Já falamos aqui sobre bons exemplos de como a economia circular está mudando não apenas os hábitos de consumo das pessoas, como o reaproveitamento de peças de vestuário ou mesmo optar por itens que sejam menos poluentes. Isso também espraia na gestão de resíduos urbanos, tornando-se como um modelo sustentável capaz de gerar impactos econômicos e ambientais positivos. Para a transição em prol da economia circular dar certo a gestão dos resíduos é apontada com um dos pontos chaves.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a economia circular pode gerar 7 milhões de empregos no Brasil até 2030, entretanto, os desafios ainda são enormes, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apenas 8% dos resíduos urbanos são reciclados, porém 88% dos brasileiros adotam práticas sustentáveis, como, por exemplo, a compostagem.
Transição para economia circular
“A transição para esse modelo requer o engajamento de diversos atores, incluindo governos, empresas e sociedade civil. Políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis, investimentos em infraestrutura adequada e programas de educação ambiental são fundamentais para viabilizar essa mudança”, salienta Victor Azevedo, Head ofGrowth da Contelurb, empresa focada no uso de contêineres e soluções otimizadas para a coleta de resíduos.
O especialista reforça a importância da coleta seletiva e logística reversa, pois permitem que materiais recicláveis sejam reintegrados à cadeia produtiva, diminuindo a necessidade de extração de novos recursos.
Certificação
No caso das empresas, o emprego de certificações também é um estímulo para fazer essa roda, literalmente, circular, como o Certificado de Crédito de Reciclagem (CCR). Essa ação permite que empresas financiem a reciclagem de uma quantidade equivalente aos resíduos que geram, contribuindo para a cadeia de coleta e processamento de materiais recicláveis.
Rodrigo Palos, Diretor de Novos Negócios da certificadoraeureciclo, ao Terra, afirma que a economia circular no Brasil só avançará com o engajamento de empresas e consumidores. “A reciclagem de materiais como vidro e alumínio pode reduzir em até 80% as emissões de CO₂ quando comparada à produção de material virgem. Aumentar os índices de reciclagem não só preserva os recursos naturais, mas também impulsiona a geração de empregos e fomenta a inovação no setor de resíduos, fortalecendo um mercado mais sustentável e responsável”, diz.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Reprodução/PixaBay/ArtemPodrez
