O mercado dos empreendimentos de luxo está em expansão, porém sem deixar de lado a sustentabilidade. Isso não é para menos: a construção civil responde por 38% de todas as emissões de dióxido de carbono no planeta, frisa a Organização das Nações Unidas (ONU).
“O movimento está ancorado em discussões globais sobre mudanças climáticas, os seus efeitos e soluções. O envolvimento do setor na área é essencial, já que é responsável por uma parte considerável não só das emissões de gases do efeito estufa como pela extração de recursos naturais”, comenta Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil (GBCB), órgão não governamental responsável por atestar e certificar os projetos como sustentáveis no país, ao Estadão.
Segundo estudo do GBCB, houve um aumento de 40% em construções verdes residenciais em 2023, de oito para 20 empreendimentos. Ou seja, projetos e ações que priorizam a gestão controlada de recursos naturais, como a água, o uso de energia solar, o aproveitamento da iluminação e da ventilação natural, a gestão de resíduos com foco na reciclagem e reaproveitamento, o conforto térmico e acústico e a redução da emissão de poluentes gasosos estão na maioria dessas construções.
Certificação para construções de luxo
Além das práticas sustentáveis, esses negócios também estão capacitando pessoas e as próprias obras para obtenção de certificações importantes, como a ISO 9001 e 14001, com um sistema de gestão integrada para processos e operações do negócio e a entrega de rigorosos padrões de qualidade ambiental.
“O mercado de construção de luxo precisa cada vez mais se adequar às demandas por sustentabilidade. Respeitar os ecossistemas locais e oferecer um estilo de vida sustentável amplia a competitividade, especialmente em regiões de grande apelo turístico e urbanístico como Santa Catarina”, pontua Paula Gessele, vice-presidente daGessele Empreendimentos, empresa catarinense do setor, com construções na cidade de Itapema, inclusive com parceira com a prefeitura local.
A companhia implantou o programa Eco-Royal, em que faz um balanço das iniciativas realizadas para minimizar o impacto ambiental dos empreendimentos, como gestão de resíduos, ações de educação ambiental, tratamento de efluentes, além de receber em o Selo Social Itapema 2023, que premia empresas que alinham suas práticas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU.
“É o nosso compromisso com o bem-estar da comunidade e o meio ambiente, além de fortalecermos nosso papel de cidadão corporativo. Viabilizamos práticas sustentáveis que são essenciais para proteger recursos e a natureza, melhorando o presente e beneficiando as futuras gerações”, comemora João Conhaqui, presidente da empresa.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Rafael Arbex / Estadão
