O e-commerce brasileiro superou uma marca importante: R$ 44,2 bilhões de crescimento, somente no primeiro trimestre de 2024, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Isso demostra não apenas o poder de compra dos consumidores que, principalmente com a pandemia, caíram no gosto de pesquisar e optar pelo mercado online, mas o desafio dos Centros de Distribuição (CD) em armazenar e destinar os produtos de forma ambientalmente responsável e eficiente e apostar nas soluções eficientes.
Os CDs tradicionalmente projetados para armazenagem e distribuição também enfrentam desafios específicos quando o assunto é trabalhar a logística reversa nas operações. Por exemplo, os que tem como foco o recebimento de equipamentos eletrônicos, tem como exigência processos de triagem mais complexos, além da necessidade de recondicionamento ou descarte sustentável.
“A logística reversa exige mais do que espaço físico. É necessário integrar tecnologia e processos padronizados para garantir que cada item seja manipulado de forma eficiente e tenha o destino correto. Queremos implementar sistemas de triagem automatizados que utilizam câmeras inteligentes e inteligência artificial para classificar os equipamentos devolvidos, identificando rapidamente itens em condições de reuso, reciclagem ou descarte, reduzindo erros e acelerando os processos”, explica Carlos Tanaka, fundador da PostalGow, que conta com CDs em Barueri, SP e Manaus, AM, além de planejar novas unidades no Rio de Janeiro e Recife.
Soluções para o Lixo Zero
Um bom exemplo é o da rede de vestuário A Lojas Renner S.A., que conquistou recentemente a certificação Lixo Zero ao seu CD de São José, SC. O selo é concedido pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB) e validado pela Zero Waste International Alliance (ZWIA), entidades que incentivam a adoção de processos para o gerenciamento eficiente de resíduos em empresas, instituições e eventos.
A certificação foi fornecida por conta de a unidade ter reciclado, tratado ou destinado para compostagem 94% de seus resíduos sólidos, líquidos e orgânicos gerados nas operações, superando em quatro pontos percentuais o mínimo exigido pelo ILZB. “Nosso foco é a construção de um modelo de negócios circular, baseado na redução de desperdícios, reciclagem e reinserção de materiais no ciclo produtivo, visando alcançar a marca de aterro zero em nossos CDs e oferecer uma moda cada vez mais responsável aos clientes”, salienta Eduardo Ferlauto, gerente-geral de Sustentabilidade da companhia.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação Renner S/A
