Um estudo do U.S. Green Building Council (USGBC), certificadora internacional de sustentabilidade em empreendimentos, aponta que o Brasil registrou um aumento de 5% nesse processo, com 2,4 mil construções certificadas ou em fase de certificação para o LEED, selo concedido ao cumprimento de critérios como mais áreas verdes, compensação de carbono e sistemas de irrigação inteligentes.
Estudar soluções arquitetônicas que dialoguem com o meio ambiente é a premissa de muitos discentes e esse foi o caso da jovem Angélica Azevedo e Silva, 26 anos, que fazia uma viagem diária de 1 hora e meia entre o Gama, região administrativa do Distrito Federal, e a Universidade de Brasília (UnB), onde se graduou entreos anos de 2018 a 2023.
Seu trabalho de iniciação científica, desenvolvido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UnB, teve como inspiração esses deslocamentos e disparidades entre localidades mais ricas e carentes.Tal esforço garantiu à arquiteta uma bolsa de R$ 10 mil da Sociedade Brasileira de Progresso da Ciência (SBPC),no Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher – Meninas na Ciência.
“Eu quero um urbanismo participativo, que as comunidades tenham direito à moradia e que morem com dignidade. Uma cidade que tenha a infraestrutura básica, bem estabelecida, com tudo que deve ter em uma cidade: áreas verdes, drenagem correta, áreas de lazer, parques”, endossa Angélica, em entrevista à Agência Brasil.
Mercado atento às construções sustentáveis
Para se ter uma ideia, somente em 2024, 125 projetos receberam a qualificação de sustentabilidade em empreendimentos, considerado o melhor resultado da história, informa reportagem do Estadão Imóveis. Um bom exemplo está em Balneário Camboriú, SC, com a construção o Auris Residenze, que contará com apenas 26 unidades residenciais e um apelido instigante: “edifício-árvore”.
O projeto é assinado pelo escritório italiano Archea Associati e conta com fachada em concreto pigmentado que muda de cor com o tempo, jardineiras suspensas com irrigação automatizada e brises horizontais inspirados em galhos, que atuam como elementos naturais de regulação térmica e solar.
A estimativa é de redução de até 52% no uso de água, 26% no consumo de energia elétrica e 42% na necessidade de ar-condicionado, além de contar com certificações internacionais como LEED e WELL, focada no bem-estar do morador. “O Auris é uma resposta concreta a uma mudança de paradigma no mercado imobiliário. Nossa proposta com o primeiro edifício-árvore do Brasil é antecipar essa transformação”, afirma Claudio Fischer, presidente da construtora Fischer Group, que toca o empreendimento.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto:Divulgação/Fischer Group
