Os chamados negócios de impacto surgiram nos anos 2000, baseados em modelos que integram a sustentabilidade e as estratégias em ESG em seu DNA, sem deixar de lado o ponto financeiro, mas com a missão de resoluções sociais e ambientais. No decorrer dos anos, esses empreendimentos ganharam força e com as proximidades da COP30, conferência que reunirá 198 países em Belém, PA, também poderá ser um trampolim para fortalecer esses negócios.
Para Ana Bavon, CEO da B4People, consultoria de inteligência em Direitos Humanos,a COP30 é mais do que uma conferência, mas uma chance histórica de ampliar os marcos do debate climático, colocando as vidas no centro. É sobre repensar os modelos de governança global a partir do impacto social como critério de legitimidade para a ação climática.
“O problema não está apenas nas metas: está em quem sobrevive para alcançá-las. A COP é uma oportunidade de abordagens inovadoras sobre ESG, justiça climática e impacto social real, além de propostas concretas para integrar responsabilidade social às metas ambientais, com indicadores inéditos que cruzam dados sociais, raciais, econômicos e territoriais”, pontua a advogada, que estará presente no evento.
Cenário favorável para impacto social
Segundo pesquisa feita pelas consultorias Pipe.Sociale Quintessa(2023) e divulgado pela Fundação Dom Cabral (FDC), empresas baseadas no conceito de negócios de impacto estão mais sólidas e em franca expansão, com repercussão em todo o país, pois contam com soluções tecnológicas e inovadoras com foco na ciência, itens pertinentes para sanar desafios como a inclusão produtiva, educação e serviços financeiros,influenciando setores como a economia verde, inclusive.
“O que difere empresas de impacto é a conexão direta dos fundadores com o problema que estão tentando resolver. Elas trabalham de forma emocional e conectada na solução, o que implica uma motivação além de ganhar dinheiro”, comenta, à FDC, Rafaela Cavalcante,CEO e fundadora da CloQ, fintech com mais de 20 mil nano-empréstimos fornecidos a quem tem histórico de crédito limitado ou nenhum no país.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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