Alimentar-se. Esse verbo tão importante para a sobrevivência humana também engloba as indústrias do setor de alimentos a se empenharem para produzir sem agredir o meio ambiente.
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 89% das indústrias já reduzem resíduos sólidos, 86% otimizam o consumo de energia e 83% melhoram o uso de água, priorizando modernizar máquinas (27%), fontes de energia renováveis (23%) e tecnologias de baixo carbono (19%).
Um exemplo é a M. Dias Branco, multinacional brasileira do setor, que tem como meta utilizar 90% de energia renovável até 2030. Em números, apenas em 2023, o consumo de energia de fonte renovável foi de 65%, um percentual 100% superior ao ano anterior.
Graças a uma parceria com a Serena Energia, iniciada em 2022, houve a geração de 18MW médios à companhia por meio de energia eólica. “Já no ano do início do acordo comercial com o parque eólico alçamos um resultado acumulado de 32,6% de energia renovável em nossa matriz energética”, comenta Fabio Marinho, especialista de Suprimentos na M. Dias Branco.
Produção local de alimentos
O estímulo à produção local é também pauta pertinente ao acesso à alimentação para todas as pessoas. Em julho, foi sancionada a Política Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana (Lei 14.935), que tem em seu escopo o aumento e fornecimento de itens alimentícios às famílias de baixa renda.
“Estamos falando de uma agricultura que já acontece nas cidades, mas é invisibilizada. Todas as grandes metrópoles e capitais brasileiras têm iniciativas do tipo. No entanto, como a agricultura como atividade econômica historicamente está associada ao meio rural, esses produtores não conseguem acessar políticas públicas pelo fato de muitos não serem reconhecidos como estabelecimentos agropecuários”, salienta Jaqueline Ferreira, diretora de pesquisas no Instituto Escolhas, àCarta Capital.
Segundo estimativas do Instituto, se apenas 5% dos espaços mapeados como possíveis áreas de expansão da Agricultura Urbana fossem concretizados em três cidades brasileiras (Curitiba, Recife e Rio de Janeiro), 300 mil pessoas poderiam ser abastecidas com alimentos locais.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Keli Vasconcelos
