Muito se fala em soluções tecnológicas em nuvem e outros incrementos impalpáveis para impulsionar as corporações, porém todos esses dados e informações se concentram em estruturas físicas, os departamentos conhecidos como data centers.
E quem deseja estar com os seus data centers em consonância com o conceito ESG precisa ter em mente a necessidade de adequar-se para não causar impactos negativos ao meio ambiente, conforme cita Davi Lopes, diretor de Secure Power Brasil na Schneider Electric. “Ainda que a migração para essas novas práticas implique investimentos significativos e uma adaptação organizacional considerável, benefícios como redução da pegada de carbono, economia de energia e alinhamento com as exigências regulatórias e sociais por práticas mais ecológicas fazem valer todo o esforço”, aponta.
Lopes destaca que utilização de energia renovável em data centers é uma tendência crescente, porém existem alguns desafios significativos a serem superados, como a intermitência de fontes renováveis, que pode representar um obstáculo para assegurar um suprimento de energia estável. “Nesse sentido, soluções de armazenamento de energia, como baterias de íon-lítio e sistemas de gestão de energia inteligente, estão se tornando cada vez mais importantes para manter a estabilidade operacional dos centros de dados”, acrescenta o gestor.
Gerenciamento dos data centers
Outro ponto discutido aqui e que merece atenção nesse binômio “tecnologia e ESG”, é a gestão eficiente de dados a partir de fontes confiáveis. Para Marco Cavallo, Public Sector &Channel Sales Director na Denodo, especialista em gerenciamento de dados, as organizações ainda sentem dificuldades para integrar dados entre sistemas, unidades de negócios e regiões geográficas diferentes.
“Os dados necessários para a geração de relatórios de ESG, por exemplo, são armazenados em silos funcionais, integrados apenas pela replicação em um repositório central por meio de processos de extração, transformação e carregamento (ETL) orientados por lotes. Como resultado, essas informações ficam disponíveis em diferentes fontes e dependem do processamento de cada sistema, o que muitas vezes demanda maior tempo de dedicação e interfere na assertividade dos dados coletados”, afirma.
Os especialistas alertam que quando esses dados ficam dispersos, isso impede uma governança eficiente, o que impossibilita a prática sustentável dessas atividades e as companhias precisam estar atentas para superar esses desafios.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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