A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que aproximadamente 70% de toda a água potável disponível no mundo é utilizada para irrigação, enquanto as atividades industriais consumem 20% e o uso doméstico 10% .
Esses números demonstram a necessidade de alternativas que protejam este bem finito e tão importante, além de manter a produção agrícola em forte progresso, sendo uma delas é a estocagem de água para esse fim.
A RAR Agrícola, que tem em seu portfólio a produção de queijos, derivados do leite e fruticultura e sede em Vacaria, RS, concluiu a construção de uma barragem de 3,5 hectares ampliando sua capacidade de armazenamento de água para irrigação.
A nova estrutura atenderá uma área de 240 hectares, reforçando o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a eficiência hídrica: é um marco importante em nossa estratégia de sustentabilidade. Além de garantir a irrigação de uma área significativa, reforçamos nosso compromisso com a gestão responsável dos recursos hídricos. Nosso objetivo é aliar produtividade com respeito ao meio ambiente, entregando resultados consistentes para nossos consumidores e parceiros”, destaca Sergio Martins Barbosa, presidente executivo da empresa.
Tecnologia para irrigação
Outra ação pertinente para economizar e salvaguardar o meio ambiente está no uso de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA). Uma parceria entre a Universidade Federal do Ceará (UFC) e Embrapa Agroindústria Tropical, desenvolveu um sensor que utiliza a IA para identificar o momento ideal e a quantidade exata de água necessária para irrigar plantações.
O sensor mede a radiação solar, a umidade do ar e hidratação das folhas para acionar automaticamente o sistema de irrigação, sendo projetado para enfrentar a escassez de água no Nordeste e reduzir o consumo de água, especialmente para pequenos e médios produtores. Os parâmetros são feitos por meio de redes neurais para armazenar e analisar dados coletados das plantas e a IA identifica padrões de necessidade hídrica.
A irrigação é acionada de modo automático ou por um operador humano, com alertas criados pelo sistema. “No Nordeste, o grande problema é que não temos água. Em alguns anos, as secas são muito duras. Para o produtor, seria muito bom fazer o uso parcimonioso da água que ele tem em cacimba coletada da chuva, e não aplicar isso com base apenas em balanços hídricos que não calculam perfeitamente”, comenta Cláudio Carvalho, pesquisador da Embrapa e orientador do projeto, ao Globo Rural.
A comercialização do sensor deve começar em cerca de dois anos, informa a UFC.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação
