Os investimentos em eletromobilidade no Brasil estão na casa dos R$ 160 milhões. É o que aponta o 1º Anuário da Cadeia da Eletromobilidade da ABVE no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico, com dados coletados entre dezembro de 2023 e março de 2024, de 110 empresas.
Um dos destaques foi a área de eletropostos: de acordo com o estudo, existem mais de 10.600 pontos de recarga instalados, ante 350 unidades em agosto de 2020. Entre as empresas consultadas, 87% planejam investir em eletromobilidade no país até 2027, além de 80% delas estimarem aumentar empregabilidade, com a contratação de pessoas nos próximos três anos.
“Esse movimento reforça o compromisso do setor com a transição para um transporte mais sustentável e eficiente. E, nesse cenário promissor, a ABVE tem se destacado como uma forte promotora da eletromobilidade no Brasil”, comenta Emmanuela Jordão, coordenadora de pesquisa da ABVE Data, cuja íntegra do anuário pode ser acessada neste link.
Reciclagem para os itens de recarga
Outro ponto é a reciclagem de componentes. Marcello Cairolli, diretor de Infraestrutura da ABVE e vice-presidente de negócios para América Latina da Re-Teck (que atua com logística reversa), é preciso fortalecer a logística reversa ao longo de toda a cadeia produtiva de veículos elétricos, tratando-a como uma prática essencial de economia circular. “Logística reversa não deve ser pensada só para o fim da cadeia, mas sim integrada ao processo, principalmente no que diz respeito ao descarte e reaproveitamento sustentável de baterias e componentes eletrônicos”, explica.
Um forte exemplo ocorre na Europa. Indústrias automobilísticas como Volkswagen e Mercedes-Benz, assim como a fabricante sueca de baterias Northvolt, estão investindo na reciclagem de baterias para torná-la economicamente viáveis.“Podemos dizer que a reciclagem é a ‘mina do futuro’. Ter os recursos disponíveis, ter um processo sustentável, tudo isso é um componente estratégico para nós. O problema é ainda o processo, pois é caro demais para muitas empresas”, aponta Jörg Burzer, membro do conselho de administração do Grupo Mercedes-Benz, à DW.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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