Energia

Soluções sustentáveis são a chave para economia energética no Brasil, opinam especialistas

Soluções sustentáveis são a chave para economia energética no Brasil, opinam especialistas - Fitec Tec News

O país encara, mais uma vez, o aumento nas contas de energia por conta do acionamento da chamada bandeira tarifaria vermelha patamar 2, a maior, cujo custo extra é de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o motivo se dá pelas chuvas abaixo da média em todo o país, reduzindo a geração hidrelétrica.

“O cenário de afluências abaixo da média em todo o país reduz a geração por meio de hidrelétricas. Esse quadro eleva os custos de geração de energia, devido à necessidade de acionamento de fontes mais caras, como as usinas termelétricas”, informa comunicado, replicado pela Agência Brasil.

Um dos pontos cruciais é a diminuição da dependência das hidrelétricas, que ainda corresponde a 55% da matriz, além da recorrência às termoelétricas, mais poluentes, em períodos de escassez, é o que salienta Priscila Arruda,do programa de Energia do Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec). Para que o efeito das bandeiras tarifárias sejam menores ou mesmo inexistam, se faz necessário incentivos em soluções renováveis e também em tecnologias de armazenamento de energia, comenta a pesquisadora.

“A energia hidrelétrica é ainda considerada muito barata e, hoje, podemos afirmar que a nossa matriz é bastante renovável para além dela.O problema é que as outras fontes renováveis expressivas, como a eólica e a solar, ainda não oferecem segurança ao sistema, pois são intermitentes e variáveis. Por exemplo, a solar precisa da radiação e a eólica depende do vento”, explica, ao Diário de Pernambuco.

Mercado livre de energia

Como visto, muito embora o Brasil tenha uma diversificação de matrizes energéticas, a dependência das hidrelétricas ainda é a mais proeminente. Na opinião de Tarcísio Neves, CEO da Evolua Energia, startup de varejo de energia com atuação em geração distribuída e mercado livre, o sistema de bandeiras, embora tenha nascido com a proposta de tornar tudo mais claro, ainda carrega um peso simbólico de penalidade, alertando sobre os custos, porém, não oferecendo caminhos.

Neves acrescenta que um estudo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel)revela que nos últimos 15 anos, enquanto as tarifas do mercado regulado cresceram 45% acima da inflação, os preços negociados no mercado livre ficaram 64% abaixo.

“É nesse contexto que o mercado livre de energia surge como alternativa mais estável. Iniciativas como a geração distribuída solar vêm ganhando protagonismo e precisam ser mais valorizadas. Modelos que permitem o uso de energia limpa de forma compartilhada — sem depender de investimentos em infraestrutura própria — mostram que é possível consumir eletricidade com menos impacto no orçamento”, contextualiza o gestor.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto:Freepik

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *