As proximidades da COP30, em novembro no Pará, impulsionam articulações entre empresas e organizações com o propósito em buscar soluções ambientalmente responsáveis em prol do planeta. E já não é mais mistério a constatação que a floresta em pé proporciona mais lucro agregado que o desmatamento.
Segundo uma pesquisa divulgada pelo site The Conservation, 25% de árvores e palmeiras em florestas intactas possuem valor de mercado e produtos florestais não-madeireiros coletados têm o potencial de lucratividade de US$ 57 a US$ 400 por hectare/ano. Já nos sistemas agroflorestais (SAFs), o manejo de espécies como açaí e mandioca, entre outras, pode resultar em lucros ainda mais expressivos, variando de US$300 a US$700 por hectare/ano.
Outro dado vem da organização The NatureConservancy:retirar 30% de vegetação nativa num raio de 50 km de área de cultivo de soja causa uma queda de até 14% na produtividade por conta do calor extremo e o desmatamento aumenta a frequência de horas e dias quentes nesse mesmo raio.
Parceria entre empresas
Quando as empresas se engajam nessa jornada, os resultados são promissores. A gigante do segmento de alimentos e bebidas Nestlé se uniu com are.green, especializada na restauração de florestas tropicais em grande escala, e Barry Callebaut, fabricante mundial de produtos de chocolate e cacau, para o desenvolvimento de dois projetos de restauração ambiental em cerca de 8 mil hectares nos estados da Bahia e do Pará, em regiões produtoras de cacau e café.
A Nestlé financiará integralmente o projeto com a re.green e 60% da iniciativa com a Barry Callebaut, com a estimativa de remoção de 1,5 milhão de toneladas de carbono equivalente da atmosfera.“Os dois projetos contribuirão com nossas metas de descarbonização, mas nossa estratégia de sustentabilidade vai muito além disso. Queremos regenerar áreas onde nos abastecemos de ingredientes, porque a restauração aumenta a resiliência das cadeias de suprimentos”, diz Barbara Sapunar, diretora executiva de Business Transformation e ESG da Nestlé Brasil.
Segundo a companhia, as duas iniciativas somadas contemplam o plantio de 11 milhões de árvores (com proteção e manutenção durante 25 e 30 anos, respectivamente), sendo convertidas em florestas nativas e em sistemas agroflorestais cacaueiros.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Divulgação – re.green
