Energia

Cascas de alimentos são reaproveitadas na produção de insumos para biocombustíveis e fertilizantes orgânicos

Cascas de alimentos são reaproveitadas na produção de insumos para biocombustíveis e fertilizantes orgânicos - Fitec Tec News

Ao fazer uma busca simples na internet, é possível encontrar uma variedade de dicas de jardinagem sobre o uso de cascas de alimentos, como ovos, por exemplo, para adubar e fornecer vitaminas a plantas e hortas caseiras.  Pois esse reaproveitamento também está presente em testes nos laboratórios e indústrias para produção de biocombustíveis e outros insumos.

O uso da manipueira, resíduo líquido da mandioca, pode ser utilizado como matéria-prima para produzir biogás e de fertilizantes orgânicos. Alguns estudos foram realizados no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos (PEP), da Universidade Tiradentes (Unit), em Sergipe. A pesquisadora Ianny Andrade Cruz, que em 2023 defendeu sua tese de doutorado no tema, desenvolveu um sistema de produção e monitoramento com o uso desse resíduo e cascas de ovos, aperfeiçoando o beneficiamento biológico desses resíduos, comuns e abundantes no agreste sergipano.

 

Potencial das cascas de alimentos

 

Para a pesquisadora, cujos levantamentos e ensaios foram feitos em parceria com o Laboratório de Tecnologias da Biomassa (BTL), ligado à Universidade de Sherbrooke (UdeS), em Sherbrooke, no Canadá, onde ela estagiou em 2022, Brasil tem um alto potencial de biomassa agrícola e agroindustrial, o que inclui a mandioca como uma das culturas socioeconômicas essenciais do país, gerando um volume considerável de resíduos.

“Nossa pesquisa veio para buscar uma solução na recuperação de recursos, bem como para uma produção simultânea de energia renovável. A conversão de resíduos orgânicos em biogás é um processo que não só aborda desafios da gestão de resíduos, mas também contribui para redução das emissões de gases estufa e a autossuficiência energética do país”, destaca.

 

Integralidade de frutos

 

Outra pesquisa vinda das universidades trata de tecnologias para o aproveitamento integral de frutos como tucumã e castanha-do-pará. No Pará, o Laboratório de Óleos da Amazônia (LOA), do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá e vinculado à Universidade Federal do estado (UFPA) desenvolveu um sistema que extrai todas as propriedades, incluindo polpa, cascas e caroços, resultando em óleos vegetais, manteigas naturais e biocombustíveis.

“Estamos desenvolvendo tecnologias para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. O laboratório, consolidado na fabricação de biodiesel a partir de óleos vegetais refinados, agora avança para transformar resíduos, como sebo bovino e óleo de palma, em combustível sustentável para aviação”, acrescenta Luís Adriano Nascimento, vice-coordenador do LOA, ao O Liberal.

O laboratório também pesquisa novas possibilidades a outras espécies da região, promovendo o uso diversificado e sustentável da floresta.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto: Freepik

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