Uma das grandes inovações tecnológicas que podemos considerar é a energia elétrica. Sem ela, boa parte dos equipamentos e a iluminação nas cidades e residências não funcionariam. Falando nisso, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o Brasil tem ao menos 18 milhões de pontos de luz na iluminação pública, consumindo 4,3% da energia nacional, e representa entre 3% e 5% dos orçamentos municipais. Isso representa um grande volume de lâmpadas utilizadas.
Ainda no campo dos números, país comercializou 310 milhões de lâmpadas comerciais e residenciais, a maioria LED, segundo a Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação (Reciclus), em 2021.
Tal panorama nos leva ao questionamento da efetivação de medidas para descarte responsável dessas lâmpadas, já que muitas podem conter substâncias perigosas, como mercúrio e metais pesados, gerando impactos ambientais e à saúde humana. “O mercúrio, por sua vez, presente nas lâmpadas fluorescentes, é uma substância altamente tóxica que pode se acumular nos seres vivos, provocando danos irreversíveis ao sistema nervoso e causando efeitos adversos à saúde humana. Além disso, o mercúrio exposto pode resultar em danos aos animais aquáticos, afetando toda a cadeia alimentar”, alerta Natalia Fochi, coordenadora de Sustentabilidade e Logística da Reciclus.
Descarte correto das lâmpadas
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal 12.305/2010, atribui a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos,o que envolve inclusive os consumidores. Levar as lâmpadas inutilizadas aos pontos de coleta não apenas mitigam danos ambientais, mas também salvaguardam a saúde dos profissionais de limpeza urbana.
“Se descartados de forma correta, vários acidentes podem ser evitados com garis, pessoas em situação de rua, catadores e animais que mexem no lixo antes de ser recolhido. Porém, infelizmente, muitas pessoas ainda não sabem dessa necessidade ou não se esforçam. A realidade é que ainda vamos ver muitos acidentes ocorrerem devido à falta de consciência”, pontua Kedyna Tavares, diretora-executiva da Autarquia Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana (Alurb), de Maceió. Para se ter uma ideia, entre os anos de 2021 e 2022, mais de 60 colaboradores da Alurb se acidentaram por conta de objetos perfurocortantes.
Natalia Fochi acrescenta ainda a importância de campanhas educativas de práticas responsáveis no manuseio desses resíduos. “É essencial contar com a participação ativa da população nos programas de logística reversa de lâmpadas, incentivando o uso dos pontos de entrega especializados, como o da Reciclus, distribuídos pelo país, para realização do descarte ambientalmente correto”, diz.
Para saber quais pontos de coleta, a entidade conta com um site que indica os locais de recebimento desse resíduo.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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