Bambu, plástico, sistemas de armazenamento de água de chuva, infraestrutura para placas solares, soluções para melhor uso da luz e do vento. São inúmeras as estratégias de escritórios de arquitetura, engenharia e empresas da construção civil para edificações consideradas mais verdes.
E o Brasil está no caminho: os números de edifícios sustentáveis certificados saltaram de 20 para mais de 500, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dados da CBRE, consultoria global de serviços e investimentos imobiliários comerciais, mostram que tais prédios certificados têm taxas de ocupação até 23% superiores, com valores de aluguel semelhantes ou menores que os sem, segundo matéria divulgada pela EXAME.
Futebol e sustentabilidade nas edificações
Um bom exemplo vem do time Red Bull Bragantino, que firmou uma parceria para construção de seu Centro de Performance e Desenvolvimento (CPD), em Atibaia, SP, feito com mais de 2 mil blocos de plástico reciclado, totalizando 1.150 kg de resíduos reaproveitados.
A estrutura de três andares em estilo modular é feita a partir da reciclagem do polipropileno, um polímero termoplástico produzido com a polimerização do gás propileno ou propeno, moldado de forma fácil quando submetido às altas temperaturas, proveniente de embalagens e cadeiras, por exemplo. Depois de usados, esses materiais são separados, limpos e transformados em novos sem que o desempenho seja afetado.
“A parceria com o Red Bull Bragantino reforça nosso compromisso com a sustentabilidade e demonstra como a construção pode se aliar ao esporte para gerar impactos ambientais positivos. Além de reduzir resíduos plásticos, promovemos projetos inovadores que diminuem a emissão de CO₂. “, destaca Bruno Frederico, CEO da Fuplastic, desenvolvedora do projeto.
Competição
O assunto está tão em voga, especialmente com a chegada da COP30, que iniciativas despontam. No Pará, local sede do evento, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do estado (CREA-PA) apoia o 1º Hackathon da #JornadaCOPMais, que acontece neste mês, no SENAI Getúlio Vargas, em Belém.
Com 28 horas de imersão e o tema “Construções Sustentáveis”, o evento propõe um desafio a universitários, empreendedores e empresários para levar inovações e transformar o setor da construção civil por meio de soluções sustentáveis.
Além de networking, os participantes concorrem a prêmios de até R$ 20 mil pelas melhores ideias e projetos desenvolvidos. “O CREA-PA entende que o futuro da construção civil passa pela inovação e sustentabilidade. Apoiar iniciativas como essa é investir em um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia e preparar nossos profissionais para os desafios que a COP30 trará ao Pará”, afirma Eng. Civil Adriana Falconeri Rebelo Boy, presidente do Conselho.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto:Divulgação
