Seja a roupa que vestimos, os produtos de higiene e beleza que usamos, ou mesmo o pano que seca as nossas louças, tudo isso gera impactos ambientais, muitos deles negativos. A fim de mudar esse cenário, consumidores e empresas estão engajadas na busca por produtos sustentáveis, como os que utilizam algodão orgânico.
Um exemplo é o uso do algodão orgânico, cuja produção na Paraíba, principal região, registrou crescimento de 175%, aponta a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Algodão. Esse aumento expressivo é impulsionado pelo interesse dos consumidores em questões sociais e ambientais.
Moda com algodão orgânico
Uma das marcas que usa esse material é a positiv.a, que conta com produtos ecológicos de limpeza e autocuidado.Os panos de prato e de chão comercializados são feitos com o algodão naturalmente colorido (cru e marrom), e ainda segundo a Embrapa, esse material implica uma economia de 87,5% de água no processo produtivo, ante um tecido similar da indústria convencional. “Panos tradicionais exigem alvejante para continuarem brancos e custam entre R$ 7,00 e R$ 8,00 a unidade. Já os nossos panos duram três vezes mais, ou seja, trata-se de uma economia de mais de sete reais com impacto socioambiental positivo. Vendemos em nosso site por R$ 13,49 cada”, explica Marcella Zambardino, diretora de impacto e sócia fundadora da positiv.a.
A aplicação do algodão orgânico também está presente na moda. No Maranhão, uma das marcas é a Demodê Ateliê, localizada em São Luís, Ilha de Upaon Açu. Predominantemente desenvolvida por mulheres, a Demodê cria, modela, costura e envia roupas íntimas para todo o país, além de contratar mão de obra do Nordeste, garantindo menor gasto de energia na produção, além de fomentar o desenvolvimento sustentável.
Em 2023, a Demodê, juntamente com outras marcas, tem suas peças em um showroom na Galleria Passarella, no entorno da catedral de Milão, Itália. A Natural Cotton Color, entidade que desde 2016 vem abastecendo tecelagens com plumas do algodão cultivado através da agricultura familiar, pretende aumentar o número de iniciativas. “A meta é elevar a consciência do mercado de moda internacional sobre o algodão colorido orgânico que envolve agricultura familiar, artesanato, tecidos inovadores e certificação”, reforça Francisca Vieira, CEO da Natural Cotton Color.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação
