Água e efluentes

Eletrodiálise reversa se destaca como solução para escassez hídrica no Brasil

Eletrodiálise reversa se destaca como solução para escassez hídrica no Brasil - Fitec Tec News

Estamos vivenciando tempos em que a água nunca esteve tão em evidência: pela primeira vez em mais de um século de medições, a Agência Nacional de Águas (ANA) decretou estado de escassez hídrica em cinco grandes bacias hidrográficas do país, sendo os rios Madeira, Purus, Tapajós e Xingu, todos afluentes do rio Amazonas; e o rio Paraguai, no Pantanal sul-mato-grossense. Uma das soluções para esse problema é a eletrodiálise reversa (EDR).

“Tivemos a pior seca na região Norte em mais de cem anos da série histórica. Com exceção do rio Madeira, foi a primeira vez que fizemos a declaração de escassez nos demais rios. Observamos o comportamento cíclico dos rios e nunca encaramos nada parecido com o que ocorreu agora”, alerta Veronica Sánchez, diretora-presidente da ANA, em reportagem do ClimaInfo.

 

Método econômico

Isso descortina a promoção de iniciativas para mitigar tal cenário e uma das soluções apresentadas é a chamada eletrodiálise reversa (EDR). Diferentemente do meio convencional de dessalinização, o sistema faz a inversão de polaridade dos eletrodos, alterando o fluxo dos íons na corrente a ser tratada. A EDR dissocia cargas iônicas através do fluxo de água por meio de uma bateria de membranas catiônicas e aniônicas, retirando o excesso de sais, criando um canal de concentrado, ou seja, o rejeito, e desmineralizado, portanto, o produto final.

A taxa de perda de água (rejeito) muito inferior, iniciando em apenas 5%, comparado aos 40% observados nos processos tradicionais. Além disso, a eletrodiálise reversa consome menos energia, oferecendo uma solução mais eficiente e sustentável. Com o crescente aumento da demanda por água, especialmente para irrigação e as necessidades das indústrias, o reuso de águas e efluentes surge como uma solução estratégica”, comenta Lorena Zapata, diretora de Novos Negócios e Sustentabilidade da Engeper Ambiental e Perfurações, especializada nessa inovação.

 

Aplicabilidade da eletrodiálise

 

Com mínima necessidade de contato humano, por ser automatizado, o sistema EDR funciona integrado à Estações de Tratamento de Efluentes (ETE) e de águas industriais, atuando com eficiência na dessalinização de águas salobras de poços, lagoas, desinfecção de águas de rios e de processos industriais.

“O sistema é capaz de remover espécies com carga iônica e muitos fármacos, herbicidas e poluentes ambientais quando em meio aquoso se dissociam. Muitos desses compostos quando se encontram nos rios se decompõem em subprodutos com cargas, também podem ser removidos. Portanto, a EDR não só pode remover os fármacos como seus subprodutos”, explica Walter de Oliveira, diretor do Grupo Hidrodex, parceira daEngeper, à revista TAE.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: divulgação – Engeper Ambiental e Perfurações

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