Imagine a cena: você realizou um grande projeto, em que precisou armazenar muitos dados digitais e informações. Porém, após essa apresentação, todo esse material ficou na “nuvem”, ou mesmo ocupando o seu dispositivo, e você não tem ideia que quando utilizará todo esse conteúdo novamente.
Pois essa atitude pode gerar não apenas um desperdício de equipamento, mas também um gasto de energia e também uma brecha para ataques cibernéticos, que podem comprometer a Governança das organizações, ferindo o conceito ESG.
Para Daniel Fulgido, especialista em nuvem e líder técnico de DevOps na Certsys, fornecedora de soluções em TI, explica que o armazenamento em nuvem de arquivos desnecessários, além de sobrecarregar o sistema, causam prejuízos financeiros, já que é preciso ferramentas mais robustas de proteção para mantê-los. “Grandes quantidades de dados tornam mais complexas as questões relacionadas à segurança, conformidade e governança. Em geral, esses dados são frequentemente negligenciados e armazenados em locais não seguros, o que aumenta a vulnerabilidade, podendo comprometer a integridade e confidencialidade das informações”, frisa o gestor.
“Preciso mesmo desses dados?”
A partir desse questionamento, alavanca-se ações como catalogar dados, mudar a infraestrutura nos Data Centers nas corporações, além de avaliações periódicas para verificação de resultados: “É fundamental que todos os colaboradores estejam cientes da importância de gerenciar adequadamente os dados na nuvem, portanto, educar as equipes sobre as políticas e incentivar a revisão e exclusão regular do que não é utilizado é essencial”, arremata Fulgido.
Já para Marco Bravo, mestre em Gestão Ambiental e comentarista de Meio Ambiente para a rádio CBN Vitória, ES, a adoção de medidas simples, que vão desde o famoso “delete” no que realmente não precisa, passando por uma análise periódica dos arquivos que realmente precisam ser armazenados até optar por Data Center que tem o ESG em seu DNA, são pertinentes em prol do planeta.
Para o especialista esse acúmulo de dados desnecessários faz com que a demanda por Data Centers aumente e, consequentemente, o de consumo energético, estrutural e de telecomunicações. “Cada etapa desse processo consome recursos naturais e gera impacto ambiental”, conclui.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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