O ano de 2025 está em andamento e, com mais uma jornada, as empresas precisam se adequar para trabalharem em prol da sustentabilidade. E o cenário está mais exigente: a regulamentação do mercado de carbono recentemente sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).
O sistema segue o modelo cap-and-trade, em que o governo define um teto de emissões e distribui permissões correspondentes e a expectativa é que cerca de 5 mil empresas integrem o mercado regulado no Brasil. “O sucesso do SBCE dependerá de instituições robustas e sistemas eficazes de monitoramento e auditoria para evitar fraudes e garantir a credibilidade internacional. Isso envolve a capacitação do setor empresarial, especialmente pequenas e médias, que podem enfrentar dificuldades em compreender e se adaptar às novas exigências regulatórias”, esclarecem Fernanda Iizuka, sócia do escritório Freitas da Silva Advogados, e Alexsander Matheus Bispo Xavier, advogado especialista em Direito Constitucional.
“A coexistência do mercado regulado com o mercado voluntário de carbono, já consolidado no Brasil, exige harmonização também normativa para evitar conflitos e fomentar a complementaridade”, acrescentam os advogados, em artigo ao site JOTA.
Resoluções para o novo ano
Outro ponto é a Resolução 193/2023 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exige das empresas listadas na B3 a publicação de relatórios de sustentabilidade em 2026, baseados nos processos de 2025.
Para a elaboração desses dados, é essencial segmentar as responsabilidades e conscientizar cada equipe sobre o impacto de suas atividades no meio ambiente. “Logística, RH, facilities, todas as áreas precisam se transformar em agentes da mudança dentro da organização, impulsionando a busca por soluções mais sustentáveis”, argumenta Isabela Basso, fundadora da Zaya, greentech que elabora e simplifica o cálculo de impacto ambiental de companhias.
Além de engajar todos os times na coleta de dados, personalizar o inventário de emissões e fazer um monitoramento mensal para ajustes rápidos são também pertinentes: “É importante entender o que faz sentido para o negócio, personalizando o inventário com base em operações reais e evitando dados irrelevantes. Os responsáveis por essas iniciativas precisam explicar aos integrantes o significado das informações que estão coletando, mostrando que não são apenas números, mas sim representativos das emissões da empresa”, conclui Isabela Basso.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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