Reflorestar. Verbo conjugado de forma que não apenas proporciona para uma região um legado de árvores, por meio do reflorestamento, mas também a mudança de pensamento de pessoas e empresas. Uma dessas iniciativas é o Instituto Ubá, de origem francesa, que desenvolve projetos de sustentabilidade e ESG, e está colhendo frutos região de Ribeirão Preto, SP, onde instalou sua filial brasileira, há dois anos.
Uma das beneficiadas pelo reflorestamento da entidade é a fazenda Morro Azul, entre os municípios de Jardinópolis e Batatais, que já rendeu o plantio de árvores nativas do Cerrado e da Mata Atlântica em cinco hectares de APP (área de preservação permanente). Outros 20 hectares também já foram plantados em outras propriedades da Alta Mogiana. “Com o reflorestamento, a venda antecipada de créditos de carbono foi uma ideia perfeita e com certeza vai ajudar a cobrir muitas áreas na região. É muito caro para gente fazer sozinho; foi a Ubá que entrou com os recursos e o apoio técnico”, frisa Thaís Costacurta, proprietária da Morro Azul.
Plantio de árvores nativas e reflorestamento
Essa atividade acontece por conta do programa de reposição de carbono Ana Primavesi, realizado pelo Ubá, que basicamente incentiva as empresas interessadas a adquirir antecipadamente créditos de carbono para compensar a emissão que gera. Essa adesão impulsiona a restauração de áreas degradadas em propriedades rurais, sobretudo APPs, cobrindo municípios do Estado de São Paulo.
A cadeia produtiva conta com três pontas: o cliente (uma empresa, que compra os créditos de carbono, financiando o projeto); o Instituto Ubá, que desenvolve o projeto do começo ao fim, e o agricultor, que é o beneficiado, ao ter sua propriedade restaurada com o plantio de árvores nativas e, assim, adequando-se à legislação.
Uma camiseta, uma árvore plantada
Uma outra iniciativa é a marca de camisetas Muri, fruto de uma parceria entre o nutricionista e influenciador Daniel Cady com o designer e diretor de criação Victor Verardo, com o propósito de plantar árvores e regenerar o planeta.
A cada camiseta adquirida, uma árvore é plantada, por meio também de convênio com pessoas que atuam no sistema agroflorestal: “Entendemos que uma floresta produtiva é fonte de regeneração ambiental junto com recursos alimentares e renda para quem cultiva dessa maneira”, informa nota da empresa.
Pelo site é possível conhecer as áreas reflorestadas pela iniciativa, que leva o nome do Muriqui, considerado o maior primata das Américas e altamente ameaçado, além de ser conhecido por ser um dos maiores plantadores da floresta, pela capacidade de dispersão de sementes.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto:Gabriel Nascimento – Ubá
