O Brasil é o segundo país com maior área de florestas de manguezais no mundo, cobrindo cerca de 1 milhão de hectares, e tal cenário está atraindo pesquisas sobre captura de carbono. Uma delas é a BlueShore – Florestas de Carbono Azul para mitigação de mudanças climáticas offshore, desenvolvida no âmbito do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI – Research Centre for Greenhouse Gas Innovation).
O foco é avaliar a capacidade dessas florestas ao longo da costa brasileira, contribuindo com estratégias globais de preservação e recuperação, que se estendem do sul do país até o Amapá. “Nosso objetivo é calcular o potencial de captura de carbono e criar um banco de dados que preencha as lacunas de informação em diversas regiões. Para isso, estamos percorrendo todo o litoral brasileiro, coletando dados sobre diferentes cenários climáticos e geomorfológicos”, explica Tiago Osório Ferreira, coordenador do projeto e professor do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP).
O projeto recebeu um aporte de R$ 8 milhões da PETRONAS Petróleo Brasil e também busca identificar os impactos ambientais causados pela mudança do uso da terra ao longo das últimas décadas, as quais variam conforme a região.
Preservação dos manguezais
Outra articulação é da ONG Nosso Mangue, de Maceió, AL, que realiza ações socioambientais sobre o tema. Recentemente, membros da organização estiveram na sede da Autarquia Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana (Alurb), para ministrar uma palestra a respeito do bioma e apresentar resultados do trabalho realizado durante o ano passado.
A pauta foi ampliar o conhecimento e a preservação dos mangues da região e a parceria com a autarquia proporciona conscientização e expertise técnica para garantir menor impacto negativo e mais recursos na recuperação e preservação dos manguezais, frisa Mayris Nascimento, fundadora da ONG. “Esses ecossistemas ajudam a proteger a biodiversidade, capturam carbono, combatem as mudanças climáticas e são fonte de sustento para muitas comunidades. Conscientizar as pessoas é o primeiro passo para engajá-las na preservação e regeneração desses ambientes”, comenta, ao site AL1.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação
