Sustentabilidade

Brasileiros estão preocupados com oceanos, mas ainda não se sentem parte da solução

Brasileiros estão preocupados com oceanos, mas ainda não se sentem parte da solução - Fitec Tec News

Um levantamento da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza em cooperação com a UNESCO e Programa Maré de Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revela que nove em cada dez brasileiros concordam que o aumento de nível do mar representa uma ameaça real para as cidades costeiras. O agravante é que muitos ainda não sabem como ajudar a preservar os oceanos.

Intitulado “Oceano sem Mistérios: A relação dos brasileiros com o mar – Evolução de Cenários (2022–2025, íntegra aqui)”, o estudo fez 2 mil entrevistas presenciais com adultos de todos os gêneros e classes sociais pelo país, mostrando um panorama do tema em abrangência: para 85% da população, por exemplo, o aquecimento das águas dos oceanos influencia diretamente nos eventos climáticos extremos no continente, como inundações em áreas urbanas e rurais.

Muito embora haja essa tomada de consciência, pois mais de 80% dos entrevistados estão dispostos a mudar seus hábitos em prol da conservação marinha, somente 30% compreendem que suas ações influenciam diretamente na saúde dos oceanos.

“O clima global e as condições meteorológicas dependem do oceano. Ele absorve e distribui calor pelo planeta por meio das correntes marítimas e influencia diretamente a formação de chuvas, frentes frias, furacões e outros eventos climáticos. Portanto, cuidar do oceano é cuidar do planeta, cuidar da nossa casa”, endossa Ronaldo Christofoletti, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), professor do Instituto do Mar da Unifesp e co-presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da UNESCO.

A pesquisa foi apresentada na 3ª Conferência do Oceano das Nações Unidas, em Nice, na França, em junho.

 

Cúpula dos Oceanos

 

O evento reuniu 64 chefes de Estado e teve como destaque, a adoção da uma declaração política “Nosso oceano, nosso futuro: unidos para uma ação urgente”, também chamada de “Plano de Ação para o Oceano de Nice”.

O documento expressa preocupação sobre a saúde oceânica e enfatiza a importância das interligações entre os oceanos, o clima e a biodiversidade e apela a uma ação global que minimize o impacto das mudanças climáticas e da acidificação.

“O Brasil se posicionou como uma liderança na agenda mundial de Oceano e Clima, com compromissos concretos e ações de impacto rumo à COP30. Agora é hora de transformar essa ambição em implementação concreta, com financiamento, participação social e cooperação internacional à altura dos desafios que enfrentamos”, salienta Marina Corrêa, analista de Conservação e líder de Oceanos do WWF-Brasil, ao Um Só Planeta.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto: Wirestock – Freepik

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