças de 5 a 9 anos. Nesse período, o serviço de coleta de esgoto prestado pela concessionária Sanepar cresceu 24%, de 56,15% para 80,16%, e, em 2024,disponibilizou o atendimento com coleta de esgoto para 81,44% dos paranaenses.
“Os números revelam que investimentos na ampliação do serviço de esgoto e na manutenção da garantia de abastecimento de água, são também investimentos em saúde e bem-estar. A cada 1 real investido em saneamento, economiza-se 4 reais em saúde. Por outro lado, os índices também evidenciam áreas mais fragilizadas, que necessitam de maior atenção e esforços conjuntos, dos prestadores de serviços de saneamento ambiental e do poder público”, completa Wilson Bley,diretor-presidente da Sanepar.
Já no Mato Grosso, a concessionária Águas Cuiabá, da Iguá Saneamento, desde 2017 investe R$ 1,34 bilhão para levar o serviço aos 650 mil munícipes. “As estruturas robustas das estações de tratamento de água e esgoto e os milhares de quilômetros de redes implantados, resultam em qualidade de vida e preservação ambiental. Segundo o Trata Brasil, Cuiabá é reconhecida como uma das cidades que mais investem em saneamento por habitante”, endossa Leonardo Menna, diretor geral da Águas Cuiabá.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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