Com as proximidades da COP30 e a recente notícia que o Brasil saiu do mapa da fome, o agronegócio se articula para impulsionar a produção alinhada à sustentabilidade. Segundo o Banco Mundial, o agro, ou seja, nosso setor agrícola representa 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, 16,2% do emprego total, 40% das exportações e 22% do PIB nacional no âmbito agroalimentar.
No Pará, o segmento já conta com um espaço, a “AgriZone”, na sede da Embrapa Amazônia Oriental, fruto de parceria entre o órgão e a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), representando o governo estadual na “Casa da Agricultura Sustentável”.“A COP30 discute meio ambiente, sequestro de carbono e sua fixação, e tudo isso passa pelo agro, pois sem ele, não há captação de carbono. A Embrapa é fundamental na transformação da economia agropecuária do Brasil. Somos líderes mundiais na produção de alimentos graças à tecnologia desenvolvida por ela, que permite a adaptação dos diversos arranjos produtivos à nossa região tropical”, conta Giovanni Queiroz,titular da Sedap.
Intenções do Agro
A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) elaborou um documento em que se posiciona oficialmente sobre o tema. Intitulado “Agronegócio frente às Mudanças Climáticas”, contou com a participação de representantes governamentais, empresas, entidades setoriais, cientistas e pesquisadores, resultado das discussões apósmesas redondas promovidas em abril, no Fórum “Rumo à COP30: O Agronegócio e as Mudanças Climáticas”,
“O objetivo é reiterar o papel do agro como parte da solução aos desafios do clima e o protagonismo do Brasil.E aponta como pode contribuir com a agenda de mitigação e adaptação, além de caminhos para destravar o financiamento na agropecuária sustentável e a relação entre o agro e o mercado de carbono”, frisa nota da ABAG.
O documento está entre os assuntos do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), evento em agosto, na capital paulista, em formato híbrido.
Regeneração
A agricultura regenerativa é também a pauta a ser falada na COP30, associando práticas mais sustentáveis em sua produção emitigação de gases de efeito estufa (GEE), em culturas como milho, soja e algodão, aponta matéria da CNN.Uma das empresas que estão nessa jornada é a CropLife Brasil (CLB), que aderiu ao Sustainable Business COP30 (SB COP), iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para criar uma aliança global com foco na promoção de ações comerciais sustentáveis, engajamento de empresas na agenda climática, eapoio do setor privado à COP30.
“Temos muito a contribuir com os trabalhos da SB COP para estruturar um plano de sistemas alimentares que atenda às demandas globais atuais. A agricultura brasileira é produtiva e sustentável, e pode servir de exemplo para o mundo, como na adoção de boas práticas e de técnicas coerentes com a chamada agricultura verde”, salienta Eduardo Leão, presidente-diretor da entidade.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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